sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Velas & Fósforos

Estou para aqui a pensar na quantidade de vezes que nos queixamos da vida, principalmente da nossa, mesmo que só o façamos para os nossos botões... Às vezes acho que somos uma espécie de vela de cemitério que, mesmo acesa, dá sempre a ideia de que irá apagar a qualquer instante, mesmo que dure até ao "tutano".
E, neste pensar de mim para mim, espantem-se, cheguei à conclusão que a matemática, sem ser a dos cifrões, pode dar uma ajuda, por mais ajudinha que possa parecer. Como?
Pensem comigo.
Se em todos os dias de 1 ano, numa espécie de caderno aos quadradinhos, colocássemos cruzes em cada um dos dias tipo: ontem "x" no correu mal, hoje "x" no correu mais ou menos e no dia seguinte "x" no correu bem, estou certo de que, quando fizéssemos as contas, bem feitas, chegaríamos à conclusão de que, afinal, são mais os dias bons do que os dias maus. Ora pensem lá bem!
É uma grande verdade, e nem é preciso fazer estas contas parvas. Basta pensar e responder honestamente ao seguinte:
- Temos acidentes todos os dias?
- Temos tristezas todos os dias?
- Temos azares todos os dias?
- Choramos todos os dias?
Pois. Foi o que eu pensei. Que choramingamos mais do que deveríamos. E, muitas das vezes, dizemos que está tudo mal sem que hajam, de facto, factos para comprová-lo, ou seja, habituamo-nos ao "vai-se andando", ao "tem que ser" ou ao "não tenho sorte nenhuma", como se essas muletas fossem uma espécie de retrato do que são os dias, sem sê-lo verdadeiramente.
O problema é sermos velas e manifestarmos que somos fósforos, ainda por cima daqueles que alegam ter sempre o azar de ter o vento contra, sem grande chama mas sempre com fumo, e do negro.
Em resumo, se ficássemos tristes quando as coisas não correm bem e felizes quando não correm mal, acreditem, andaríamos todos muito mais sorridentes. É que, assumamos, são muito poucos os dias no ano em que as coisas nos correm mal. Verdade?
Francisco Moreira

Chuva Chuvinha

É BOM ver chegar esta chuva para limpar um pouco desta pesada energia, mais cinzenta, que, nesta altura do ano, caso ainda não tenham reparado, instala-se em cada um de nós, mais nuns do que noutros. Não, não me refiro ao Outono-Inverno nem tão pouco aos "estares" do S. Pedro. Mas, perdoem e permitam, não vou aprofundar o assunto.
É sempre BOM termos como minimizar estes sentires... À custa destas águas que, com mais ou menos precipitação, nos ajudará a ultrapassar estes dias, de todos os anos.

Francisco Moreira
quinta-feira, 28 de outubro de 2010

"Prontos"

O serviço militar obrigatório (sim, sou do tempo em que se tinha que ir para a tropa!) deu-me algumas aulas extra que continuam a marcar presença assídua no meu quotidiano, umas melhores do que outras, como em tudo na vida.
Permitam então que me refira às lições/constatações menos "interessantes"...
Foi na tropa que perdi o cabelo, foi na tropa que aprendi a beber cerveja (com bolas de Berlim) logo pela manhã e foi na tropa que aprendi a dizer mais palavrões do que palavras em determinadas frases.
E é acerca dos palavrões que, neste momento, me apetece dissertar, principalmente por já fazerem parte da maioria dos dicionários, independentemente do nível social e cultural que cada um pratique.
Confesso que digo muitos palavrões, e refiro-me aquelas palavras que, neste e noutros cantinhos - embora muito raramente, identifico com "****" (não, não escrevo palavrões, apesar de os dizer). Sim, refiro-me a esses palavrões.
Não sou fã do uso de palavrões, sejam eles ditos ou escritos, sejam eles pensados e sentidos ou nem por isso. Não gosto e ponto final. Nem todos podemos ser adeptos do "Valadares".
Mais, sou um daqueles "crentes" que, mesmo falhando vezes sem conta, tenta eliminar essas "palavras" do vocabulário do dia-a-dia. E como é que faço para me corrigir? Limito-me a ouvi-los das bocas dos outros e, ao assimilá-los, tento dizer-me que: se não gosto de os ouvir nos outros certamente que os outros não gostarão de os ouvir em mim. (Ver as nossas costas nas costas dos outros é das melhores lições que podemos ter, a vários níveis.)
Por isso, vou "ensinar-vos" uma técnica que funcionou muito bem comigo, à umas décadas, pegando num exemplo a que dou o título de: "Prontos".
Uma colega de liceu, exímia aluna, de nome Cristina Vaz, parceira de carteira numa determinada disciplina (talvez Português - risos), passou todo um ano lectivo a corrigir-me de cada vez que eu dizia "prontos", em vez do correcto "pronto". Até me pode ter custado a "engolir" as tantas vezes que ouvi aquele: "não é prontos, é pronto" mas, graças a isso, posso afirmar que só me ouvem dizer "prontos" em jeito de brincadeira.
Assim sendo, embora pareça mais difícil corrigir o "prontos" do que os "****", agradeço que me auxiliem nesta "boa causa", a de falar com todas as sílabas sem ter que recorrer ao palavrão. Porquê? Porque sim. Pronto.

Francisco Moreira

(eu sei que, em algumas situações, os palavrões são as expressões mais identificativas do que se pensa ou sente, mas não têm nem devem ser as mais apropriadas)
quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Depois Vê-se

Gosto de olhar nos olhos, de ler a verdade que aquelas "lentes" nos ajudam a decifrar, mesmo quando o olhar se desvia, ou tenta desviar, mesmo quando não interessa, mesmo quando vale menos que zero.
Se os olhos fossem semáforos, conseguindo mostrar a verdade em pleno - com recurso ao verde e ao vermelho, estou em crer que seríamos todos mais abençoados pela condução de vidas mais verdadeiras, pela necessidade de aprender que mais vale "ser" do que "parecer", principalmente naqueles casos em que se julga que o amanhã não revelará as entrelinhas dos "piscares" intermitentes com que disfarçamos a todo o instante. Aqueles "piscares" que tantas vezes fazem vacilar a voz e, a custo, quase fazem cair por terra aquilo que a boca emite.
Onde quero chegar? Àquilo que somos, ao adulterar constante da natureza humana (ou não!), à custa daquela tal aula extra que nos ensinou a desviar o olhar sempre que dá "jeito"...
Se os olhos fossem semáforos, como facilmente se imagina, passaríamos grande parte do nosso tempo a ter acidentes e a tentar resolvê-los, aqueles acidentes que provocamos com palavras, fiando-nos na prioridade da esperteza, assim ao jeito do "depois vê-se".

Francisco Moreira
terça-feira, 26 de outubro de 2010

(Re)Conheces-te?

É incrível como o "CR7", ou melhor, o Cristiano Ronaldo, consegue gerar tantos ódios de estimação. Não há semana em que não se leia tantos ataques à sua pessoa, e é para esta questão que quero chamar a vossa atenção.
Por que é que o atacam tanto? Com que bases?
Pois, também eu me faço estas perguntas. Mas, infelizmente, imagino que sentirá ele, é um facto que o rapaz é atacado por todos os lados e mais alguns, mesmo quando faz bem aquilo a que se propõe, profissionalmente falando. (por é nesta matéria que o conhecemos)
Também imagino e verifico que há quem o adore. Não é o meu caso. Aprecio-o enquanto jogador e, sublinho, aprecio o quão alto eleva a bandeira do nosso País, mesmo quando uma boa percentagem de nós o critica, sem saber bem porquê, ou melhor, porque sim.
Não, não o conheço pessoalmente. Mas conheço algumas pessoas que o conhecem e dizem que é uma pessoa "banal", com as qualidades e defeitos que cada um de nós tem. Mas, não podendo mostrá-lo e demonstrá-lo individualmente a cada um dos que o criticam (enquanto pessoa), limita-se a, imagino, "passar ao lado", provavelmente agarrado aos que o estimam e enaltecem, como qualquer um de nós faz.
Em resumo, recorrendo a este exemplo que não passa indiferente a ninguém, tento sublinhar que o deveríamos ter em atenção de cada vez que dizemos com todas as letras que odiamos alguém, sem o conhecer, sequer.
É que; cometemos este erro constantemente mas não admitimos que o cometam connosco. Já que, assumamos, os outros é que não nos conhecem, já que somos as pessoas mais maravilhosas do mundo, ou andamos lá perto. Certo?!
Francisco Moreira

Sim, não ou Talvez?

A pretexto da notícia de casamento de uma amiga minha este fim-de-semana, e sem querer "agoirar", porque quero muito que seja muito feliz no seu enlace, dei comigo e com os meus botões a falarem daquilo que ouço e "sinto" serem a grande maioria dos novos "enforcamentos".
Não, não sou casado, apesar de aparentar ser um eterno noivo (risos). Mas, e levando a conversa para onde pretendo, pelo que "vejo", a balança dos casamentos vai "de mal a pior", principalmente por se "dar o nó" sem se conhecer o outro e, principalmente, o próprio, isto em termos de convivência dentro de novas quatro paredes.
Acho - e aceito me me digam que estou errado - que uma grande parte dos casamentos de hoje vivem daquela "embriaguez" das circunstâncias, da "necessidade" de avançar, da semi-vontade de experimentar.
Quantos noivos, nos dias que correm, acham mesmo que o "sim" é para sempre? (não sigo que não o queiram!) Quantas noivas acreditam no príncipe encantado? Quantos sinais são dados em contrário (quando são) e, mesmo assim, avança-se?...
Sim, eu também sei que os dias de hoje são diferentes e que têm a gigante vantagem de "permitir" que se possa colocar um ponto final naquilo que, pela veia do, por vezes, "falso encantamento", eram brilhantes reticências.
Sim, também encontro exemplos de casamentos duradoiros, daqueles que aparentam ser para sempre, e que, provavelmente, o serão, felizmente.
Mas, voltando à balança dos novos "enforcamentos", e para evitar tantas partilhas, principalmente emocionais e depressivas, aproveito a oportunidade para sublinhar (e equacionar) que se pouparia muito (aos próprios e aos próximos dos próprios) se se optasse por fazer a lua-de-mel antes do "sim", principalmente quando os "sim", quando avaliados com verdade, em tantos casos, são uns reticentes "talvez".
Se eu casaria? Se eu casarei? Sim.
Porquê? Porque as minhas reticências de hoje têm respostas, daquelas que só se conseguem quando já se está "casado", e bem casado em tempo considerado útil.
Francisco Moreira
segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Aladino

Um dia destes peço ao Aladino para me mandar entregar em casa os "3 Desejos" a que tenho direito, e que ainda não usei.
Sim, ainda estão intactos. Como? Simples, vou recorrendo a clones, guardando os "verdadeiros" e "mais importantes" desejos para dias piores.
Que desejos são esses? Bem, aviso já, não passam pelo "Euromilhões" dos tostões mas sim pela "Lotaria" das essências humanas. Gostava imenso que todos fossemos felizes, mas felizes a 100%, com direito a uma espécie de TI (tudo incluído): saúde, bem-estar e alegria.
Sim, vestia-nos a todos de palhaços e atirava-nos para as ruas, para os parques, para uma espécie de sociedade onde todos tivéssemos que interagir sem interesse, ou melhor, com o mesmo interesse, sermos autênticos e muito melhores do que dizemos ser.
O (meu) Aladino, a esta hora, e se estiver a ler-me com todas as letras, deve estar a dar voltas à lâmpada, com a ideia de que é muito mais fácil satisfazer um pobre que quer ser milionário do que este sonhador com a mania (momentâneamente repetida) de que a Vida também se vive, e Bem.
Francisco Moreira
sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Prato do Dia

Há quem viva demasiadas horas confortavelmente instalado nos próprios pensamentos, como se se tratasse de uma vida alternativa mais interessante, embora mais "monologante", numa espécie de fuga à realidade, só porque é mais fácil resolver os problemas no imaginário, sem correr riscos ou eventuais sanções.
É demasiado fácil tratar dos assuntos e arranjar novos temas num qualquer pensamento ao instante, ao ponto de, quando se vive lá tempo demais, chegar-se a confundir o presente com o sonho. Isto para não falar daqueles momentos em que se usa o pensamento para viver no "futuro", repatriando para parte incerta a verdade dos factos, aqueles que se chegam a plantar num canteiro desprezado do qual, queiramos ou não, pensemos ou não, só sairemos quando "partirmos".
Não, não faz mal sonhar. Não, não se paga IVA a 23%. Não, não se morre disso, por enquanto.
Mas, mesmo vivendo naquela nuvem de arco-íris, que tantas vezes serve para tapar as outras nuvens, as das "trovoadas", convém não esquecer o mais importante: a imaginação deve ser sempre um condimento extra para usar no cozinhado dos dias, sejam ele feito de "guisado de barreiras" ou "cozido de objectivos". É que, afinal, por muito boa que pareça a comida do mais colorido "restaurante", ela jamais superará o "prato do dia", mesmo que a ementa aparente estar em ruínas.
Francisco Moreira
quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Início de Nós

Um dia destes encontrei-me. Cumprimentei-me, perguntei por mim e, vá-se lá saber porquê, dei comigo a tentar cravar a mim mesmo para mudarmos de personagem. Eu queria tanto ser eu! - Este poderia muito bem ser o resumo de uma curta conversa entre o que somos e o que queríamos e deveríamos ser, enquanto pessoas, enquanto seres solidários, enquanto seres íntegros, enquanto seres emocionais, enquanto seres construtivos, enquanto seres na procura da felicidade.
Mas, erradamente, optamos por ter outros tipos de diálogo entre nós e nós, sempre ao jeito das reclamações, pressuposições e desistências, porque - dizemo-nos - a vida assim o obriga, com as suas rédeas curtas, objectivas, com os seus tentáculos económico-sociais da era da globalização. Quem avança sobrevive, quem relaxa enterra-se.
Onde quero eu chegar com esta confusa troca de galhardetes? À essência do ser, em litígio com o acontecer.
Acredito que todos temos um lado bom, humano e feliz mas... Com esta mania viciante de ser mais e melhor, acabamos por perder-nos no "brilho" do cinzentismo, este descarrilar galopante e asfixiante a que - sabemos e interiorizamos - chamamos sobrevivência, nesta dita selva de vaidades, neste faz de conta sem rede, nesta loucura escondida, nesta depressão depreciativa... neste vai-vem que nunca nos deixa chegar onde deveríamos estar sempre, ou seja, no início de Nós.
Francisco Moreira
quarta-feira, 20 de outubro de 2010

É Natal a 26,5%

Hoje, acreditem, passo por cá para vos dar nas "orelhas". Então, já chegou o Natal e ninguém me disse nada?!? Também gosto de andar informado, sabiam?!

Foi preciso eu passar por uma "dessas" lojas e, espantado, ler o pensamento de um Pai Natal - daqueles a subir a escada - que, ao chamar-me de lorpa, porque ainda não tratei de nada, absolutamente nada, me catalogou de "terceiromundista desinformado". Confesso que me senti um "outsider".

Que dia é hoje? Sim, tenho calendário. Sim, sei que é dia 20 de Outubro. E daí?!

Estou chateado porque já tenho pouco tempo para pensar na árvore, ver se o mealheiro continua vazio, imaginar se receberei peúgas ou cuecas embrulhadas em papel do "Lidl" ou, inclusive, se o fato de Pai Natal me serve, para, pela primeira vez, "assustar" o puto, à custa de umas barbas descoloridas.

Estou mesmo chateado com cada um de vós. Já é Natal em algumas montras e ninguém me transmitiu a informação!? Isso não se faz.

Bem, tenho que ir depressa ao banco da esquina, para ver se, por acaso, já está disponível um daqueles créditos fantásticos que nos convidam a pagar uma posta de bacalhau em 12 vezes com juros - também eles fantásticos - a 26,5%, desta feita enfeitados pela irrecusável oferta de 3 batatas cozidas e grelos salteados, isto se não me quiser endividar com um tal de peru.

Francisco Moreira

terça-feira, 19 de outubro de 2010

A Lava e o Vulcão

Há quem me avalie e me defina como uma rocha, ou um rochedo, já que há diferenças, pelo menos para mim. Presumo que será este meu ar sério, demasiado sério, por vezes envolto em "arame-farpado" que me cola ao cinzentismo de certos olhares, na óptica deles, claro.
Costumo dizer que isso, o tal "ar", é uma espécie de defesa, uma defesa feita de ataques, por vezes mudos, que, acima de tudo, visam separar o "trigo do joio", a verdade da aparência, o sentir do fazer de conta. Afinal, como se percebe, a vida ensina-nos a compreender que é demasiado curta, demasiado rápida, demasiado fugaz... mesmo quando intensa e repleta de histórias, de "passados"...
Confesso que prefiro perder uma hora a conversar sobre "nada" do que 1 minuto a dar tempo de antena a quem acho que não merece a minha atenção.
Injusto? Incorrecto? Egoísta? Talvez, e porque não?!? Sou eu quem arcará com os resultados. E, se assim é, porque não ser digno de ter preferências, por mais ocas que possam parecer?!
Mas também sou rochedo, e isso é incontornável. Sou orgulhoso, teimoso, irritante, perseverante... e erro, tantas vezes. Mas, por outro lado, o do ser rocha, também deve ser colocado na balança das contas, já que sou generoso, amigo, conselheiro... e autêntico. E, mesmo querendo e fazendo por mudar em tantas coisas, chego à conclusão que o processo será mais demorado do que eu e os outros (os mais próximos) desejariam. E porquê? Porque, simplesmente, não consigo deixar de ser um vulcão em constante erupção, para o sim e para o não, dependendo da "lava" que me é servida ao minuto, já que o talvez não faz parte do meu vocabulário, principalmente em termos de sentires.

Francisco Moreira

Ponteiros em Desalinho

Ando assim com algumas saudades dos meus textos por estas e outras bandas, aquela troca de palavras, ora frias, ora quentes, mas sempre, pelo menos para mim (!), na medida certa, à medida do momento, ao instante, ao virar do pensamento, como gosto de dizer e sublinhar. É. Infelizmente tenho andado a escrever pouco, e com menos sumo ainda, ao ponto de dedicar apenas 5 minutos diários a este meu cantinho, do qual gosto tanto. Mas, convenhamos, mais vale escrever pouco e escrever do que cair na rotina do desaparecimento de outros tantos blogues que, com a falta de um dia e de outro de oxigénio, acabaram por se auto-sufocar no palco das ausências. Eu, pelo menos, sou um ausente que teima em ser presente, um ausente que vem cá várias vezes ao dia, para ler os comentários e, na falta de respostas, garantir-me/te que amanhã ou depois de amanhã todos merecerão a tal "resposta".
É. Perdoem a fraca qualidade dos textos dos últimos tempos aqui tenho publicado mas, quando o relógio manda mais do que devia, há sempre algo que acaba por sofrer com o esticar da corda... dos ponteiros, sempre em desalinho para com o que faço dos meus dias, inclusive quando páro para não fazer rigorosamente nada.

Francisco Moreira
segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Aparecer v. Parecer

É, porventura, dos melhores escudos que já se inventaram, seja para nos esconder o sono, proteger dos desejos, dos receios ou de outras coisas quaisquer. Sim, claro, refiro-me aos óculos, ditos de sol.
Cá por mim, mesmo quando chove, não prescindo da sua companhia, da sua moleta, da sua sabedoria em forma de paciência, ou melhor, sob a forma de contenção.
Provavelmente, e sem que quase ninguém se aperceba ou lhes faça uma justa homenagem, os óculos de sol são definitivamente uns fieis aliados, principalmente naquelas alturas em que nos queremos esconder do mundo (mesmo quando o corpo marca presença), quando nos queremos proteger dos comentários e pensamentos de terceiros acerca de nós, aqueles seres que têm necessidade de aparecer sem "parecer".
Francisco Moreira
sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Ruas de Ontem

Ontem, a meio da tarde, num dos meus percursos habituais, repetitivos - acrescente-se, dei comigo a observar as pessoas, principalmente os peões.
Num ápice, reparei "chocado" na agitação que me rodeava, uns mais apressados, uns mais "sem ter que fazer", outros em "fim-de-semana", sim, a meio da semana, todos nas suas vidinhas.
Há umas décadas, no meu tempo de criança, até "ficava mal" sair à rua durante o "dia útil", já que poucas almas se viam nos passeios, além das donas de casa, entre uma e outra soleira. Carros? De meia em meia hora, lá passava um autocarro, também ele vazio, já que estava toda a gente a trabalhar. (presumo que os desempregados estavam "envergonhados" em casa, o que não acontece hoje)
As ruas estavam sempre vazias, entregues aos cães, aos gatos e ao silêncio sossegado de mais um dia de trabalho... de todos.
Obviamente que não estou a referir-me à elevada taxa de desemprego, embora não a possa contornar, nestas ruas apinhadas de gente em horário de expediente, mas sim às novas rotinas, aos novos horários laborais, aos "fins-de-semana" a meio da semana, à vida que, à custa da necessidade de dar mais horas aos dias, transformou-nos em seres sem horário fixo, sem a ordem sossegada daqueles tempos.
Se concordo? Se discordo? Não sei. Por um lado acho positivo, por outro nem por isso. Mas, com este texto, basicamente, apeteceu-me chamar a atenção para a gigante diferença entre as ruas de ontem e as ruas de hoje. E que diferença!
Francisco Moreira
quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Brincalhões

Estamos a necessitar com alguma urgência de voltar a brincar, de desviar o pensamento para caminhos menos penosos, menos sufocantes, mais interessantes. Estamos a precisar de jogar sem risco de mais e mais débitos. Lembram-se de quando perdiam horas a jogar um qualquer jogo? Lembram-se de como as preocupações eram outras? Lembram-se do quanto se divertiam, sem se preocuparem com o hoje e muito menos com o amanhã?
Pois. É a isso que me refiro. A esta triste troca de jogos a que a idade e - diz-se (!) - a realidade dos dias nos impôs, trocando um qualquer "labirinto" por um "saldo bancário".
Claro que há quem continue a jogar, nos intervalos (ou não!), aproveitando o "fato e gravata" para brincar às "escondidas", por exemplo, num qualquer "Facebook", como se isso permitisse voltar ao tempo em que se ia ver a resposta na penúltima folha do jornal.

Francisco Moreira

Inferno a Nu

Querem apostar comigo que vão começar a aparecer, um pouco por todo o mundo, relatos bizarros, tristes e surpreendentes do que aconteceu naqueles 70 dias a centenas de metros de profundidade?
Os media já estão, certamente, a esgravatar junto dos vizinhos, dos familiares - inclusive os "pouco bem-vindos" - e dos sobreviventes (com ofertas de dinheiro e/ou visibilidade), tudo em nome da curiosidade alheia, a mesma que "lacrimejou" com a salvação e que, assumamos, passadas as primeiras horas, está ávida de saber o que aconteceu lá dentro, no inferno.
Francisco Moreira
quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Escuras v. Claras

Hoje, como muitos dos que têm assistido às viagens da "Fenix", tentei colocar-me no lugar dos "33" e imaginar se conseguiria aguentar os quase 70 dias, ali, naquela "escuridão", naquela prisão, naquele sobreviver ao minuto.
É obra! E das grandes, não só pela salvação, mas principalmente pela força que, quando quer, o homem consegue ir buscar, provavelmente sem saber onde.
Este é um daqueles exemplos que nos comprova que, afinal, a força depende muito da vontade, a vontade de viver.
Francisco Moreira
terça-feira, 12 de outubro de 2010

Burrice

Um dia destes deveríamos olhar com especial atenção à volta do mundo das crianças e reparar nos seus desenhos (não é que o meu já desenhe, ainda me pede para eu desenhar aviões), tão somente para percebermos porque é que as crianças vivem em mundos mais sorridentes do que nós, os sabidos adultos. Sim, claro, tem tudo a ver com as cores, com a imposição do uso das cores, aquela técnica que contrapomos com a urgência e necessidade de "ganhar mais", de "conseguir chegar mais longe", de "construir um amanhã".
Se nos déssemos ao trabalho de pintar os nossos dias com cores mais coloridas, estou em crer que seríamos mais sorridentes, menos cinzentos. Mas não, todo e qualquer cinzentinho serve para pintarmos a manta de negro, e do mais escuro que há. Manias, dirão muitos. Modas, dirão outros tantos. Burrice, digo eu.

Francisco Moreira
segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Rio da Atenção

Um dia destes alugo um barco, meto lá dentro aquelas tantas pessoas com quem adoro conversar e meto-me ao rio, ao rio da atenção, só para poder fazer algo que aprecio imenso, estar com pessoas que aprecio, que admiro, que me fazem bem.
É que, infelizmente, sofro de um grande mal que, estou em crer, está a transformar-se numa terrível moda dos tempos: não ter tempo para falar de tudo e do nada, sem cronómetro, com todas aquelas pessoas de quem gosto, e são tantas, mas tantas.
Pior do que não conversar com elas, é estar no mesmo espaço e não ter disponibilidade temporal para o fazer, limitando os encontros ao "então, está tudo bem?!", já à espera daquela resposta de sempre, a do costume: "sim, e tu?!?".
Confesso que fico assim "para o triste" por não ter tantas oportunidades como isso para falar horas a fio com quem aprecio, a quem gosto de ouvir e a quem gosto de falar (e sou um fala-barato!)... Não são raras as vezes em que me apetece pegar no telefone e perguntar se o meu interlocutor terá umas 2 ou 3 horas para falarmos do que nos vier à cabeça, sem a obrigatoriedade de uma alinhamento em termos de contexto.
Adoro falar, adoro conversar, adoro ouvir e contar histórias, reaprender com as opiniões, equacionar mudanças, defender teses e, acima de tudo, rever pessoas que aprecio, sejam elas mais ou menos distantes, no tempo e/ou na geografia dos dias.
E penitencio-me, e muito, pelas vezes, algumas, em que estou perto de tantas dessas tantas pessoas e, pelas circunstâncias (malditas ou benditas), vejo-me obrigado ao cumprimento da praxe, o tal do "tudo bem?" seguido do "vai-se andando".
Tenho mesmo que comprar um barco e tirar-lhe os remos, para poder andar com todos, rio abaixo e rio acima, sem ondas, sem tempestades, com tempo.
Francisco Moreira

Especiaria da Vida

É tão BOM quando ficamos felizes com a Felicidade de um filho. Será esta a principal e tão desejada especiaria da vida?
Se não é, acredito que estará lá perto, tamanho é o tempero com que nos brinda.

Francisco Moreira
domingo, 10 de outubro de 2010

Parabéns, Filho!

O sol está quase a nascer e eu estou para aqui, em frente a um teclado, cansado, pouco inspirado, mas com vontade e a "necessidade" de assinalar a efeméride, a que reporta que fui Pai há precisamente 2 anos.
O que dizer? O que estarei eu a sentir? Como resumir este turbilhão de sensações provocadas pela memória recente e ainda mais recente?
Poderia limitar-me a sublinhar o compreensível (imagino!): "o meu filho é o melhor filho do mundo", como dizem, pensam e sentem todos os Pais por este universo fora. Mas não, não quero ir por aí.
Recordo-me daquele meu "sofrimento" numa escada do hospital, ali, à meia-noite certinha, quase às escuras, a pedir por tudo que o meu Filho e a Mãe estivessem e ficassem bem...
Se rezei? Sim, porque não assumi-lo?! E com fé, muita fé.
Hoje, volvidos 2 anos, e a poucas horas de festejar o acontecimento, ao olhar para esta fotografia, só me apetece dizer que tudo isto tem sido a mais marcante experiência da minha vida, e já tenho algumas cicatrizes profundas - convém dizê-lo.
Mas, neste momento, só me apetece rezar vezes sem conta e implorar a todos os Deuses (a começar pelo meu) que permitam que continue a ver o meu Filho Feliz, esteja eu onde estiver, por lá ou por aqui. É que, hoje, e ao longo destes mais de 700 dias, tenho reaprendido a viver à custa de um Ser de Luz que me comprova que a Vida também se Vive, mesmo quando as reticências da "partida" tentam ofuscar a plenitude da felicidade.
Estou feliz... embora algo triste. Feliz porque o meu filho é feliz. Triste por não ter a minha Mãe a assistir a tudo isto, do alto das suas gargalhadas, do alto do seu saber, com aquela lágrima feliz a contornar-lhe o rosto, a mesma que tento travar em mim neste preciso momento...
Porque é que não podemos ter tudo? Ainda não encontrei resposta. Mas, acreditem, uma coisa é certa, hoje, quando me refiro a reticências, também as associo a ELE, a continuação dela, de mim e de todos os muitos que contribuíram para que eu tenha um imenso orgulho em poder desfrutar da companhia deste Ângelo, perdão, deste Anjo.
Parabéns, Filho!
Francisco Moreira
* Não posso de maneira nenhuma deixar de sublinhar que, mesmo perdendo a melhor Mãe do mundo, a minha, foi recompensado em dobro, com outra melhor Mãe do mundo, a Mãe do melhor filho do mundo, o nosso.
sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Ver Navios

São muitos os que se queixam de andar constantemente a "ver navios". Isto, refira-se, sem perceberem que, na maior parte das vezes, para se "ver navios", é preciso mudar de costa, seja em termos de localização geográfica ou em termos de pensamento. O mar é vasto... e as costas também, já que são mais que muitas. Nesta nossa mania de sermos marinheiros de água doce, sempre a queixarmo-nos do sal das ondas que nos afectam, qual lágrimas derramadas (!), talvez seja bom perceber-se de uma vez por todas que a vida não é feita exclusivamente de rios mas também de marés, independentemente da nossa vontade, independentemente do colete "salva-vidas" da moda.
Mais do que ficar a "ver navios", sem os ver, é importante embarcar, de preferência com rumo traçado, mesmo que se ancore, porventura, em praias menos paradisíacas, menos "familiares".

Francisco Moreira
quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Nós de Nós

Estamos a precisar de unir os pontos que vamos deixando espalhados por todos os encontros e reencontros destes percursos, tantas vezes sem "eira nem beira". Ao uni-los, quanto mais não fosse, ficaríamos a saber melhor o que somos, na verdade, e o que temos andado a desperdiçar nessas tantas reticências. Estou em crer que se o conseguíssemos, juntar os tais pontos "sem nó", acabaríamos por perceber facilmente que somos nós quem complica tudo isto a que se chama vida.
Porquê?
É que caso ainda não tenhamos reparado, são as pontas soltas que nos presenteiam com os caminhos directos aos futuros e presentes nós, e que nós!

Francisco Moreira
quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Onde pára?

Não me digas que nunca tiveste um urso de peluche. Todos tivemos, e demos-lhe, certamente, muitos abraços.
Tens saudades ou fazes de conta?
Francisco Moreira

República dos Feriados

Equacionei escrever um longo texto sobre estes 100 Anos da República, uma celebração histórica. Mas, hoje, confesso, não me apeteceu ser "mais um" a falar daquilo que uma grande parte dos Portugueses só sabe que se celebra porque os noticiários assim o "dizem". A outra parte, se lhe perguntarem, agradece por não ter ido trabalhar.
Infelizmente e lamentavelmente, para a generalidade das pessoas, este dia 5 de Outubro de 2010, na verdade, não passou de um feriado como qualquer outro, ainda por cima algo cinzento.

Francisco Moreira
segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O que vem à rede

Andamos todos à pesca, seja do que for. E ainda bem que assim é. É sinal que temos objectivos, que temos vontade de pescar, seja por necessidade ou por devoção.
Há quem pesque amores ou desamores, quem pesque fortunas ou dívidas, quem pesque liderança ou precipícios, quem pesque vitórias ou derrotas. Mas andamos todos de "cana em riste".
Claro que para a balança se manter minimamente equilibrada, enquanto uns ficam com rede cheia outros quase desistem de pescar pelos furos na fauna. É a vida - dizem todos.
Mas, enquanto andamos entretidos com a pescaria, sejamos honestos, podemos dar-nos por felizes. É sinal que temos cana, independentemente do isco ou do anzol.
Francisco Moreira
domingo, 3 de outubro de 2010

Obrigado.

Numa era em que se consta que o homem não cuida, ou melhor, nem olha para o próximo, afinal, há exemplos contrários.
Como sabemos, eles, os exemplos, brotam em catadupa, já "ninguém" intervém numa discussão alheia, "ninguém" pára para ajudar, "ninguém" se oferece para confortar e muito menos alguém se dá ao trabalho de deixar o seu conforto, porventura certos de que alguém o fará, mas não eles.
Hoje, e algumas horas depois do acontecimento, dou um exemplo que comprova que, afinal, o "ninguém" merece aspas, e ainda bem, quanto mais não seja para contrariar a tese vigente de que ninguém se importa com alguém, muito menos se os "alguém" forem desconhecidos, muito menos se não houverem "benesses".
Passou-se esta madrugada, numa apertada e escondida curva de saída de auto-estrada. Envolto pelo mau tempo, o carro conduzido pela minha Deusa despistou-se, acabando milagrosamente por ficar "depositado" entre uma valeta e o muro de terra dessa curva, ali, tipo filme de acção... E com a chuva a cair intensamente, em posição perigosa, também para quem usava o mesmo trajecto, àquela hora, madrugada dentro...
Naquele susto que me fez sair disparado de onde estava, tudo terminou bem, entre sorrisos e agradecimentos, principalmente ao Deus que, e ainda bem, nos protege nestas horas, nestes minutos de sufoco...
Mas, voltando ao que me leva a escrever este texto, prefiro direccionar a atenção para dois desconhecidos que passaram e pararam, enfrentando o desconforto daquele mau tempo, oferecendo-se para ajudar a tirar o carro daquela posição perigosa - porque o reboque iria demorar, argumentaram.
E assim, com a ajuda de dois desconhecidos, lá se conseguiu tirar o carro da valeta, de uma posição que parecia difícil, já com a presença de um carro da polícia, a assistir, sereno, àquela missão aparentemente espinhosa, numa curva onde regularmente vejo "caputanços", e daqueles com danos superiores à "chapa".
E da mesma forma que apareceram, os dois "anjos" foram embora, fulminantemente, simpaticamente encharcados, mas, acredito, certos de que tinham feito a boa acção do dia. E fizeram, deixando-me sem palavras, ou melhor, com tempo para uma única palavra: Obrigado.

Francisco Moreira
sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Abalos da Alma

Fico contente de cada vez que vejo alguém com jeito para a escrita, ou não (!), entrar neste mundo a que chamam de Blogsfera, também eu, para quem não sabe, entrei assim, há cerca de 3 anos... E, sem desistir, mesmo naquelas faltas de vontade e ou inspiração, cá continuo, escrevendo, principalmente com emoções, ao sabor do teclado e das letras que ele teima em compactar, mesmo sem sentido, aparente, claro.

Hoje, um recente amigo, aceitando a minha "provocação", resolveu dar o primeiro passo... E que seja o primeiro de muitos, para bem de muitos, inclusive do próprio. Porque, convenhamos, por muitos "Facebook", "Hi5" ou "Twiter" que se inventem, cá para mim, e para muitos, o Blog continua a ser o melhor diário do pensamento, que fica... no tempo, independentemente dos abalos que a alma posso sofrer.

Vá lá, recebam BEM o novo Blogger visitando-o em http://abalosdaalma.blogspot.com/ a que faz referência este Post de boas-vindas ao "Jota".

Francisco Moreira

Always Somewhere

Como muitos saberão, a minha vida, principalmente a profissional, é feita em torno da música, e há mais de duas décadas. Trato a música por "tu" todos os dias, seja, por exemplo, em palcos ou atrás de um microfone. Como todos, embora, permitam, mais do que a grande maioria, já passaram pelas minhas mãos e ouvidos milhões de canções, com e sem letra, com cantores e sem cantores, ao vivo ou nem por isso, mas sempre, constantemente, a todo o instante.
E neste dia mundial da música, este ano, apeteceu-me fazer uma singela referência que, estou em crer, fará sentido junto de todos, bastando para tal referir que "a minha vida não faria sentido sem música", razão pela qual, também como todos, tenho uma vasta e meticulosa "banda sonora".
Do primeiro disco que comprei (FR David - "Words") à escolha dos temas que, dentro de minutos, farão parte da minha playlist de rádio, passando, mais logo, pelo que ouvirei na minha "sala de estar" (Bar), com demais intromissões ao longo do dia, não posso deixar de assinalar a efeméride, principalmente eu, eu que entendo a música como uma espécie de bandeja dourada para as emoções.
Quem é a canção da minha vida? Não sei bem, mas há uma que me ficou desde há décadas: "Always Somewhere" dos Scorpions. E, já agora, apenas como curiosidade, tive o prazer de lhes dizer pessoalmente, a eles, aos Scorpions, que essa sua criação fazia parte da minha banda sonora, ao que eles responderam, sem bem me lembro, "Obrigado pela honra".
Porquê? Ainda não sei responder, mas hoje, na tal efeméride, apetece-me dizer que a música está sempre, estejamos onde e como estivermos, como se fosse o mais fiel dos companheiros.

Francisco Moreira

Piorio

Há alturas em que nos cansamos de nós, a começar pelo que fazemos, como fazemos e porque fazemos. Por acaso, e apesar de me cansar de mim amiúdas vezes, até nem me canso muito do que, como e porque faço, talvez por gostar disso tudo, no que vou fazendo. Mas, por outro lado, compreendo perfeitamente o porquê de tanta gente se cansar de tantas coisas, ao ponto de se cansarem delas mesmas. E aqui, confesso, já entro para o grupo, vasto grupo.
Não são raras as vezes em que reclamo comigo, em que me dou puxões de orelhas - e doem - só para ver se acordo, se avanço, se percebo que "daquele jeito" não vou a lado algum, principalmente se a minha acção se limitar ao pensamento. E faço bem, todos fazemos muito bem em nos darmos uns estalos, para ver se "atinamos". É que isto de se ficar amarrado ao pensamento, por mais belo que possa parecer, no que toca ao agir, não está "com nada", principalmente quando o assunto é... fazer o que tem que ser feito.
Por tudo isto e muito mais, sempre que estejam cansados, não fiquem relutantes em se insultarem do "piorio". É que mais vale um bom insulto como alavanca do que um "já passou" como resultado.
Francisco Moreira

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