terça-feira, 31 de agosto de 2010

Plumas

É uma terrível pena quando a vaidade dos homens se vende a troco de algumas pétalas, mesmo que, para isso, enquanto pessoa, o pretenso homem, tenha que ficar mais depenado, como o futuro terá o desprazer de ditar.
Sem entrar em pormenores, porque eles não são dignos de pessoas ditas dignas, neste "conto de farpas" dos dias de hoje, apraz-me reflectir sobre a adrenalina da burrice da dita inteligência que, sob falsos e vendáveis moralismos, esventra sem olhar a quê e muito menos a quem... E é uma terrível pena porque, quando tal, bem vistas as coisas, mesmo doendo, seria tão mais simples dizer com todas as sílabas do que escudar-se num (lateral) silêncio de morte, originando um arame de separação, a troco das tais penas... E que penas!
Pensando melhor, acho preferível trocar o termo "penas" por "plumas", algo que, dadas as circunstâncias, consegue um enquadramento menos falso e mais colorido, como são quase todas as histórias onde a homofobia mata, mesmo que não estejamos a falar de sexo, desta feita em posição invertida.

Francisco Moreira
* Se a história é minha? Não, mas não gostaria nada que fosse.

Retalho a Retalho

Somos uns felizardos, no que ao espelho diz respeito. Sim, os espelhos são nossos amigos. Porquê? Porque, se assim não fosse, ficaríamos espantosamente decepcionados com a dimensão e profundidade das cicatrizes que a nossa pele tenta esconder, ou melhor, que os espelhos fazem o favor de não mostrar.

Sei que nem todos temos a mesma quantidade, quem nem todos passamos pelo mesmo mas, se formos verdadeiros, todos temos mais cicatrizes do que os nossos rostos apresentam, muitos deles estrategicamente escondidos, entre um creme e uma operação plástica, ou demais adereços figurativos.

Mas ainda bem que é assim, que os espelhos são nossos amigos, caso contrário, acreditem, morreríamos de síncupe de cada vez que tivéssemos que encarar o tanto pelo que já passamos, retalho a retalho, vivência a vivência, minuto a minuto.

Francisco Moreira

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Loucura Sã

O grau de pouca sanidade mental, não sei se já repararam, anda a aumentar preocupadoramente, ao ponto de termos que pensar duas vezes antes de responder, seja torto ou direito, a quem quer que seja, a começar pelos estranhos que nos abordam nas ruas.
Até parece que ser louco é algo perfeitamente normal, principalmente se só se tiver uma ou outra loucura de quando em vez, é que há sempre a desculpa da ida do terapeuta para férias prolongadas, compreensivamente, claro.
Não são raros, pelo contrário, os "cromos garridos" com que nos deparamos, ao ponto de acharmos que, para sermos "normais", se calhar, é melhor cometer uma ou outra loucura, daquelas que, pode dizer-se em jeito de desculpa, fazem parte, parte da vida, deste roda de vertigens onde o saudável perde cada vez mais terreno para bizarro, como se isso fosse (apenas) excêntrico.
Farto de cruzar-me com loucos, daqueles que estão sempre abertos a um ou gesto de excentricidade, confesso, não são raras as vezes em que me apetece hibernar, só para me limitar a ver loucuras na televisão, entre um comprimido e outro.

Francisco Moreira

Parabéns, Meninas

As mulheres, sem dúvida, sabem por-se mais bonitas, nem que seja para dar nas vistas das outras mulheres, assim ao jeito de campeonato dos atributos realçados.
Sejam elas mais magrinhas ou mais cheiínhas, todas as mulheres, quando querem, sabem como ficar especialmente bonitas. E só é pena que não o façam sempre, porque as vistas ficariam muito mais interessantes, para todos, imagino.
Elas, com um ou outro pormenor, sabem como chamar à atenção, inclusive aquelas que, à partida, passam mais despercebidas - e passam porque não fazem nada pelo contrário, ou aceitam-no. E isso nota-se quando retiram o "véu", aquele vestir por vestir do dia-a-dia. Elas sabem quando querem ficar "diferentes para melhor" e demonstram-no com mestria. (Ok, nem todas, mas poderiam ser todas, se abrissem os horizontes!)
Por isso, e especialmente para as mulheres que sabem fazer a diferença, sejam elas mais ou menos "Top Model", cá fica o meu Parabéns e, já agora, Obrigado, em nome de todos os homens que não se negam a reparar e que fazem questão de o dizer, porque deve ser dito, quase sempre.
Francisco Moreira
domingo, 29 de agosto de 2010

Tranquilidade

É bom, muito bom, quando a tranquilidade da vida nos cumprimenta e nos ensina a dar mais valor aos instantes, nem que seja por horas...
É nestes e com estes postais que aprendemos a valorizar-nos e a valorizar os outros, sem esquecer que estamos ligados, mais do que nunca.
Francisco Moreira
sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Será que existo?

Faço parte daquele grande grupo de pessoas que passa a vida a pensar, seja no escritório, no carro ou na cama, dou comigo, propositadamente ou pelas observações que vou fazendo, a dar tempo ao pensamento, horas e horas, por vezes com prolongamentos em dias ou meses seguintes.
Em que penso?
Penso em tudo, como todos. Penso nos porquês da vida, penso nos amanhãs e, claro, penso no que fiz, no que deixei de alterar, no que deixei de fazer e, principalmente - e aqui é que está o epicentro, no tanto que ainda quero cumprir, no tanto que ainda quero inventar.
Penso que todos serão como eu, que todos pensam nas normalidades e anormalidades desta sequência de dias e noites, sempre em frente, por mais incumprimentos que deixemos para trás.
Um dia destes, embora sem acreditar que me dê tempo para tal, gostaria de escrever o que penso, principalmente aqueles pensamentos mais profundos, e dar-lhes respostas, as que julgo serem as mais lógicas ou, por instinto, talvez, as mais fundamentadas, por mais que este "ser terreno" tente aniquilar.
Se me canso de pensar?
Sim, como todos. Mas, acima de tudo, quando penso, em diálogos comigo mesmo, vou tirando respostas às perguntas que tantas vezes me faço, que tantos se fazem, daquelas que, mesmo sem "provas", começam a fazer a diferença no caminho de hoje, podendo, quiçá, influenciar o de amanhã.
Se pensar é existir?
Prefiro pensar que existir implica pensar, quanto mais não seja para aprendermos a andar.

Francisco Moreira

Marioneta

Adoro ser criança, principalmente quando entendem que estou a sê-lo, sem se aproveitarem disso para descontextualizar o que quer que seja.
Gosto, e gosto muito, de brincar comigo e com os outros, ser uma "marioneta" da diversão e gerar alegria junto de quem me rodeia, sem maldade, sem terceiras intenções, sem o "gravador" ligado para mais tarde usarem como arma de arremesso.
Tenho pena que esta vida, dita dura, não tenha mais momentos de "recreio", mais momentos de embriaguez infantil. Acredito que seríamos mais felizes com esse ar menos sério, sem esses olhos franzidos, sem essas espadas afiadas...
Mas, como se diz, é a vida... E até para brincar tem que se estar alerta, não vá o mau da fita apoderar-se do tesouro que é ser-se criança.

Francisco Moreira
quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Haja Paciência

Estamos a ganhar uma terrível mania, a de não ter paciência para com os outros, embora desejando e quase exigindo que tenham paciência connosco.
Tudo serve de desculpa para o "entrar a 5 e sair a 500", ou melhor, tudo serve para impedir que a informação entre, depois de os interlocutores anunciarem o título.
Mas quando a história se vira para o "Eu", aí, assumamos, queremos que todos tenham todo o tempo do mundo, não só para nos ouvir mas também para acenarem positivamente com a cabeça, ao jeito de "assinar por baixo".
Não temos paciência para os outros e, bizarro, chegamos a não ter paciência para nós. E, aqui, até dou um desconto, porque merecemos perder a paciência connosco, pessoas que, graças ao seu egoísmo, tiram a paciência a qualquer um.
Francisco Moreira

Lá teve que ser

Foi hoje. Foram precisos 25 anos para voltar a estrelar um ovo. Nem mais.
Óleo na frigideira, em quantidades desconhecidas, umas salsichas primeiro, provavelmente para esgotar um pouco do óleo, que me pareceu demasiado, e lá parti o único ovo naquela pequena sertã. Coloquei-lhe uma pitada de sal, com mais grãos do que o necessário, e fui esperando para ver o que acontecia...
Não ficou excepcional, mas tinha a clara clarinha enquanto a gema, mesmo não saindo do seu raio periférico, teimou em não ficar redondinha.
Será que, "à força", aos 40 anos, terei que aprender uma das coisas que sempre evitei, ou seja, cozinhar?
Francisco Moreira
quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Passeios Desertos

São tantos e tão poucos os caminhos quie repetimos neste dia-a-dia dos afazeres que, se repararmos bem, já não sabemos ir ao sabor do vento, já não nos conseguimos orientar geograficamente por outras paragens, apesar de ainda as termos na memória, aquelas recolhidas quando fazíamos outros e estes percursos a pé, com maior atenção, com maior interesse. Hoje, infelizmente, todos os caminhos são iguais, por muito que pintem as casas, por muito que alcatroem os paralelos, por muito que mudem os residentes, ou que desapareçam, movidos por outras paragens.
Deveríamos abandonar os carros que fazem questão de nos transportar até ao café a 20 metros de casa, devíamos ter tempo (não temos?!) para passear com os amigos quilómetros sem fim, como fazíamos no longínquo antigamente de boa memória, naquela outra altura em que sabíamos os nomes das ruas, em que reconhecíamos os rostos com que nos cruzavamos e nos quais, à custa dos passeios - verdadeiras ruas do social, nos identificavamos entre um "olá" e um "bom dia", na certeza de que os seres humanos eram muito mais do que aquelas "figuras" e "figurinhas" que nos obrigam a parar naquelas irritantes passadeiras, sim as que nos atrasam e consomem precioso combustível.
Com esta coisa dos carros para tudo e mais alguma coisa, chego à conclusão de que perdemos muito do que éramos, a começar pela identidade, a nossa e a dos outros, aqueles seres que viviam connosco, nem que fosse por segundos repetidos, ali naquela rua, entre o cruzamento "A" e a praça "B".
Francisco Moreira

Portefólio da Memória

Gostava de rever as imagens da minha vida, sim, de ver, numa espécie de versão "slide", com todos os bons momentos que passei, nem que fosse por um dia.
Certamente que me recordaria de tantos e tantos instantes em que fui feliz, tantos e tantos instantes em que fui diferente, embora igual na essência, julgo eu...
Seria tão interessante podermos ver pequenos vídeos do que vivemos e revivê-los com a tal lágrima no canto do olho, mas com sorriso, assim ao jeito de "flashback"... verdadeiramente Especial.
Provavelmente, numa outra vida, lá em cima, ou lá em baixo, terei a oportunidade de ver o filme do que fiz, por onde e por quem passei, sentado, porventura, numa cadeira almofadada, para ali, a fazer análise aos pormenores, àqueles que me escaparam, sem que me apercebesse ou dissolvidos na correria dos acontecimentos...
A vida é tão recheada de coisas boas que, injustamente, quando fazemos balanços, recorremos mais facilmente ao que de menos bom nos passou pela pele, como se esses, os momentos mais penosos, fossem os mais marcantes... E os outros, os tantos outros, porventura em maioria, que deixamos evaporarem-se na memória de um passado, seja ele mais recente ou não?!
Estou certo de que com esse "flashback", além das tais lágrimas sorridentes, teríamos a hipótese de rever muita da matéria dada, quanto mais não fosse para reaprender com os erros e, claro, para darmos mais valor ao que vamos deixando fluir no passar dos ponteiros do relógio...
Seria bom, tão bom, podermos consultar o portefólio da memória e brindarmos à Vida.

Francisco Moreira
terça-feira, 24 de agosto de 2010

Produzir em Part-Time

Um dia destes armo-me em esperto, recolho as assinaturas necessárias, e tento convencer o parlamento Português a dar intervalos de 3 horas no trabalho, 3 horas no período da manhã e 3 horas no período da tarde.
Depois de conseguir este feito, que acredito será aplaudido por muitos daqueles que não se importam com a produtividade do País, aproveito as mesmas assinaturas e mando uma nova proposta para o parlamento, desta feita a recomendar que unam as horas que, então, sobrarão para se trabalhar, de maneira a não haverem pausas muito prolongadas, daquelas que, consta-se, podem atrapalhar "um pouco" a tal da produtividade. É que, como sabemos, todos queremos que o País progrida, com a ajuda de todos e o esforço de apenas alguns, claro.
Francisco Moreira

Quem não tem cão...

A imagem diz tudo, ou quase tudo, apesar de eu não ser um grande fã de "Pitbulls" ou de outras espécies que visem a violência ou causar medo.
Também sou, pelo menos para já, contra as armas, aquelas entregues (ou não) a "qualquer um", como se se tratassem de objectos de luxo. Tenho sempre a ideia de que, mais dia, menos dia, podem "disparar-se sozinhas" ou servirem de condimento extra para uma disputa menos saudável.
Assim sendo, e olhando para as contas da violência e para a liberdade que a justiça vai dando, baseada na sobrelotação das cadeias - alegam, chego à conclusão que entendo bem quem lançou esta campanha "graffiti", mesmo não assinando por baixo.

Francisco Moreira
segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Silly Season

Dizem, principalmente os intelectuais, que esta altura do ano é a "Silly Season", a época em que os assuntos sérios ficam na gaveta dos noticiários e, pensarão, por eles estarem de férias, faltam "essências cinzentas" para opinarem mais e melhor sobre o que realmente interessa, nem que isso seja, por exemplo, uma dissertação sobre uma folha de outono e a interferência que ela pode ter sobre a economia mundial, sem esquecer os contornos políticos que pode gerar.
Não concordo muito com a existência de uma "Silly Season", mesmo sabendo que, provavelmente por estarmos mais ausentes do "dia-a-dia", estamos menos abertos a assuntos mais sérios, mais complicados, procurando férias daquilo que nos incomoda.
Bem, mas com a "Silly Season" a chegar ao fim, e com o regresso dos intelectuais que, certamente aproveitaram as férias para pensar em como resolver os grandes problemas locais e mundiais, estou em crer que, nos próximos dias, com o fim de Agosto, teremos em breve a resolução de todos os problemas, sejam eles a opinião de um intelectual sobre a opinião de outro intelectual ou mesmo sobre a cor da tal folha de outono que, dada a conjectura social e política, poderá, neste "intervalo", ter mudado ligeiramente de cor, prometendo dias melhores à custa desses iluminados, ou nem por isso.
Francisco Moreira

Campeão em Último

Sim, podem gozar à vontade, o Campeão vai em último, ou quase. E ninguém entende o que se passa com os 8,5 milhões de aviário... Mas, calma, também é preciso destas coisas para que tenhamos assunto nas 2ªs Feiras, principalmente aqueles que ficam mais felizes com a derrota do Campeão do que com a vitória dos seus clubes... Onde está o Glorioso do ano passado? Presumo que em jogos-treino, à espera de acertar as agulhas para mais uma série de goleadas à antiga.

Francisco Moreira

"Dobles"

Tenho saudades dos meus tempos de dominó, daquelas disputas de horas embaladas por uma ou outra cerveja, sempre na companhia de pessoas com o dobro ou o triplo da minha idade. Já lá vão umas décadas...
Cheguei a ficar viciado no dominó, ao ponto de ter ganho muitos "torneios" em versão individual e também a pares, numa espécie de associação recreativa que frequentei anos a fio. Algumas das medalhas ainda andam por aqui... e despertam-me sorrisos, de cada vez que passo por elas, no fundo de uma gaveta.
A vida - e por isso é que trouxe este assunto para aqui - também é feita destas pequenas páginas, aparentemente sem sumo, aparentemente sem espaço no portefólio das conquistas e das derrotas...
Um dia destes, décadas depois, ao passar à porta daquele "clube", reparei que o dominó ainda é o mesmo, daqueles bons que se faziam antigamente, e algumas das pessoas, mesmo com a velhice a assumir um plano cada vez maior, continuam a manusear os "dobles" como se não houvesse vida fora daquelas paredes, e sempre à procura de mais e mais pontos...

Francisco Moreira
sábado, 21 de agosto de 2010

Foi Você que Pediu - Castelo do Queijo

Esta tarde, lá para as 15H00, vou andar com o Alberto Rocha a fazer as últimas entrevistas para o "Foi Você que Pediu".

O programa ainda durará até à primeira semana de Setembro, inclusive, mas, quanto a gravações, elegemos o "Castelo do Queijo" para despedida.

A ver vamos como decorrerá, sendo que, convenhamos, já passamos bons momentos, para mais tarde recordar.

Francisco Moreira

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

E se te visses do Céu?

Por vezes, deveríamos poder elevar-nos, assim uns 100 metros, para "boiar" no céu, sem nuvens, sem ruídos a interferirem, sem opiniões a influenciar.
Estou certo de que, ao vermo-nos de cima - e aos outros, teríamos uma visão diferente de tudo, permitindo que corrigíssemos uma grande parte das "más opções", evitando um sem número de problemas e dúvidas.
Chego à conclusão que tudo depende das perspectivas, que muitos dos passos são dados por falta de visão, por falta de percepção do que nos rodeia, inclusive no metro quadrado mais próximo, aquele em que mais erramos.
Seria tão interessante, embora também algo frustrante, há que dizê-lo, vermo-nos melhor, em versão 3D, como que a "boiar" sobre nós próprios.
Por um lado, convenhamos, teríamos vergonha de muito do que fazemos e dizemos, por outro, rir-nos-íamos das bizarras acções que levamos a cabo, sem nos apercebermos, por falta de espelho, aquele que deveria reflectir constantemente e em tempo real aquilo que vamos fazendo, quanto mais não fosse para nos dar a hipótese de nos conduzirmos com cabeça, tronco e membros, ou melhor, com uma espécie de GPS, em que nós seríamos a vós de nós mesmos, e sem a necessidade de recorrer amiúdas vezes a "comprimidos para a garganta".
Francisco Moreira

Foi Você que Pediu

Amanhã, à tarde, lá para os lados do "Castelo do Queijo", faremos as últimas gravações para o "Foi você que pediu", programa que eu e o Alberto Rocha apresentamos diariamente no Porto Canal (Zon, Meo, Clix, Cabovisão, Vodafone e em www.portocanal.pt ).
No entanto, há que referi-lo, o programa será emitido inclusive na primeira semana de Setembro, sempre às 12H30, 19H00 e 03H30, com compacto aos Domingos, das 16 às 18H00.
Se ainda não viram, não perderam nada... Ou talvez sim. (sorrisos)

Francisco Moreira
quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Palavras que dizem Tudo

Ouça cada vez mais fado, e este, "A minha rua", sublinho, é um dos meus preferidos, principalmente pela letra, extraordináriamente simples mas incisiva.

Se não conhecem, "bebam" e pensem... na vossa rua, a de hoje e a de antigamente.

Que saudades da minha rua...

Francisco Moreira

- Escolha, se faz favor.

Como quase todos sabemos, estamos na era do "Self-Service". Já quase tudo nos pode chegar a casa, se optarmos pelo "Self-Service" que o computador nos providencia, com mais ou menos velocidade, dependendo do servidor ou dos "megas" que compramos noutra destas lojas. Em alguns destes aparelhómetros, até temos a preciosa ajuda de um ou outro funcionário virtual, para nos incentivar nas escolhas feitas à distância, por mais perto que estejamos do "reclame" da casa mãe.
- Escolha, se faz favor! Escusa de sair de casa, de pegar no carro ou de discutir os preços.
É tudo assim, clarinho, clarinho, e ainda recebemos os sacos recicláveis onde desejarmos, se pagarmos antes, claro. E se tiver o cartão que fia, como antigamente, mas com juros, ainda terá a hipótese de não abrir a carteira, para custar menos, durante uns dias.
- Sr. Computador, pode, por favor, mandar-me duas caixas de emprego? É que com esta coisa que inventaram agora, uma tal de "online", está difícil para arranjar trocos para o Metro. Olhe, Sr. Computador, já nem querem saber se somos novos ou velhos, o que importa é estarmos em casa a conversar consigo, seja para não terem que aturar o sindicato ou, para nos compensar, entreterem-nos com estas bonitas vistas do monitor.
Francisco Moreira
quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Castelo dos Números

Encontro cada vez mais gente que me diz que os caminhos estão difíceis, seja pelos buracos no calçado, seja pela incerteza quanto à sopa. Mas eles andam, eles continuam a andar por aí e por todo o lado, numa espécie de prova viva de que não é obrigatório desistir de cada vez que as brechas teimarem em derrubar-nos.

E eu faço como eles, saltitando, umas vezes com mais forças, outras com mais fé, mas sempre saltitando, nem que seja para provar ao impossível que ele só existe porque, à custa da tal desistência da moda e do negativismo das conversas, o clube dos "derrotados à partida" continua a ser estatística. Tudo isto porque, infelizmente, não faltam exemplos de quem não pegue no impossível pelos cornos e lhe parta a meio as letras "i" e "m", nem que seja só para o irritar, derrubando o castelo dos números.

Francisco Moreira

Recreio

Ai, como me apetece brincar, como me apetece rasgar as contas dos débitos e partir em velocidade de cruzeiro por essas ruas de aventura, ruas de criança, ruas de sorrisos autênticos, sem pressa de chegar, sem a obrigatoriedade de regatear...
É pena que o relógio me diga que não tenho tempo, é pena que a bicicleta já não conheça os atalhos, é pena que o alcatrão tenha ultrapassado a terra dos pinhais, é pena que assine com o nome completo... É pena que a idade pregue partidas destas, as de não deixar brincar com coisas menos sérias, como se fossemos pais de nós próprios, daqueles armados em generais, daqueles que não partem um vidro da janela com a bola da felicidade...
Ai, como me apetece brincar, como me apetece voltar a sonhar com profissões de ídolos, e ter birras e mais birras, com lágrimas autênticas, daquelas que não brotam por dentro...
Francisco Moreira

Casulo

Parecemos formigas, dentro de pequenos casulos, dos para formigas, que não existem, dizem-me.
Caminhamos rapidamente, fazemos tudo rapidamente, até amamos rapidamente, como se tivéssemos que seguir o ritmo dos outros, formigas como nós.
Ando um pouco cansado deste ritual necessário, principalmente quando o vejo de fora para dentro, quando me revejo naqueles "sintomas", naqueles procedimentos curriculares.
Um dia destes, se a coragem tiver mais força do que o "obrigatório", darei comigo a desertar, a abandonar o casulo e a dar-me de presente a liberdade necessária para não fazer nada, absolutamente nada, como se o nada fosse a coisa mais importante do mundo, a única coisa a fazer neste mundo.
Porquê? Ainda não sei bem, imagino que deve ser o cansaço da repetição, mas acredito que se daqui não levaremos nada, porque carga de água temos sempre que fazer tudo?

Francisco Moreira

Inventar Inventando

Nunca esquecendo que sou um "zero à esquerda" em questões informáticas, hoje, finalmente, consegui, sozinho (uau!), arranjar maneira de editar imagens, algo que pretendia fazer há algum tempo.
E, como já se devem ter apercebido, não perdi tempo em começar a juntar duas das coisas que mais aprecio: imagens e palavras. Por isso, nos próximos tempos, sob o signo de "alfinetadas", publicarei algumas das mensagens que fui criando, principalmente sob a forma de perguntas provocatórias. Podem não ser nada de especial mas, com elas, espero conseguir que quem se dá ao trabalho de me visitar por estas bandas aproveite a "viagem" para pensar 3 segundos... É sempre bom pensar, por poucos segundos que seja.
Divirtam-se com as "Postas & Postais" que aqui afixarei e, se possível, retirem algum "sumo" das provocações ditas com todas as letras, ou quase todas, melhor dizendo.

Francisco Moreira
terça-feira, 17 de agosto de 2010

Custa assim tanto?

Ainda?

Débitos do Tempo

Estou saturado de me desculpar à conta do relógio, aquele objecto que não serve para mais nada do que nos atirar à cara a falta de tempo, o tempo que ele nos vai roubando segundo a segundo, nunca esquecendo de sublinhar que, quando chega a altura de fazer as contas, afinal, fartamo-nos de desperdiçar horas e horas. É por isso que não me canso de o insultar, por passar os minutos a dizer-me que não tenho tempo quando, na verdade, ao fim do dia, quando ele se ri de mim, faz sempre questão de me atirar à cara que me sobrou tempo, o tempo que não posso reivindicar.

Francisco Moreira

Pensamento... à minha Maneira

Não é a vida que nos suja, nós é que nos impregnamos de desculpas.
Francisco Moreira
segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Para onde vai a Festa?

Um dia destes passei pela "festa", sim passei por uma daquelas festas de verão que tanto - dizia-se - animam os personagens locais e os familiares destes, que vêm "marcar o ponto no passaporte das raízes", religiosamente, e bem.
Não fui a horas "decentes", daquelas no pós telejornal e antes da novela principal da TVI, mas fui ver por dentro, fui sentir a festa sem azáfama, sem aqueles encontrões passageiros que parecem repetitivos, já que se passa pelas mesmas pessoas vezes sem fim, tantas são as voltas circulares que se dão, principalmente para se fazer passar o tempo mínimo necessário ou, quiçá, para se ver melhor o que se vê sempre todos os anos, há anos, sem se comprar, quase nunca.
Reparei nas promoções, aquelas que falam da nota mais pequena do gasto baralho dos euros, uma nota que, à primeira vista, consegue transformar-se numa versão "updated" do milagre da multiplicação. Sim, por 5 euros, nestes anos da crise, já se consegue comprar 2, 3 e 4 peças quase iguais... É, mesmo em caneta de feltro, há que encontrar maneira de despertar a atenção do olhar menos desatento, aquele que sai de casa com os tostões previstos para uma cerveja, um gelado para o miúdo e, se se encontrar um vizinho com mais de 4 palavras de "letra", poder trocar alguns "cromos" aceitando o necessário convite para o café, enquanto elas ficam a falar do tempo.
É, até a festa já não é o que era, mesmo mantendo a falange dos seus "clientes", aqueles que se sentam estrategicamente à espera da hora dos "artistas", sejam eles mais famosos ou nem por isso. A festa está a morrer vagarosamente, mas a morrer, principalmente pela falta de "plim", e não pela falta de gente, como se poderia "prognosticar", nesta era da juventude dos Shoppings com saldos a 70% e das Internet's com leilões de tudo e mais qualquer coisa.
É que, sem "plim", queiramos ou não, há cada vez menos "barracas", e, quando as barracas perceberem finalmente que aqueles que por elas passam mais não fazem do que olhar, infelizmente, estou em crer que a festa passará a ter um palco, uma roullote e, com sorte, um velhote a vender balões comprados aos "Chineses", há 10 anos, em quantidades abismais, por estarem quase de borla, isto apesar de, hoje, não pagarem o bilhete do Metro.
Que saudades da festa, sim, quando era uma festa.

Francisco Moreira

Jogo de Imagens

- Só houve estas.

Não, não estou a dar início a férias, pelo contrário, estou sim a despedir-me delas. É oficial, férias só lá para Novembro, embora, nessa altura, em "part-time", mas, confesso, já estou a pensar nelas.
Contudo, tenho que sublinhar que gosto, e muito, do(s) meu(s) trabalho(s), fazendo parte dos "poucos" que conseguem ter prazer no que fazem, ao ponto de não serem raras as vezes em que agradeço esta sorte.
Hoje, ainda algo "penro", cá estou de regresso a uma das lides... até que as férias cheguem.
Francisco Moreira
domingo, 15 de agosto de 2010

Pergunta

Será a vida uma novela na qual, em muitos episódios, a realidade nos confunde com a ficção?
sábado, 14 de agosto de 2010

Bom Fim-de-Semana

Este fim-de-semana ando por estas bandas,... inclusive com o Ângelo.
Porque, afinal, o que é Português também é muito bom.
sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Chutos no Fado

É já a partir deste fim-de-semana que se "acabam" grande parte dos problemas dos Portugueses, com a chegada da nova época futebolística. É, é verdade, havendo futebol, grande parte dos problemas são atirados para trás das costas, como se o fado fizesse uma pausa, um silêncio reconfortante, mesmo que continuando a ser "gritado" de fundo.
É incrível como um jogo de futebol, e principalmente as suas incidências menos boas, consegue funcionar como calmante, e se com mais "miligramas", vulgo erros arbitrais, tanto melhor.
E é assim que, de jornada em jornada, prosseguimos a dar chutos na bola da vida, imaginando golos de trivela quando, muitas das vezes, limitamo-nos a prolongar o falso efeito com auto-golos, por não atacarmos no campo certo, até ao "vermelho" final.
Haja golos, quanto mais não seja para esquecer o fado.
Francisco Moreira
*E, já gora, com um Benfica Campeão. (risos)
quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Futuro numa Côdea

Quando olho para o meu filho e o vejo feliz, não são raras as vezes em que penso nos outros filhos, aqueles que não têm pais, que não têm o que comer, que não são levados a passear para descobrirem o mundo, aqueles que aprendem rapidamente a sobreviver, sem olhar para marcas, poses ou condições sociais.
Hoje foi mais um desses dias, mais um dia em que pensei no Ângelo, ao vê-lo feliz, e nos outros, tantos, aqueles que sorriem só porque encontram um pedaço de "futuro", mesmo que esse futuro seja apenas garantia para as próximas horas, graças, por exemplo, a uma mísera côdea de pão que as outras crianças, as ditas "de vidas normais", se recusaram a ingerir.
O que podemos fazer? Pensar melhor e com maior atenção nas côdeas que nos surgem pela frente, nunca esquecendo que são ou podem ser pedaços de futuro para muita gente, e respeitá-las em nome de quem as deseja.
As crianças deveriam ter vidas mais felizes, independentemente dos países onde vivem e das condições sociais que as rodeiam, nem que fosse, pelo menos, claro, para, enquanto crianças, poderem continuar a sonhar, não só com o pão mas principalmente com a vida.
Francisco Moreira
quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Sudoeste - Festival dos Festivais

Como não poderia deixar de ser, tenho que comentar o que (nos) aconteceu na edição deste ano do "Sudoeste TMN", começando por sublinhar que quase todos os elementos da nossa comitiva (5) rondam os "40's", ou seja, estão a chegar a "cotas", ou melhor ainda, têm mais do dobro da idade dos que escolhem este evento para umas férias diferentes.
O sacrifício de acampar, mesmo que em zona muito privilegiada, e demais "mazelas", permite-nos dizer que vale sempre a pena, principalmente pelo espírito muito bem-disposto que, acima de tudo, serve de mote para que nos possamos rir dos outros e, acima de tudo, de nós, os verdadeiros "cromos" de uma caderneta "clean" e "bizarra".
Neste texto, poderia limitar-me ao assunto mais comentado dentro de "portas": as "tenrinhas" (milhares de jovens raparigas que geralmente se movimentam em grupo e que se produzem, e bem, para chamar à atenção dos jovens, mesmo que "cotas"), mas entendo ir mais longe, ao cerne do porquê destas longas viagens de curtos dias, sem dormir, para ver 3% dos concertos que estão à nossa mercê, e sem as "rédeas" femininas, embora, como é lógico, bem "rédeados" (acabei de inventar o termo!). Assim sendo, passo a esclarecer que somos pessoas bem formadas, com vidas perfeitamente delineadas e, claro, certos de que não vamos ao "Sudoeste", embora quase religiosamente, para engatar ou ser engatados, tanto que, mesmo usando os típicos "Se fosse eu..." ou o "No meu tempo é que..." pouco mais servem para desbloqueador de conversa, já que, muito provavelmente, naqueles "outros tempos" faríamos o mesmo ou menos do que os rapazes dessas idades (fazem pouco) fazem nestas escapadelas propícias ao pecado. Mas é divertido. Sim, é divertido imaginar, comentar e, simultâneamente, telefonar para a "mulher", a nossa, e dizer que temos saudades dela, a mais pura das verdades.
Por outro lado, tem piada a forma como, "in loco", visualizamos os jovens, os seus comportamentos, as suas opções, as suas falhas, as suas excentricidades, a sua maneira de encarar a juventude, e, sejamos honestos, ter um pouco de ciúme por não podermos fazer o mesmo ou pior, ou melhor, muito melhor, graças a esta coisa a que se chama experiência ou, se preferirem, idade.
Este ano não foi diferente dos outros "Sudoestes", havendo mesmo que sublinhar que, de ano para ano, ele vai melhorando, principalmente em termos de infraestruturas e de ofertas, incluindo a originalidade. E, começando por aqui, não posso deixar de falar do "Banho Swing" (as raparigas e rapazes eram convidados a tomarem banho nus em locais previamente delineados, sem que alguém se tenha atrevido, pelo menos até informação em contrário"), os "Arcos de Balões Iluminados" com centenas de metros (que davam mais cor e que surpreendiam quem chegava ao "Sudoeste"), os "Blind-Dates" (que "casavam" os pares que entendiam ter links, depois de conversarem alguns minutos"), as "Tatuagens Sudoeste" (que identificavam ainda mais quem estava no Festival, principalmente no exterior do recinto), os "Braços ao Alto" (que decoravam as costas de milhares de jovens, dando a ideia de que estavam com os braços levantados quando, na verdade, limitavam-se a transportar braços de cartão) e muitas mais coisas que só não destaco pelo já grande tamanho deste texto.
Em resumo, e pegando neste "Sudoeste 2010", tenho que expressar, uma vez mais, que é efectivamente o "Festival dos Festivais", principalmente por conseguir reunir milhares e milhares de jovens no mesmo recinto (seja no local dos concertos, no campismo ou na praia) numa "onda positiva", onde, independentemente dos "suplementos" ou não, conseguem com que haja ordem, respeito e, acima de tudo, diversão, da autêntica.
Vale a pena ir ao "Sudoeste", nem que seja para, mesmo mentindo-nos, ficarmos com a ideia de que a "tanta saúde" que nos rodeia também nos "saúda" a nós, os cotas, já a necessitarem de "água das pedras" e "força" para aguentarem a pedalada.
Até Já!

Francisco Moreira

Sudoeste - Tanta Saúde VIII

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Sudoeste - Tanta Saúde VII

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