sábado, 27 de abril de 2013

“What’s up?!”



Decorria o ano de 1992, se não estou em erro, e enquanto director de programas de uma Rádio, apaixonei-me por uma canção logo à primeira “escutadela”. E apaixonei-me sem conhecer minimamente o artista em questão e sem que o disco viesse com um qualquer “post it” a destacá-lo. Ouvi-o e, pronto, ficou.

Numa altura em que me chegavam às mãos dezenas de discos por semana, escolher aqueles que mereceriam estar no nosso TOP de apostas, convenhamos, não era uma tarefa fácil, não só pela oferta exagerada mas também pelos pedidos das editoras discográficas e, claro, pelos nomes de peso que muitos dos artistas (nacionais e estrangeiros) tinham, algo que, como era e ainda é lógico, abria-lhes portas para merecerem maior evidência na hora da selecção das canções que mais iriam tocar.

No meio de mais uma catrefada de cd’s-single, além dos cd-álbum, cruzei-me com um “What’s up?!” de uns tais de “4 Non Blondes”, canção que, eventualmente, seria mais uma a catalogar e a atirar para a prateleira dos discos que nunca chegam a acontecer, feliz ou infelizmente, dependendo da perspectiva.

Contudo, nem que fosse em simultâneo com outros afazeres, tentei sempre ouvir todas as canções que me chegavam às mãos, viessem por que meio viessem, e por mais que as tivesse que “desligar” ao fim de uns segundos, por já não as suportar.

“What’s up?!” funcionou ao contrário. Entrou(-me) imediatamente e implantou-se nos meus ouvidos, mesmo sem saber porquê e sem que houvesse uma correlação entre a letra e eventuais estados de espírito. Obrigou-me a ouvi-la em versão “repeat” vezes sem conta. E “pior” do que isso, consegui obrigar-me a fazer algo que, em anos, nunca aconteceu: colocar uma canção directamente no Nº1 do TOP de apostas musicais. Sim, “What’s up?!” foi directamente para a meta sem passar pela casa de partida.

A rádio onde estava foi a primeira a apostar seriamente na canção e isso, umas semanas depois, mereceu página no Diário de Notícias. E dessa notícia retenho uma frase, principalmente de cada vez que ouço “What’s up?!”: “há pessoas nas rádios que têm um “je ne sais quoi” que lhes permite descobrir sucessos em canções que, aparentemente, deveriam passar despercebidas”.

Obviamente que soube bem ler aquilo, mais ainda quando a referência vinha “assinada”, mesmo sabendo que, antes de mim, e pelo mundo inteiro, foram muitos os outros que, tal como eu, entenderam que aquela canção era tal, a tal “What’s up?!” que merecia ser Nº1, mesmo que aparecendo sem ter acoplado qualquer “post-it” da editora.

Kiko

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