segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Para onde vai a Festa?
Um dia destes passei pela "festa", sim passei por uma daquelas festas de verão que tanto - dizia-se - animam os personagens locais e os familiares destes, que vêm "marcar o ponto no passaporte das raízes", religiosamente, e bem.
Não fui a horas "decentes", daquelas no pós telejornal e antes da novela principal da TVI, mas fui ver por dentro, fui sentir a festa sem azáfama, sem aqueles encontrões passageiros que parecem repetitivos, já que se passa pelas mesmas pessoas vezes sem fim, tantas são as voltas circulares que se dão, principalmente para se fazer passar o tempo mínimo necessário ou, quiçá, para se ver melhor o que se vê sempre todos os anos, há anos, sem se comprar, quase nunca.
Reparei nas promoções, aquelas que falam da nota mais pequena do gasto baralho dos euros, uma nota que, à primeira vista, consegue transformar-se numa versão "updated" do milagre da multiplicação. Sim, por 5 euros, nestes anos da crise, já se consegue comprar 2, 3 e 4 peças quase iguais... É, mesmo em caneta de feltro, há que encontrar maneira de despertar a atenção do olhar menos desatento, aquele que sai de casa com os tostões previstos para uma cerveja, um gelado para o miúdo e, se se encontrar um vizinho com mais de 4 palavras de "letra", poder trocar alguns "cromos" aceitando o necessário convite para o café, enquanto elas ficam a falar do tempo.
É, até a festa já não é o que era, mesmo mantendo a falange dos seus "clientes", aqueles que se sentam estrategicamente à espera da hora dos "artistas", sejam eles mais famosos ou nem por isso. A festa está a morrer vagarosamente, mas a morrer, principalmente pela falta de "plim", e não pela falta de gente, como se poderia "prognosticar", nesta era da juventude dos Shoppings com saldos a 70% e das Internet's com leilões de tudo e mais qualquer coisa.
É que, sem "plim", queiramos ou não, há cada vez menos "barracas", e, quando as barracas perceberem finalmente que aqueles que por elas passam mais não fazem do que olhar, infelizmente, estou em crer que a festa passará a ter um palco, uma roullote e, com sorte, um velhote a vender balões comprados aos "Chineses", há 10 anos, em quantidades abismais, por estarem quase de borla, isto apesar de, hoje, não pagarem o bilhete do Metro.
Que saudades da festa, sim, quando era uma festa.
Reparei nas promoções, aquelas que falam da nota mais pequena do gasto baralho dos euros, uma nota que, à primeira vista, consegue transformar-se numa versão "updated" do milagre da multiplicação. Sim, por 5 euros, nestes anos da crise, já se consegue comprar 2, 3 e 4 peças quase iguais... É, mesmo em caneta de feltro, há que encontrar maneira de despertar a atenção do olhar menos desatento, aquele que sai de casa com os tostões previstos para uma cerveja, um gelado para o miúdo e, se se encontrar um vizinho com mais de 4 palavras de "letra", poder trocar alguns "cromos" aceitando o necessário convite para o café, enquanto elas ficam a falar do tempo.
É, até a festa já não é o que era, mesmo mantendo a falange dos seus "clientes", aqueles que se sentam estrategicamente à espera da hora dos "artistas", sejam eles mais famosos ou nem por isso. A festa está a morrer vagarosamente, mas a morrer, principalmente pela falta de "plim", e não pela falta de gente, como se poderia "prognosticar", nesta era da juventude dos Shoppings com saldos a 70% e das Internet's com leilões de tudo e mais qualquer coisa.
É que, sem "plim", queiramos ou não, há cada vez menos "barracas", e, quando as barracas perceberem finalmente que aqueles que por elas passam mais não fazem do que olhar, infelizmente, estou em crer que a festa passará a ter um palco, uma roullote e, com sorte, um velhote a vender balões comprados aos "Chineses", há 10 anos, em quantidades abismais, por estarem quase de borla, isto apesar de, hoje, não pagarem o bilhete do Metro.
Que saudades da festa, sim, quando era uma festa.
Francisco Moreira
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2 comentários:
É verdade sim senhor e tomo como exemplo a festa da aldeia do meu pai. É uma festa tão bonita e tradicional que não lhe conheço igual. Não se perdeu a tradição mas de ano para ano tem sido bem mais difícil garantir os meios financeiros para manter a folia. Este ano esteve mesmo para não acontecer mas parece que felizmente se vai realizar, sempre no 3º fim-de-semana de Setembro.
Vamos chamar-lhes as Festas da Crise.
Abraço e... Boas Festas, ou ainda é cedo?! (risos)
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