quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Futuro numa Côdea
Quando olho para o meu filho e o vejo feliz, não são raras as vezes em que penso nos outros filhos, aqueles que não têm pais, que não têm o que comer, que não são levados a passear para descobrirem o mundo, aqueles que aprendem rapidamente a sobreviver, sem olhar para marcas, poses ou condições sociais.
Hoje foi mais um desses dias, mais um dia em que pensei no Ângelo, ao vê-lo feliz, e nos outros, tantos, aqueles que sorriem só porque encontram um pedaço de "futuro", mesmo que esse futuro seja apenas garantia para as próximas horas, graças, por exemplo, a uma mísera côdea de pão que as outras crianças, as ditas "de vidas normais", se recusaram a ingerir.
O que podemos fazer? Pensar melhor e com maior atenção nas côdeas que nos surgem pela frente, nunca esquecendo que são ou podem ser pedaços de futuro para muita gente, e respeitá-las em nome de quem as deseja.
As crianças deveriam ter vidas mais felizes, independentemente dos países onde vivem e das condições sociais que as rodeiam, nem que fosse, pelo menos, claro, para, enquanto crianças, poderem continuar a sonhar, não só com o pão mas principalmente com a vida.
As crianças deveriam ter vidas mais felizes, independentemente dos países onde vivem e das condições sociais que as rodeiam, nem que fosse, pelo menos, claro, para, enquanto crianças, poderem continuar a sonhar, não só com o pão mas principalmente com a vida.
Francisco Moreira
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2 comentários:
As crianças conseguem ser felizes com muito pouco, é bem verdade. Mas como tu dizes, e bem, para elas continuarem a sonhar com a vida e com um futuro mais rizonho (para além da côdea do dia) precisam de mais, muito mais, porque todas elas, sem excepção, o merecem. Existe tanto que a sociedade pode fazer, tanto que pode dar... e se ao menos todos contribuissem com uma "côdea" que fosse... imagina o impacto que isso causaria no mundo...
Abraço!
Este mundo, que também tem côdeas, precisa de tantas alterações... É por isso que somos constantemente empurrados à força, para percebermos, claro.
Abraço, Hélder.
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