sábado, 29 de agosto de 2009

3 Segundos

Se se perguntar a alguém que esteja em condições normais se é feliz, depois de 3 segundos de reflexão, essa pessoa dirá que sim, que poderia ser mais feliz, muitas vezes referindo-se ao desejado Euromilhões, mas sim, sim considera-se feliz, dadas as "circunstâncias".
E que "circunstâncias" são essas? Que parâmetros conseguem ser verdadeiramente decisivos nessa contabilidade instantânea? Bem, cada felicidade é um caso, cada caso é digno das mais diversas conjecturas, ramificações, contabilidades.
Há quem valorize o que tem, o que teve, o que pretende atingir e há também aqueles que optam por se compararem com os que, imaginam, não serem felizes. Isto sem esquecer a comparação mais fácil e evidente, aquela que vive das imagens do "resto do mundo", aquele "terceirismo pobre" que as notícias mostram, com crianças a passarem fome e a morrerem por beberem água pior que a dos nossos "primeiromundistas" esgotos. Desta última forma, claro, dirá a grande maioria, ou todos, que se podem considerar felizes, e alguns deles extremamente felizes. Mas, se se optar por pegar no lado autêntico, aquele dos "ganhos vs perdas" em função do conjectura geográfica, económica e social onde nos inserimos", ficar-se-á sempre com a necessidade de recorrer aos tais 3 segundos de reflexão, aqueles em que se recorda, avalia e se tenta ser positivo, "verbalmente acreditando" que sim, que sé é feliz.
Com tudo isto, além de nos propor fazer contas à custa do próprio barómetro da felicidade, pretendo basicamente confrontar-nos com a verdade, aquela que nos diz que somos felizes muitas vezes, algumas das quais sem lhes darmos o devido valor, mas, na soma dos tais "ganhos e perdas", quando nos perguntam de somos felizes, para sermos completamente honestos, principalmente connosco, deveríamos responder que; afinal, somos uns eternos insatisfeitos, mas "felizitos".
sexta-feira, 28 de agosto de 2009

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Paragens

Apesar do Sol, da praia e do sossego do local que escolhi - mesmo antes do "tudo" - para me "recolher por instantes", apetece-me referir que, em muitas partes destes longos dias, não é fácil encontrar-me comigo, sim comigo. Há sempre aquele "lapso temporal" que me faz ter vontade de "nada e de tudo", uma espécie de autoestrada com placas iguais que indicam o mesmo destino, mesmo sem saber qual a direcção a tomar. Não, não estou perdido, ainda me encontro, ainda falo comigo, e cada vez mais, mas torna-se complicado recuperar vontades, assimilar responsabilidades, projectar idiotices, e por aí fora.
A esta hora, quem me estiver a ler, julgará que estou a ficar doido, sem sentido e, principalmente sem a objectividade com que, na escrita, sempre me apresento, e, já agora, na vida também. Mas não, não estou assim tão perto de um qualquer "Magalhães Lemos", estou simplesmente numa fase de "limpeza", numa era de escolhas, algumas entretanto já tomadas no "fio da navalha" em jeito de ponto final, outras, e é destas que falo, vão divagando vagarosamente por esta varanda estranha de onde escrevo esta amálgama de palavras confusas, sem linhas, sem certezas, sem peso suficiente, pelo menos aquele que espero e desejo levar daqui para "as minhas verdadeiras paragens".
quinta-feira, 27 de agosto de 2009

"Férias"

Apesar de estar oficialmente de férias, vou tentar ir de férias amanhã, ou melhor, daqui a poucas horas, uns "míseros" 8 dias... Vou para relativamente perto, cerca de 150 Km. E, desta vez, o que mais me apetece é ter férias de "tudo isto". A ver vamos se consigo. Também tentarei andar por cá, se a Internet me permitir.... Fiquem BEM.

É uma pena.

É uma pena quando os fins não são "dignos" e se anunciam como eternos, mesmo que não o venham a ser, ou venham.
E a vida continua, claro. É o que dizem sempre, certo?!
É estranho e confuso este esgrimir de "nadas" que redunda num "tanto", que sabe a "tão pouco".
Confuso? Claro. É sempre assim quando falamos exclusivamente para nós, em meias-palavras.
terça-feira, 25 de agosto de 2009

Mulher mais bonita do Mundo

Há uns bons anos, o excêntrico e genial Prince lançou um anúncio internacional, numa esplêndida campanha de Marketing, onde pedia que "lhe aparecesse" a mulher mais bonita do mundo.
Foi anúncio de jornal, foi concurso, foi notícia e foi uma canção de sucesso, embora hoje já pouco se ouça, inclusive o seu autor e intérprete.
Quem ganhou o concurso? Quem é afinal a mulher mais bonita do mundo?
Não sei quem é que o Prince escolheu, se é que escolheu, no meio dos milhões de fotografias que lhe chegaram ao apartado. Aquelas milhões de sonhadoras em conquistar o trono, aquelas que, muito provavelmente, ele nem viu, sejam quais forem as suas tendências sexuais.
Quem é a mulher mais bonita do mundo? Aquela que não merecerá qualquer tipo de questão, qualquer tipo de incerteza, qualquer tipo de concorrência.
Pois, dá que pensar, dá que divagar, dá que duvidar, repensar, reequacionar, enfim.
Bonita em quê? Como comparar? Como ter a certeza? Alguém conhece todas as mulheres do mundo? Quem é completamente bonita para toda a gente? Será que ela existe?
Sim, existe, e é única. E há quem, como eu, lhe chame simplesmente Mãe.

"Bicicleta"

Há impressões que conseguem marcar quase tanto como as digitais, e também ficam para sempre, principalmente em quem as sente no outro lado da pele, no "lá dentro". Obviamente que me refiro aos "pontapés" com que a vida também nos ensina, aos "estalos" que ecoam mais do que dois segundos, às "facadas" que não conseguem cicatrizar, às injustiças servidas "frias". Não é o meu caso, pelo menos no momento, mas apeteceu-me falar disto, daqueles que sofrem com essas marcas num silêncio semiprofundo, onde não há parceiro que valha tamanha desilusão nem paredes que retribuam com soluções a quem, no vazio da solidão, procura respostas, razões, satisfações.
É triste quando se apanha um valente "pontapé", principalmente daqueles dados por quem se deu a "camisola", por quem, infelizmente, se confundiram propositadamente, quiçá, ligações de sangue, falsas mas com um sentir autêntico.
E também há os outros familiares dos "pontapés", os chutos do "rock'n'roll" que o percurso de cada um vai tocando, ora mais afinado, ora mais estridente, dependendo sempre do lado em que se toca, ou melhor, do lado em que se dança.
São estas as provas que levam a tanto "- A Vida é ingrata!", são estes cromos de dor que não se curam com medicamentos e que, no passar do tempo, fazem com que se encare o dia-a-dia com menos ânimo, com menos crença, com menos Vida.
Mas, e quem dá os "chutos e pontapés"? Sim, como ficam eles nestas histórias?! Não sei, só os próprios podem assinar com a consciência, inclusive quem parece não a ter, tendo. Mas, além do "cá-se-faz-e-cá-se-paga", acredito que haverão noites em que o travesseiro não será suficientemente "compensador" para "cobrir" a vergonha de se ter feito o que nunca se quis que se lhe fizesse, independentemente do valor da "bicicleta".

Sarrabiscos

Há alturas na vida em que dá vontade de "cortar a eito", sem recorrer à calma, ao "pensar melhor", esquecendo eventuais consequências ou o inibidor que se veste de "prós e contras", como se fosse a melhor balança de precisão da vida.
Não sei, mas acho que essa vontade advém de uma espécie de sinal que convida a partir do zero, a encontrar novos caminhos, a reinventar-mo-nos a nós próprios, assim ao jeito da aventura, numa espécie de filme sem final previamente escolhido ou consequente.
Sinto-me assim, neste "fio da navalha", neste "vou ou não vou", neste "acabo ou continuo", nestes "sim ou sopas"... E por aí fora, numa procura sem nexo, sem projectos delineados, sem sarrabiscos como pêndulo, sem o Eu em mim, ou pelo menos sem uma boa parte dele, do Eu.
É, por vezes, também "me dá", também fico tentado em mandar muito "à fava"... Mas, com este cadeado com que me construí ao longo das décadas, provavelmente, não me atirarei para as "urtigas", embora, conhecendo-me, saiba que, depois desta conversa comigo, nada mais será como dantes, mesmo podendo parecer que o é.

Recomendo Vivamente

A tradução Portuguesa chama-lhe "ABC da Sedução", e trata-se de uma daquelas comédias românticas - como tanto gosto - que recomendo sem reticências. Há muito que não via uma plateia a aplaudir durante um filme, e com gargalhadas das autênticas, daquelas impossíveis de conter.
* Ah, e as meninas, em pensamento pouco contido, adorariam ter umas tais cuequinhas especiais, um dos principais protagonistas do filme em determinado momento, sim, as cuequinhas com comando.
segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Toca e Foge

Para já, e não sei bem porquê, não estou exageradamente preocupado com a H1N1, estou preocupado é com o deixarmos de tocar, inclusive uns nos outros. Claro que, conscientemente, preocupa-me acima de tudo ter um rebento com 10 meses de Vida que, percebo, integra-se no grupo de risco.

Mas, para mote deste texto, permitam que desvie a atenção para os spots televisivos que o Ministério da Saúde anda a emitir. São demasiado apelativos ao "não-toque-que-pode-ser-o-próximo-no-número-que-se-desmultiplica-vertiginosamente-minuto-a-minuto". E isto preocupa mais do que qualquer abertura de noticiário com um "hoje quintiplicaram-se os casos de gripe A em Portugal e pentamultiplicaram-se nos outros lados das fronteiras".

Pelo andar desta "publicidade", cheira-me (Pode cheirar-se ou há perigo de contágio?!) que vamos acabar por voltar ao tempo em que tínhamos medo de apanhar pela frente um "sidoso" (perdoem, mas o termo era este). E, no caso desta gripe dos porcos, num país com tantos "porcos"(não é surpresa para ninguém, pois não?!), é naturalíssimo que passemos a não cumprimentar, a não abrir a boca, a não sair de casa, ou "melhor", a não existir, se calhar até junto daqueles que são mais próximos. Sabe-se lá por onde andaram!

É, é verdade, estamos a caminhar para o abismo do "irremediavelmente sozinho" ou para o regresso às cavernas, usando a televisão como janela para o outro lado da rua, enquanto não se provar que as ondas que os LCD emitem não têm perigo de contágio. É que, convenhamos, contagiados já estamos nós. Estamos contagiados pela "certeza" de que temos pelo menos 25% de hipóteses de ligar para a linha Saúde 24, mesmo que demorem a atender-nos.

Qual de nós ainda não pensou 1 segundo na hipótese de já ter estado em contacto com uma maçaneta traiçoeira? Qual de nós ainda não equacionou que a dor de garganta, porventura, pode não ser derivada das alterações climáticas mas sim um daqueles 10 sintomas? Pois, o número não pára de aumentar. E não faltam hospitais ao nosso lado com exemplos de pessoas que, como nós, não receavam serem apanhados pelo pré-Tamiflu, mas foram, mas são, e continuarão a ser.

Estamos lixados, e bem lixados. Com o Setembro a chegar e o Outubro (pico) a anunciar-se, parece-me que esta gripe - se calhar inventada por uma qualquer farmaceutica com interesses mundiais, além de nos pôr de molho, vai separar-nos de vez da realidade. Sim, da rua onde, tudo indica, a julgar pela tal publicidade, passará a ser percorrida "apenas" por infectados.

(Para entenderem melhor o que anda a acontecer ao Mundo, e porquê, seja com os vírus, catástrofes naturais e económicas e demais tragédias, ou "limpezas" à escala global, sugiro que procurem informações sobre a Nova Era 2012. Perceberão que nada é por acaso e que até 2012 ainda há muito para se e nos "transformar" num Mundo que, por nosso egoísmo, está a fazer-nos pagar e aprender a tratá-lo melhor.)

domingo, 23 de agosto de 2009

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"Mais Grande"

Quando se dá conta da Vida, sim, daquele percurso cheio de "altos e baixos", começa-se logo a pensar no Grande, no em Grande, no ser Grande, tudo em Grande, nem que seja na mais pequena qualidade. Grande na idade, grande no tamanho, grande na popularidade, grande nos desejos e, não menos vezes, Grande no poder e/ou na riqueza.
Não conheço ninguém, absolutamente ninguém que, pelo menos uma série de vezes, não tenha desejado ser Grande em alguma coisa. Até aqueles que dizem querer ou precisar de "pouco" para poderem ser mais felizes já desejaram ou desejam ser Grandes.
E, se calhar, é aqui que reside um dos principais erros na evolução social, do crescimento enquanto pessoas no meio de outras pessoas, querer-se ser sempre mais, "mais Grande".
Estou em crer que, se por ordem Divina, todos tivéssemos que ser do mesmo "tamanho" - fosse qual fosse o "metier" ou "status", acabaríamos por ser todos mais Felizes, e, por sinal, "mais Grandes" enquanto elos da humanidade. Mas, pelos vistos, não vale a pena repetir esta utópica tese pois, acredito, só perceberemos que ninguém é "mais Grande" do que o outro quando se morre, seja qual for o "dourado" do caixão.

Francisco Moreira
sábado, 22 de agosto de 2009

Paredes

Estou certo de que qualquer um de nós, num primeiro impulso, não se importaria de trocar as assoalhadas que habita no "corre-corre" dos dias para viajar sem bilhete de regresso para uma destas cabanas junto à praia. E mais, a grande maioria de nós não hesitaria dois segundos que fossem em afirmar "a pés juntos" que a troca seria para sempre, e que sempre.
Mas, por outro lado, naquele segundo em que os pés passassem pelo chão, haveria um sem número de estacas que atirariam essa tremenda certeza para o canto do impossível, para o extremo da dúvida, para o lado do "bem, mas...".
O que fazer com a conta da luz? O que fazer com o jantar agendado? O que dizer a todos aqueles laços criados? O que argumentar à vida construída de hábitos?
Pois, no sonho é muito mais fácil colocar um ponto final, basta acordar e está tudo resolvido. Mas quando se trata de conseguir dar nós finais a tudo o que nos rodeia, convenhamos, não há tempo suficiente para lidar com tantas "pontas" inacabadas, com tantos compromissos inadiáveis, com tanta agenda por resolver...
É, afinal, fazer a mala não é assim tão fácil, muito menos quando não podemos levar tudo atrás de nós, até mesmo o que, julgávamos, poderia ser facilmente dispensável.
Mas não custa sonhar, não custa ter a tal certeza instantânea e absoluta de que, naquele paraíso, aí sim, estaríamos completamente melhor, embora imperfeitamente incompletos.
E é por isso que os postais dos nossos desejos, quando tocam, mesmo que ao de leve, no mudar para o "sem dúvida melhor", não passam de meros pretextos indevidamente "mal pesados" para nos podermos continuar a queixar da vida que levamos e dos assuntos que cimentamos. É que não há paraísos paraísos, por mais belos que o olhar nos faça crer. Há é paredes com outras cores, aquelas que tantas vezes esquecemos de pintar e/ou restaurar, enquanto aguardamos pelo "outro lugar", o tal onde, pensando bem, jamais conseguiríamos sobreviver.
Francisco Moreira
sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Aprendiz

Gosto desta relação entre mim e mim; a de aprendiz que usa o que vê e sente para se armar em professor, usando as palavras como balas, independentemente do ricochete provocado pela distracção, aquela que o ângulo permite vezes sem conta à custa da "irreflexão".
Sejamos francos à moda antiga. Afinal, a liberdade é sinónimo de "chamar os bois pelos nomes", e é isso que deveríamos sempre fazer, aprender e partilhar, escorregar e levantar, perder e vencer, de preferência sem grandes penalidades mal assinaladas pelo árbitro que rouba para "quem dá mais". E é esta uma das razões que me leva a escrever por estas bandas, muitas das vezes esquecendo que "toco" e "firo" quem me lê, embora sempre sem intenção.
Quero apenas mostrar o que penso e fazer-me repensar, e, se possível, usar isso para que outros façam o mesmo; que repensem, que hajam, que se levantem e digam "-Estou aqui!".
Mas nem sempre as palavras são bem-ditas ou bem ditas, há letras a mais ou a menos que, por vezes, fazem com que pareçamos bandeiras de guerra, empunhadas em batalhas demasiado pessoais, involuntariamente íntimas.
Cada um sabe "o que a casa gasta", cada um sente por si, mesmo quando o senso comum grita que as regras são universais, que há um "8 e 80" a balizar os passos, seja qual for o número do pé.
Quando escrevo - e escrevo tanta palha, não coloco fotografias conhecidas, e muito menos desconhecidas, à minha frente. Evito auto-bloquear o dicionário que escorre sempre a ritmo acelerado, vertiginoso, afiado, verbalmente poderoso... Quando, na verdade, as minhas provocações nada mais são do que alfinetadas em forma de adjectivos que, supostamente, tentam fazer crer naquilo que a maior parte evita ver.
Não, não vou conseguir mudar o mundo, inclusive o meu, mas, pelo menos, ou pelo mais, vou assinando contratos entre o aprendiz e o professor.
Francisco Moreira

(Des)Fazer

Como fazer rir quem tem vontade de chorar? Como, digam-se lá!?!
Nesta globalização do "fazer tudo e de tudo", há cada vez menos tempo para o primor, para o repenicado, para o prazer de fazer... E é nisso que, convenhamos, se baseiam todas aquelas teses discutidas em todas as esquinas, todas as lojas, todas as fábricas, todas as mesas de jantar.
Não há paciência nem "vontadinha nenhuma" para se fazer tanto - e mal - por tão pouco, no intuito de não se figurar no número dos que optam por não fazer absolutamente nenhum ao lado dos que querem fazer mas não têm idade ou imagem para mostrarem que valem, mesmo valendo por dois ou quatro dos "subsidiados".
E é assim que se caminha, aos tropeções quase parados, neste conformado inconformismo de reclamar por ter e não ter, por fazer sem fazer, por "mandar vir" sem olhar para o espelho...
E é assim que "vamos indo", ao sabor do descontentamento e do sonho terminado em milhões, aqueles que - esses sim! - fariam com que quem nada faz ou nada quer fazer passasse a fazer muito, inclusive pelos outros que, coitados, ainda estão pior do que eles.
Francisco Moreira

Rimel

Há cada vez mais olhos borratados, seja pelas quedas da vida ou pela vida dos passos em falso.
Não gosto nada de ver lágrimas nas mulheres. Fico sempre refém de uma percentagem de solidariedade, por vezes em horas demasiado longas.
Será que os homens não choram? Será que o "rimel" é que funciona como um foco, projectando as lágrimas no feminino?
Sim, eu sei, ouvi dizer que Elas sofrem mais, são mais sensíveis, mais dadas ao expelir incontido, ao mostrá-lo com todas as formas, cruelmente, longamente, eficazmente... Mas, e nós? Sim, e nós homens, como fazemos para sepultar as mesmas dores, as mesmas decepções, os mesmos "não's", os mesmos pesadelos?!
É "de pequenino que se torce o pepino", e na escola dos homens também se chora, ou melhor, diz-se que se chora, embora apenas em "quartos escuros" ou em "cofres invioláveis", daqueles - ambos - para os quais só nós temos a chave.
Francisco Moreira

Torneira

Cinco Euros, o que são cinco Euros? Sim, quanto valem cinco Euros?
Pois, tomáramos nós ter muitas dessas notas cinzentas, com ar deslavado e tamanho indigno para aquilo a que se chama dinheiro.
Mas, na verdade, nós somos uns tesos ricos, daqueles que menosprezam cinco Euros "à boca cheia" mas que, em determinados percalços, daríamos o "tal e cinco tostões" por magníficos cinco Euros. Vá, é só puxar pela memória e não faltarão exemplos!
É uma pena, uma daquelas enormes penas não captarmos que inúmeros de muitos como nós que ficariam "excêntricos" com aqueles quase insultados cinco Euros, aquela pobre nota que quase impedimos que nos entre na carteira, tal é a sua insignificância.
É, somos uns ricaços de primeira, daqueles sem helicóptero privativo mas com carteira e crédito de gente, inclusive quando contamos moedas na esperança de que, naquele instante, perfaçam um Euro e cinquenta cêntimos, o necessário para o café e a garrafa de água, já que não condiz connosco pedir um copo da torneira.

Francisco Moreira

Sanex

Apesar de também folhear as páginas que nada acrescentam aos títulos garrafais, considero que o cor-de-rosa da nossa praça, e das outras praças também, anda a abusar do garrido, assim para o "cor-de-burro-quando-foge".
É que não há ponta por onde se lhe pegue, inclusive naquelas fotografias de telemóvel que o "Manel" vende a €250 e que nada mais reflectem do que uma proximidade de ombros de aproximadamente 10 centímetros. Se ainda mostrassem os "órgãos em acção", vá lá, já poderíamos (ou não!) dizer que as palavras valem tanto como a imagem, ou ter o prazer de dizer que aquele €1,25, afinal, dá para mais do que um rolo de papel higiénico. Mas não, continuamos a viver do "especulosamente deprimente", aquele fofocar à moda do disse que disse com fontes que já não sabem onde ir buscar a água que alimenta este moinho de contos e ditos "possíveis", mas tantas vezes infames.
Não, já não tenho tempo nem letras suficientes para me referir aos que pedem roupa emprestada e saciam a fome com um flute de champanhe e um canapé. Sim, aqueles que dão voltas e mais voltas em 25 metros quadrados, na esperança de que pelo menos um flash os apanhe e que lhes permita - deus Editor queira - aparecer naquele cantinho da página 76, mesmo abaixo da publicidade ao Sanex.
Francisco Moreira

Inverso

Estou no pico das férias, aquelas que em termos de tempo já não tirava há alguns anos. Sim, daquelas férias em "part-time", como agora se usa, para se dizer que se teve férias.
E o problema é que ainda não sei a que sabe a praia versão 2009 nem tão pouco fiz algo de útil por mim, limito-me a deixar passar o tempo, para aqui, para este canto enferrujado pelo ócio, o mesmo canto do dia após dia, do "dolce fare niente" sem sumo de laranja natural ou alvorada de prazer.
Sim, estou para aqui a ver o relógio passar, entre o calendário do desejado e o puzzle sem peças para juntar... É, é mau ter férias sem as ter. Dá aquela sensação de burrice assolapada, em que os culpados somos nós por permitir que o tempo continue a ser, inclusive quando o mandamos para férias, a ser - dizia, um tremendo filho da mãe.
E tu, sim tu!? Estás de férias férias? Ainda bem. É sinal que ainda há quem saiba dar corda ao relógio contornando o inverso que nos tira férias às férias.
Francisco Moreira

Escoriações

E porque o silêncio é uma morte lenta, aqui estou eu novamente a combater as "mordaças" da (também minha!) falta de vontade, com alertas do que vou vendo HOJE na procura de aprender a fazer por ser melhor AMANHÃ.
Não, não sei do que escreverei a partir deste instante, embora, no momento - triste momento, a critica, incluindo a auto-critica, pareça assumir o papel de referência neste "Essências" de inúmeras "Escoriações".
Não, não imagino por quanto tempo escreverei, por quanto tempo aguentarei estes ou outros assuntos, muitos deles sem assunto ou "volta a dar-lhe"... Nem tão pouco confio neste jogo de sílabas que, ao sabor do improviso de ocasião ou estados de espírito, só se compromete em romper o vazio que tenta ligar os meus vários seres e aconteceres, entre o que vi, vejo e pretendo ver.
Por aqui, sem esquecer que também há um aí, tentarei novamente oscilar entre a utopia e a razão de Sonhar, com mais ou menos escoriações, daquelas que ferem cá dentro, mesmo quando se referem aos outros, ou por causa de outros.
Sejam todos Bem-vindos, novamente. E tentem usar o que aqui escrevo para se sararem, que é o que também tentarei fazer, já que o subtítulo é a melhor maneira de captar o objectivo do título, principalmente quando está impregnado de escoriações, daquelas que, acreditem, custam tanto a sarar.
Francisco Moreira
(Uma pequena mas importante nota de agradecimento para todos aqueles que com os seus comentários, muitos por e-mail e SMS, me encorajaram a continuar a escrever. Foi uma das razões que me fez voltar, pelo menos para já... )

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quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Sim, de tudo.

Afinal, a que sabe uma lágrima? Não, não a consigo descrever, mesmo neste "in loco" que me acompanha sem descanso, sem evolução...
E que ausência é esta que também não encontra respostas, inclusive na tal lei da vida que, sem aceitar, também comporta partidas?


Mãe, não sei se sabe, mas continua a ser presente, seja qual for o verbo escolhido para relatar a peripécia em que é personagem principal...
E é desta forma que me iludo, que me tento esquecer daquele telefonema chorado num final de tarde, daquele impossível ao qual ainda não consegui acoplar o acreditar...


Não, as lágrimas jamais serão iguais, inclusive todas estas que continuam a jorrar cá dentro, assim ao jeito de agulhas que me acordam do eterno pesadelo como um estalo...


Mãe, sinto tanto a sua falta. Ainda preciso tanto de Si.
Sim, eu sei que me irá guiar, que continuará a ser aquele farol de esperança, de resolução para tudo, de energia incomparável, de vontade inquebrável, de força destemida... E o que será de si comigo? Como? Quando?


E o que resta como impressão digital? A que me posso agarrar afinal?
A uma fotografia? Ao vestir daquela camisa passada a ferro pela última vez?
A que sabe uma lágrima? A dor?! E a que sabe a dor?


Sim, eu sei que faz questão de me provar que anda por aqui, mesmo por aí, longe daquele "Boa Sorte!" que me desejou todos os dias, em todos os acenares de sorriso orgulhoso nos lábios... Lembra-se dos conselhos repetidos como se eu fosse criança? Os mesmos de há 39 anos?!
É, também sinto falta deles.


Que medo é este de não conseguir sobreviver como era, de não ter coragem para discordar do "É a vida!"? Pois, claro, todos partiremos. Pelo menos é o que dizem... E eu ainda não o quero ver.


Mãe, sabe do que é que mais tenho medo? É de um dia perceber que não vou vê-la amanhã. É de um dia aceitar que a nossa história acabou. É de um dia acordar sem esta pressa de adormecer para que o próximo dia chegue, consigo.


Não, as lágrimas não acabam. Nem tão pouco encontro a tal impressão digital que o coração promete guardar para sempre...
Afinal, o que é preciso para secar uma lágrima, para eliminar a dor? Tempo?! Que tempo?! Não há tempo para um tempo que deixou de o ser pela simples razão de só um ponteiro avançar, mesmo estando parado.


Mãe, sabe do que tenho mais saudade? De tudo.


Francisco Moreira

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quarta-feira, 19 de agosto de 2009

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terça-feira, 18 de agosto de 2009

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segunda-feira, 17 de agosto de 2009

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domingo, 16 de agosto de 2009

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sábado, 15 de agosto de 2009

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sexta-feira, 14 de agosto de 2009

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quinta-feira, 13 de agosto de 2009

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quarta-feira, 12 de agosto de 2009

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Mãe, se quer que lhe diga aquilo que sei que sabe, hoje continuo a sentir-me assim,... seco, sozinho, sem rumo, enfraquecido, ingloriamente insatisfeito por não ter feito o tanto quanto podia, o tanto quanto você merecia, o tanto quanto hoje teria feito. Sim, sinto-me numa reflexão incessante, perturbadora e, aparentemente, incontornável, entre o vazio e a vida, aquela que um filho transporta, neste caso, o teu mais recente neto, e aquela outra vida, a minha consigo, que perdeu o muito do sentido, o muito do rumo que sempre me levou até si.
Para onde irei amanhã?! Onde a encontrarei hoje?! Que valor posso dar ao ontem?!
Repare, até parece que deixei de saber escrever, tamanha é a dificuldade em encontrar adjectivos, verbos e outros termos que sejam suficientemente exímios no expressar daquilo que me ofusca outras vontades, outros passos, outras vidas que não apenas a nossa, a deste seu filho consigo... Sinto-me enjaulado em mim mesmo, apesar dos disfarces com que tento ofuscar as preocupações de terceiros, apesar dos verdejantes ramos que, felizmente, dão e darão brilho ao meu jardim... Falta lá você, aquele imponente e verdadeiro candeeiro cheio de luz, aquele oxigénio puro e sincero, aquele colorir numa penada...
Não, não vou desistir. Não, não me vou transformar. Não, não a vou desiludir. Mas, sete dias depois, continuo para aqui, entre os abraços, lágrimas, fotografias, sorrisos e palavras de todos aqueles - e são muitos - a quem vou mentindo neste entretanto que me bloqueia a cada virgula, a cada pensamento, a cada minuto... E é por isso que as reticências, no fundo, conseguem, no momento, ser a (minha) melhor definição de mim sem si.

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terça-feira, 11 de agosto de 2009

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segunda-feira, 10 de agosto de 2009

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domingo, 9 de agosto de 2009

- Mãe, Você é Eterna!

Nenhuma partida é fácil
Principalmente aquela que dói por dentro…
Sim, e tal como a dor, a Saudade também fica
O exemplo fica
Mas a missão prossegue...
Porque o adeus não existe,
A partida é um “Até Já”.
E, no entretanto,…
Nós, sim, nós continuamos…
Uns com os outros,
Uns nos outros.
Porque Mãe é sinónimo de continuação,
Mãe é sinónimo de Vida.
E, seja aqui ou noutro lugar,
O Amor Vencerá
Naquela recordação,
Naquela imagem,
Naquela palavra,
Naquele objecto,
Naquela gargalhada
Naquele sentir,
No hoje e no amanhã…
É por isso que Mãe é Sempre.
E, melhor ainda,
Mãe, é para Sempre!


Francisco Moreira

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sábado, 8 de agosto de 2009

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sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Mãe, Até Já!

É assim que a vejo Mãe, é assim que a Sinto, é assim que a vejo Partir... Eu sei, eu sei que HOJE são só "matérias" de uma Vida feita de Vida, de uma Lágrima feita de Memórias, tão frescas, de uma Luz que, desejo, me Ilumine para Sempre.
Mais daqui a pouco, se não conseguir dizer todo o TANTO que tenho para lhe transmitir, registe que nunca imaginei merecer tamanha Dádiva, a de ter uma Mulher tão Extraordinária, tão Amiga, tão Presente, tão Única, tão Mãe.
Sim, vou manter-me por aqui, com uma tristeza profunda e uma saudade inquantificável, mas certo de que, sempre que necessitar, Você, como sempre fez, vai Ajudar-me, sim, ajudar-me a ser o tal filho que tanto a AMA.
Devo-lhe tanto, tanto... E não sei como retribuir, não sei mais o que dizer, não sei o que fazer...!
Parta em Paz - eu sei que está em Paz - e, por favor, ajude-me a manter acesa a Alegria com que sempre me (nos) contagiou.
HOJE, se conseguir, tentarei sorrir, como se tudo se mantivesse Igual, desta feita com a Mãe numa outra Vida, ainda melhor.
Obrigado, principalmente por ser a Melhor Mãe do Mundo. Há muito que descobri que, afinal, ela Existe, e ela é, indubitavelmente, VOCÊ, MÃE.
quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Obrigado Mãe!

HOJE,... O Primeiro Dia sem Si, mas Consigo.
quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Obrigado Mãe!

A Dª Ilda Partiu,... Mas Voará Sempre onde quer que eu Esteja.

Se há Eternidade, Mãe, Você é a Eternidade.

Boa Sorte!

É Agora, Mãe!
Você Consegue!
Lembre-se, ainda Preciso muito de Si!

Boa Sorte!

Preciso tanto de Si, Mãe!
terça-feira, 4 de agosto de 2009

Boa Sorte!

Ontem, 2 de Agosto, a Vela da minha Existência completou 80 Anos. Arranjei maneira de ela ir ter comigo a um Pic-Nic Radiofónico com alguns milhares de pessoas e consegui colocá-la a falar em directo para a "minha" Rádio. Sim, a contar acerca de como faz (para mim) o famoso arroz de frango que tanto, tanto aprecio...
Hoje, infelizmente, quando cheguei a casa dela, não vi o arroz de frango prometido no seu dia de anos, mas sim uma Vela mais fraca, embora a tentar disfarçar, e como ela é convincente. Fiquei alarmado.
Pedi-lhe que amanhã me fizesse o arroz de frango em falta, e ela disse que sim, imediatamente antes do "Boa Sorte" que me acompanha todos os dias... E esta noite, fiquei a saber que não terá hipótese de o fazer, mas amanhã, quando a for ver - naquele outro lugar onde está a lutar pela Vida com risadas ensurdecedoras, vou obrigá-la a prometer que cumpre a promessa. Afinal, foi ela que me fez ser assim, tão cumpridor, foi ela que me viciou neste sentir que sou Nada sem ela.
Mãe, preciso tanto de SI!

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Sempre algures entre o hoje e o amanhã, sem esquecer a memória.

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Escrito por uma Deusa e um Sonhador... em nome de um Ângelo

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