terça-feira, 31 de maio de 2011

Entrada

Anda "meio mundo" à procura de uma saída quando, no meu entender, o mesmo "meio mundo" deveria andar à procura de uma entrada, de uma nova entrada. É que, para que se perceba, muitas das questões aparentemente "insolúveis" - aquelas que tantas "correntes de ar" provocam -, em termos de resultados, dependem mais de "entradas" do que de "saídas". Nós é que teimamos em continuar a ver pelo ângulo errado, ao jeito do "tudo se resolve por obra de uma Sta. qualquer".
Estou em crer de que se fizéssemos mais e melhor por encontrar novas ou renovadas alternativas não teríamos que ficar à espera que a "porta" nos caísse do céu ou do vizinho do lado ou que a janela com vista para a "solução" não se limitasse a ficar entreaberta entre a vontade e o sonho, principalmente naquelas alturas em que o delírio do desejo leva o acreditar para uma espécie de oásis de fantasia. Mais, estou em crer de que procurando novas perspectivas, muito provavelmente, além de contornarmos aquelas que não param de nos incomodar, passaríamos (ou passaremos, melhor dizendo!) a dedicar mais atenção (e tempo) ao verdadeiro avançar.
É que, por muito que procuremos saídas, na verdade, temos mais hipóteses de sair entrando do que de sair esperando. E só não o percebemos e aceitamos de uma vez por todas, porque habituamo-nos ao conforto desconfortável da espera.


Francisco Moreira
segunda-feira, 30 de maio de 2011

Multa

Não paramos de andar em excesso de velocidade, e não me refiro apenas e tão só aos limites rodoviários, refiro-me aos excessos que transportamos diariamente às costas: a velocidade vertiginosa em que conduzimos a nossa vida.

E o principal problema, acredito, está ao nível do pensamento. Passamos demasiado tempo preocupados com o que nos acontece e com o que nos pode vir a acontecer, antecipando eventuais cenários, antecipando danos que, muitas das vezes, nem se justificam.

Este viver-se preocupado vezes sem conta é responsável por um desgaste acima do "permitido", esta "vida locca" a que nos entregamos repetidamente, transformando a "modalidade" em hábito, faz com que passemos ao lado do que é mais importante, faz com que tenhamos todo o tempo do mundo, ou melhor, toda a "preocupação do mundo", para o que tem menos essência, para o que tem menos significado.

E é por isso que não param de nos chegar multas e mais multas, daquelas sem talão mas com efeitos práticos, daquelas com que já não nos remendamos, deixando os "fiapos" à deriva, embora "certos" de que haverá sempre maneira de a "livrar" - à multa e não ao desgaste.



Francisco Moreira
quinta-feira, 26 de maio de 2011

Puzzle

Madrugada dentro, o assunto era "puzzles": aquelas peças que se encaixam umas nas outras ou que se tentam encaixar, seja à força, por conveniência, crença ou alegando uma outra qualquer justificação.

E entre um e outro exemplo, independentemente da prateleira em que se servem as opiniões, eis que se chega à conclusão inconclusiva de que todos somos pequenas peças de pequenos "puzzles" que, entrelançando-se umas nas outras, acabam por formar um mundo de "puzzles", um mundo de vidas e "vidinhas".

O problema - poderá dizer-se - é encontrar todas as peças - as certas e acertadas, aquelas que permitem resolver a equação final, aquelas pelas quais também nos vamos entretendo na novela dos episódios dos dias, aquelas que - presume-se! - determinarão a importância do nosso papel nesta encruzilhada de sonhos que mais parece um coma profundo à espera do apito final do árbitro.

O meu "puzzle", esse, como muitos outros, por ironia, tinha logo que conter inúmeras peças, e daquelas bem pequeninas, com mais cantos e recantos do que o mais ilusório dos enigmas. E logo comigo que não sou nada fã de "puzzles", mesmo quando a peça mais importante do meu "puzzle" - o meu Anjo - me obriga a montar os dele, e peça a peça, paciência a paciência, repetição a repetição... E por mais fáceis que aqueles "brinquedos" sejam de completar, principalmente quando comparados com aquele "a sério" que a vida insistentemente me impõe: fôlego a fôlego, chego à conclusão de que o meu "puzzle" vai-se formando e compactando degrau a degrau, embora também à custa de muitas peças que aparecem como "extra", e só para atrapalhar.

Francisco Moreira
terça-feira, 24 de maio de 2011

Sótão

Por muitos exemplos que a vida me continue a mostrar ao jeito do contrariar, ainda sou daqueles resistentes que dizem em voz alta que as pessoas valem a pena, por maiores que possam ser as hecatombes. Sim, continuo a apostar nas pessoas, mesmo que "às cegas", mesmo que equilibrado no fio do "tudo ou nada".

E porquê? Porque é no "separar das águas" que se faz a verdadeira "vindima", é no meio do trigo que se destaca o "joio".

A brincar - ou talvez não, gosto de dizer que "em cada dez pessoas que passo a conhecer, se se aproveitar uma, já valeu a pena".
E para justificar a contabilidade, posso recorrer ao simples argumento que frisa que antes das "10" tentativas tinha "0" de acréscimo e que, depois delas, passei a ter mais "1", mesmo que, na "prova dos nove" - aquela que soma as "conquistas" e subtrai os "adeus", se possa manter a balança no "meio-meio", sem grandes alterações, mesmo existindo - já que se vai "apurando os ombros".
Não, não se passa nada. Estava apenas para aqui "encostado" às amizades, a olhar para a minha lista de números de telemóvel... Estava a deslizar o "botão do abecedário" e a reparar naqueles para quem mais ligo e nos que mais me ligam (mesmo que isso não seja um "medidor" - não o é!), e a notar que, como em tudo na vida, o tempo faz questão de nos direccionar ao sabor dos instantes. É, até as listas de números de telemóvel mudam, e muito!
Claro que há números que, infelizmente e pelas mais diversas razões - umas mais normais do que outras, deixaram de se "fazer ouvir", claro que há pessoas que deixaram de se "fazer contar"... Mas, por outro lado, o que realmente interessa, é poder reparar-se que: enquanto uns se transformam em nevoeiro e outros se vestem de sol, dá um gozo tremendo sentir que se pode continuar a ser valorizado e valorizar, independentemente da estação do ano, aquela "ventania" que, de quando em vez, faça chuva ou faça sol, nos ajuda a limpar o pó ao "sótão" da amizade.


Francisco Moreira
segunda-feira, 23 de maio de 2011

Letras

Apesar de nem eu conseguir decifrar a minha própria assinatura, gosto de assinaturas, daquelas que vão muito além das sílabas. Gosto de quem assina com honra, com a certeza de que está a honrar a sua história, o seu portefólio, a sua linha de acção.

E este "reparo" surge em sequência daquilo que os novos tempos apresentam: o decréscimo acentuado do valor do nome, a perda de peso na assinatura, por mais importante - ou não - que seja o "papel" onde se coloca o "carimbo".

Gosto de assinaturas com carisma, com personalidade, de assinaturas que não se limitam a rubricar por rubricar, daquelas que não são assentes no tal do: "depois vê-se"... E não faltam!

Não sei se este meu pensar (e pensar de tantos outros) se prende com o "de pequenino se torce o pepino" nem tão pouco se o "acontecer ao contrário" (falta de cumprimento de compromissos) tem a ver com o que ditam os novos tempos... Mas sei e sinto que é bom ter nome, que é bom ter-se orgulho em mantê-lo longe das curvas e desalinhos, por mais dificuldades que possam surgir.

Definitivamente, aprecio quem aprecia o seu nome, quem faz sempre por apreciá-lo, do mais pobre ao mais rico, do mais culto ao mais analfabeto. E que pena sinto de quem se deixa "desonrar" por "tuta e meia", crente de que os dias ou as mentiras diluirão as letras mais "tortas" com que (sem palavra) assinam.


Francisco Moreira
sexta-feira, 20 de maio de 2011

Conta

Todos temos uma luz natural, uma luz interna, uma luz que, sem nos apercebermos, é mais intensa do que imaginamos, uma luz que consegue melhores resultados do que os "interruptores" a que recorremos regularmente. E é uma pena não acreditemos ou tenhamos a capacidade de a perceber, de a aceitar, de a quantificar e - pior ainda - de a usar mais e mais vezes, ou tantas quanto necessário.
Andamos vezes de mais às escuras, e sem nos darmos conta de que somos uma conta que conta e não apenas um caminho a caminho da factura.
Por mais apagados que pareçamos, todos somos iluminados, todos podemos iluminar, todos podemos ser "túnel", todos podemos ser melhores, quer para nós, quer para os outros.
O problema - julgo eu!, passa por não acreditarmos o suficiente no nosso "pavio", não valorizarmos suficientemente a nossa chama, não encandearmos mais do que meros "mínimos exigidos". O problema - afirmo eu!, passa por passarmos demasiado tempo a esconder-nos dentro de uma espécie de lamparina, e daquelas que se "abanam" mais do que iluminam.
Estou certo de que se fôssemos mais crentes na importante "conta" que somos pagaríamos muito menos "conta", principalmente à conta de outros.


Francisco Moreira
quinta-feira, 19 de maio de 2011

Nações Unidas

Fazem-me alguma confusão os alguns exageros cerebrais em função de coisas tão banais como o futebol. Mas começo por fazer notar que esses exageros ainda são uma minoria, pelo menos pelo que vejo.

Para mim, o futebol deve ser encarado como puro entretenimento, já que o é, e não como determinante no fluxo do quotidiano de cada um.
Não estou a tocar em clubes, ou melhor, toco em todos, dos mais pequeninos aos mais "gigantinhos".
E, pior do que embarcar nesses quase fanatismos, julgo eu, é patrociná-los, dar-lhes visibilidade, acrescentar-se-lhes as próprias vozes.
Que bom era o futebol quando não se degladiava tanto em insultos e em agressividade. Que bom era o futebol quando não se fazia do adversário (mesmo quando está fora de jogo) o principal lema para se festejar uma vitória. Que bom era o tempo em que, independentemente dos emblemas que apreciassem, todos ficavam felizes com uma equipa a representar o seu País.
Hoje, infelizmente, as coisas são mais "guerrilheiras". E de quem é a culpa? Dos outros e, claro, de nós, aqueles que se riem dando a ideia de que tais atitudes "têm piada", por mais infelizes que o sejam e independentemente de quem as protagonize.

Francisco Moreira

* Já agora, e fugindo um pouco do tema, confesso que fiquei algo triste ao ler um jornal de hoje que chamava a atenção (demonstrando-o) para o facto de na celebração da vitória do FCP em Dublin não se terem visto jogadores com a Bandeira Portuguesa (exceptuando o Beto com uma micro-bandeira) e de, ironicamente, se ver um jogador da selecção Portuguesa com a Bandeira do país onde nasceu, que não é Portugal. Exagerando, quem visionou o jogo por este mundo fora, provavelmente pensou que quem ganhou a Liga Europa não foi uma equipa Portuguesa mas sim uma equipa das Nações Unidas.
quarta-feira, 18 de maio de 2011

Gosto

Quantas serão as vezes em que quem se dá ao prazer de escrever neste aparelhómetro a que chamam teclado desiste a meio de um ou outro pensamento?

Esta é uma pergunta que me faço muitas vezes, principalmente naqueles tantos momentos em que não me sinto minimamente inspirado, mesmo continuando a escrever, ancorado na velha desculpa de que "convém não deixar de o fazer", quanto mais não seja para não perder o hábito e, acima de tudo, para não deixar desmoronar, neste caso, um "cantinho" que já tem para cima de 3000 textos: a grande maioria feita à pressão, nesta pressão, na tentativa de não "abandonar o barco".

Já vi muita gente a iniciar Blogues. Já insisti com muita gente para que os criassem, nem que fosse para "excomungarem" alguns pensamentos, nem que fosse para se lerem mais tarde, mesmo que nunca o venham a fazer.

Fico triste de cada vez que vejo um Blogue amigo a deambular entre o "caio ou não caio", entre o "continuo ou continuo", entre o "para que serve"... E há tanta gente, tanta gente a escrever tão bem, tanta gente a quem a palavra, neste caso "impressa", fica tão bem.

Não, este não é um grito na tentativa de acordar quem anda adormecido por estas bandas, quase se esquecendo de lá voltarem...

Na verdade, com este texto, e já que estava sem assunto, tento dizer-me e dizer a tantos que, mesmo quando as teclas não estão em sintonia com a inspiração, há que continuar a escrever, há que continuar a teimar, mesmo quando se é assediado por um "Facebook" qualquer, onde, para se continuar, em grande parte das vezes, basta clicar num "gosto", mesmo que não se goste muito do conteúdo "impresso".


Francisco Moreira

*Ah, e o melhor é fazer como eu (ou talvez não!): escrever sem reler, para que não nos sintamos impelidos a fazer "não gosto", ou melhor, "delete".
terça-feira, 17 de maio de 2011

Cotovelos

Uma das principais questões dos "dia de hoje" prende-se com a falta de comunicação, com a falta de "percebas", isto apesar da sufocante globalização, principalmente em termos de comunicação e informação.

Apesar de estarmos cada vez mais próximos uns dos outros, na verdade, estamos cada vez mais distantes, mesmo quando os "Facebook" e afins tentam comprovar o contrário.

Como? Simplesmente porque, com tamanha informação, ficamos aparentemente mais "surdos", menos interessados em saber dos outros, já que o que interessa terá que ter o título de "calamidade" ou, em alternativa, o que interessa é que os outros saibam de nós, nem que seja à força.

Vivemos na era da comunicação mas, infelizmente, comunicamos menos, ou melhor, falamos mais (mesmo por teclas) mas dialogámos menos, pelo menos no que diz respeito à qualidade dos conteúdos.

Onde param as conversas de tudo e do nada esmiuçadas até ao tutano? Onde param as expressões adjacentes às impressões do que era ouvido, do que era sentido? Em que soleira paramos nós para um frente a frente, daqueles que poderiam não chegar a primeira página mas chegavam-nos ao cérebro?

É, caso ainda não tenham reparado, apesar de "falarmos" cada vez mais, dizemos cada vez menos e, não menos importante, estamos a ficar mais egoístas do que nunca, não dando espaço aos "cotovelos" dos outros, já que achamos que os nossos precisam da "banda larga" toda.



Francisco Moreira
segunda-feira, 16 de maio de 2011

Recreio

Anda meio mundo à procura de respostas e outro meio mundo a tentar vendê-las, mesmo que de borla, ou nem por isso.

Onde há perguntas não falta quem se apresente como dono do saber, mesmo sem se ter dado ao trabalho de se ter dado ao papel de cobaia para o resultado final que, mesmo sem dúvidas, mesmo que duvidando, jura ter todas as certezas e mais algumas.

É demasiado fácil dar respostas aos outros. Difícil é dar resposta às perguntas que nos colocamos ou àquelas que a vida nos coloca.

Mas ainda bem que assim é, ainda bem que há uma balança que permite um pouco de tudo, quanto mais não seja para nos entreter o pensamento enquanto andamos a experimentar o certo e o errado, enquanto aguardamos pelo dia em que não serão necessárias perguntas, já que o enlace - respondo eu! - far-se-á exclusivamente de respostas, já que nesse ponto não haverá mais "recreio" para perguntas.


Francisco Moreira
quinta-feira, 12 de maio de 2011

Todo

Tal como a imagem que aqui apresento, a vida tem dois lados, apesar de pensarmos que vivemo-la predominantemente num estado intermédio, ora com raios de sombra, ora com raios de luz.

E se é assimcom o todo, há que aceitar que o particular não pode ser assim tão diferente, independentemente das tonalidades com que nos possamos vestir um dia ou outro.


Francisco Moreira
quarta-feira, 11 de maio de 2011

Colecções

Todos temos fragilidades por mais musculado que esteja o nosso acontecer, por mais inquebrável que pareça o nosso caminho. Todos, sem excepção, são demasiado frágeis, demasiado vulneráveis.

Mas, por outro lado - porque há sempre dois lados na mesma moeda!, todos somos suficientemente fortes, por mais defeitos que tenhamos, por mais "calcanhares" coleccionados ao longo do mapa do nosso caminho.

Assim sendo, e tal como numa qualquer outra balança, há que saber dosear a vida, há que encontrar o peso e a medida certos que permitam ir "andando"... Que permitam serpentear os obstáculos e armazenar energia extra.

Em jeito de observação, há que sublinhar que o "balançar" seria muito menos "preclitante" se não andasse meio mundo à procura das fragilidades do outro meio mundo para se sentir mais forte, principalmente porque, na verdade, todos continuaremos fortes e frágeis, independentemente das "colecções".


Francisco Moreira
terça-feira, 10 de maio de 2011

Ponto

No meio de tantas lágrimas, tantas delas escondidas por detrás da maquilhagem dos dias, é inspirador ver um ou outro sorriso, sentir uma ou outra alegria, por mais simples, por mais ténue que pareça.

E é nesses "raros" exemplos que se encontra a luz para iluminar tantas das "candeias" que quase já não têm "pavio"... É nesses sorrisos que podemos reaprender a ficar mais felizes com "pouco" na procura de mais...

Não é no aguardar de dissabores nem tão pouco estar sempre à espera do pior que se conquistam sorrisos. Não é no erguer da voz da negatividade nem no levantar do muro das lamentações que se conquistam melhores dias. É no acreditar que se conquista. É no procurar que se encontra. É no querer que se chega "lá", por mais distante que pareça, por mais que insistamos em cenários menos interessantes.

Cá por mim, quem perde demasiado tempo a resguardar-se do pior, geralmente, deixa passar ao lado o melhor. (ponto)


Francisco Moreira
quinta-feira, 5 de maio de 2011

Primavera

Gosto especialmente desta imagem. Faz-me lembrar imensas ideias e ideais, daqueles que floriram, mesmo em ambientes, aparentemente, pouco dados a "verdura", mesmo envoltos em "arame farpado" ou em muros anunciados como impossíveis de ultrapassar.
É bom, mesmo bom, de cada vez que se assiste ao romper da "primavera", por mais "invernos" que se movimentem em prol de um qualquer "desassossego". É bom, muito bom, quando vemos ramos a ramificarem no cinzento de uma auto-estrada cinzenta.
E esta imagem, esta ideia, estas palavras, dirijo-as a quem tem coragem de continuar, quem não se associa ao "tem que ser" ou ao "é a vida", a todos aqueles que fazem do seu querer um novo dia, independentemente dos percalços e rasteiras que possam atrasar os seus passos...
Acreditar na bandeira do Viver e Vencer e fazer dela o mote para um caminho melhor é sempre de enaltecer, mesmo quando a derrota teima em anunciar que (também) faz parte de todo e qualquer resultado final.


Francisco Moreira
quarta-feira, 4 de maio de 2011

Intervalo

Estou a precisar de dar descanso às teclas, principalmente porque sinto que, mais dia, menos dia, elas se soltarão do teclado para me darem uma valente "porrada".

Já estou a imaginá-las a, num repentino ataque de fúria, a soltarem-se uma para cada lado, deixando o seu "habitat" natural naquela conjunto ordenado a que chamam de teclado.

Não é por acaso que já lhes sinto um "olhar de lado" anormal, tamanho é o gasto que lhes tenho dado, tamanhas são as horas extra que lhes exijo.

Vou mais longe. Sinto que as minhas desculpas já não as convencem.
O melhor mesmo, acredito, será dar-lhes umas "pontes" ou um fim-de-semana prolongado numa secretária paradisíaca, de maneira a, como quem não quer a coisa, ter justificação para o próximo "embate", um daqueles que, pelo que prevejo, será ainda mais cansativo do que agora chegou ao fim, ou melhor, ao intervalo.


Francisco Moreira
segunda-feira, 2 de maio de 2011

Instantes

O calendário tem sempre o engenho de nos fazer rever memórias, principalmente aquelas que não queremos esquecer, que nunca devemos deixar abandonadas num qualquer baú.

Ontem, dia da mãe, entre um e outro instante, lá fui recordando um ou outro episódio, daqueles com anos, com décadas, com vida...

É interessante ver e sentir como o tempo, por mais que ajude e tente disfarçar certas cicatrizes, jamais nos permite esquecer os sorrisos, principalmente os nossos e daqueles com quem nos sentimos especiais.

E é por isso que, por mais cinzenta que possa ser a saudade, há sempre uma ou outra cor que nos faz sorrir, sinal de que valeu a pena.


Francisco Moreira

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