quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Passeios Desertos
São tantos e tão poucos os caminhos quie repetimos neste dia-a-dia dos afazeres que, se repararmos bem, já não sabemos ir ao sabor do vento, já não nos conseguimos orientar geograficamente por outras paragens, apesar de ainda as termos na memória, aquelas recolhidas quando fazíamos outros e estes percursos a pé, com maior atenção, com maior interesse. Hoje, infelizmente, todos os caminhos são iguais, por muito que pintem as casas, por muito que alcatroem os paralelos, por muito que mudem os residentes, ou que desapareçam, movidos por outras paragens.
Deveríamos abandonar os carros que fazem questão de nos transportar até ao café a 20 metros de casa, devíamos ter tempo (não temos?!) para passear com os amigos quilómetros sem fim, como fazíamos no longínquo antigamente de boa memória, naquela outra altura em que sabíamos os nomes das ruas, em que reconhecíamos os rostos com que nos cruzavamos e nos quais, à custa dos passeios - verdadeiras ruas do social, nos identificavamos entre um "olá" e um "bom dia", na certeza de que os seres humanos eram muito mais do que aquelas "figuras" e "figurinhas" que nos obrigam a parar naquelas irritantes passadeiras, sim as que nos atrasam e consomem precioso combustível.
Com esta coisa dos carros para tudo e mais alguma coisa, chego à conclusão de que perdemos muito do que éramos, a começar pela identidade, a nossa e a dos outros, aqueles seres que viviam connosco, nem que fosse por segundos repetidos, ali naquela rua, entre o cruzamento "A" e a praça "B".
Deveríamos abandonar os carros que fazem questão de nos transportar até ao café a 20 metros de casa, devíamos ter tempo (não temos?!) para passear com os amigos quilómetros sem fim, como fazíamos no longínquo antigamente de boa memória, naquela outra altura em que sabíamos os nomes das ruas, em que reconhecíamos os rostos com que nos cruzavamos e nos quais, à custa dos passeios - verdadeiras ruas do social, nos identificavamos entre um "olá" e um "bom dia", na certeza de que os seres humanos eram muito mais do que aquelas "figuras" e "figurinhas" que nos obrigam a parar naquelas irritantes passadeiras, sim as que nos atrasam e consomem precioso combustível.
Com esta coisa dos carros para tudo e mais alguma coisa, chego à conclusão de que perdemos muito do que éramos, a começar pela identidade, a nossa e a dos outros, aqueles seres que viviam connosco, nem que fosse por segundos repetidos, ali naquela rua, entre o cruzamento "A" e a praça "B".
Francisco Moreira
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2 comentários:
DESDE QUE HAJA CALÇADÃO NÃO HÁ PÉ QUE PEÇA PERDÃO !!!
Gostei da frase.
Abraço.
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