terça-feira, 25 de agosto de 2009
"Bicicleta"
Há impressões que conseguem marcar quase tanto como as digitais, e também ficam para sempre, principalmente em quem as sente no outro lado da pele, no "lá dentro". Obviamente que me refiro aos "pontapés" com que a vida também nos ensina, aos "estalos" que ecoam mais do que dois segundos, às "facadas" que não conseguem cicatrizar, às injustiças servidas "frias". Não é o meu caso, pelo menos no momento, mas apeteceu-me falar disto, daqueles que sofrem com essas marcas num silêncio semiprofundo, onde não há parceiro que valha tamanha desilusão nem paredes que retribuam com soluções a quem, no vazio da solidão, procura respostas, razões, satisfações.É triste quando se apanha um valente "pontapé", principalmente daqueles dados por quem se deu a "camisola", por quem, infelizmente, se confundiram propositadamente, quiçá, ligações de sangue, falsas mas com um sentir autêntico.
E também há os outros familiares dos "pontapés", os chutos do "rock'n'roll" que o percurso de cada um vai tocando, ora mais afinado, ora mais estridente, dependendo sempre do lado em que se toca, ou melhor, do lado em que se dança.
São estas as provas que levam a tanto "- A Vida é ingrata!", são estes cromos de dor que não se curam com medicamentos e que, no passar do tempo, fazem com que se encare o dia-a-dia com menos ânimo, com menos crença, com menos Vida.
Mas, e quem dá os "chutos e pontapés"? Sim, como ficam eles nestas histórias?! Não sei, só os próprios podem assinar com a consciência, inclusive quem parece não a ter, tendo. Mas, além do "cá-se-faz-e-cá-se-paga", acredito que haverão noites em que o travesseiro não será suficientemente "compensador" para "cobrir" a vergonha de se ter feito o que nunca se quis que se lhe fizesse, independentemente do valor da "bicicleta".
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12 comentários:
Foi com alguma emoção que terminei a leitura destas palavras soltas, que organizadas de forma genial, formam o texto.
Aliás, depois de terminado, fico com a certeza que ele não deixa espaço, para o concordo ou discordo da praxe. Simplesmente é assim e ponto final, ou de exclamação para quem perferir.
Depois da reflexão a que nos obrigas, a minha introspecção levou-me a vaguear por uma citação "supostamente" feita a 2009 anos atrás, e a adapta-la.
"Quem já não passou por isto que atire a primeira pedra"... Soa a familiar não?
Quero com isto dizer, que houve alturas na minha vida em que a almofada foi "curta", já fiz o que não queria ter feito, senti os "estalos", "pontapés", e as agruras da vida.
Mas... (começo a desconfiar muito desta palavra que me perssegue para "tudo quanto é canto") não é esta a verdadeira essência humana?
Não são estas "grandes coisas" que nos fazem valorar mais as "pequenas coisas"?
Pois... acredito muito sinceramente que sim. Posso até dizer com toda a propriedade, correndo o risco de parecer cruel ou frivolo, benditos chutos!
Só de si movimento que fazemos para o concretizar é positivo, repara que em 90% dos casos os chutos são feitos para a frente, não para trás. Se ao longo do nosso curto trajecto pelo planeta Terra, tentássemos lidar com todos os obstáculos que se deparam da mesma forma, tenho a certeza que a felicidade deixaria de ser tão abstrata.
A música que se canta em Anfield (LIverpool), que acredita faz arrepiar, diz a certa altura "...you never walk alone..", o acreditar (mesmo que nem sempre corresponda á verdade) que esta frase acompanha todos os meus passos, faz-me sentir maior entre os maiores.
Gostaria no entanto, se permites fazer um reparo. É que as "impressões digitais" podem mudar ao longo da vida, as marcas provocadas pela tal "bicicleta" são mais como o ADN, nunca mudam, simplesmente ficam.
E como tenho a certeza que as ligações sanguinias mesmo que falsas, ainda fazem muito sentido, sinto que é escusado assinar? Não?
(espanto)
Foi talvez, e perdoem todos os outros "comentaristas", o melhor e mais completo comentário a um texto meu ao longo destes quase 3 anos de Blogosfera, inclusive nas "diferenças", com as quais concordo quase plenamente.
Tiro o meu chapéu.
Bem Hajas e Volta Mais Vezes.
Deixo-te Essências de Luz.
(penso saber quem és)
E depois disto... dizer mais quê?
Parabéns aos dois por nos revelarem a todos...
Beijo
(sorrisos)
Mas olha que tu, Natacha, és a minha comentadora mais assídua, e interessada... Obrigado.
Beijos.
Esse mesmo Fm.Já partilhamos algumas essências Hertzianas.
Não sei quem és mas obrigado Natacha. Também já tive oportunidade de ler algumas coisas tuas.
Pronto, estamos todos entendidos. Que possamos reunir-nos mauitas vezes por estas e outras bandas.
Abraço.
Pois...fica-se assim sem mais palavras, mas no entanto reforço que importa ganharmos consciência das nossas atitudes mesmo que às vezes seja já fora de prazo, importa aprender com os pontapés, os estalos e as facadas que vamos levando e dando também. Quanto a mágoas e ressentimentos, só fazem peso e não nos deixam avançar por este mundo fora.
Bons ensinamentos no Essências. Parabéns.
Bjs daqui com aquela Luz.
Ainda bem que toda a gente se conhece!!! Agora já podes marcar um jantar, ou para ser original... um passeio de bicicleta...
As tuas palavras veêm de encontro á minha realidade.
Aceito de bom grado todos os "chutos e pontapés" por todos os erros que possa ter cometido e que tenham de alguma forma magoado alguém... mas acredito piamente mo "cá-se-fazem~cá-se-pagam" que a vida se encarrega de retribuir a quem me fez mal (e muito) deliberadamente e sem necessidade. Especialmente aqueles de quem nunca esperaria tal atitude. Nunca fiz nada por isso, e mesmo que me julgem mal, não me importo de afirmar que qd isso acontece me traz, não satisfação, mas a sensação de Algo acima que se encarrega de equilibrar os pratos da balança.
Como sempre, ler-te é sempre encontrar um pouco de nós (de mim) digo.
Bem hajas
Bjinhos
Obrigado Eudemim, repito que é um prazer imenso ter alguém como tu a ler-me, e com atenção.
Beijos de Luz.
Nunca se sabe, Ricardo...
(sorrisos)
Abraço.
Que bom ter-te de regresso a este catinho Sunshine, gosto tanto de ti, tanto...
Beijos e Obrigado pelo Carinho.
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