sábado, 9 de fevereiro de 2013

“Timex”


Na década de 70, lá para os meus 5 anos, lá consegui convencer a minha mãe a dar-me um relógio, mas dos “a sério”. 

Se bem me lembro, ainda antes de entrar para a primária, passava os dias a olhar para as horas, e quase a suplicar que me perguntassem quanto tempo faltava para uma coisa qualquer, já que o importante era dar uso ao relógio. 

Recordo que o bracelete me incomodava, mas tal era um “menos” que não poderia estragar o resultado de, com relógio verdadeiro no pulso, já ser suficientemente crescido para poder usar um objecto associado aos adultos. 

Era um orgulho poder ter um relógio, e arregaçar as mangas para poder "dar nas vistas", mesmo com o incómodo do transpirar que deixava um odor menos agradável naquele pulso do braço esquerdo. (Ou seria no direito? É que já uso relógio há uns anos, e agora estou confuso.)

Uns anos mais tarde, já depois de ter tido mais um ou dois relógios, lá chegou o objecto mais importante da minha infância (para aí aos 10 anos, ou 11, não sei.): o “Timex”, a marca de relógios que todos conhecíamos na altura. 

Este era um “Timex” especialíssimo, com máquina de calcular incorporada, daqueles que, discutia-se nos intervalos do ciclo preparatório, serviria para ajudar na matemática (nunca o cheguei a usar nessas circunstâncias). Este era o “Timex” que nos fazia sonhar com o dia em que existiriam relógios com televisão no visor.

- Já existem há mais de uma década?! (não se esqueçam de que me reporto ao tempo em que não se sonhava com a hipótese de os telefones poderem não ter fio ou à irrealidade de, um dia, poderem vir a filmar)

O “Timex Calculator” foi sem dúvida um marco interessante, principalmente para quem o teve. E por mais que possa ser visto como um objecto de luxo (naquela altura), não o era. Já que, pelo menos no que me diz respeito, luxo era poder ir almoçar fora num Domingo por mês, e isso nunca fez parte da minha agenda de então.

O relógio da máquina de calcular, pelo menos enquanto durou a febre de o ter, teve um uso exagerado, ao ponto de se inventarem contas para as poder resolver com aquele objecto especial. 

Aquele “Timex” que, eventualmente, acabou por ser trocado por um “Casio” (dos que voltaram a renascer nos pulsos de hoje em dia, por saudosismo, imagino), na verdade, nunca conseguiu ser superado em termos de causa-efeito por nenhum outro, ao ponto de, quando o assunto é relógios, a minha memória me transportar rapidamente para junto dele.

Kiko

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