segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

“Publicidade”



A publicidade, principalmente nas décadas de 70 e 80, tinham um “share” de audiência televisiva (e não só!) estonteante, ao ponto de haver quem ficasse à espera dos intervalos para justificar o tempo passado em frente à televisão.

Sim, estou a afirmar que, em muitos casos, os períodos publicitários televisivos eram bem melhores do que os programas que os rodeavam, aos intervalos. Muitos eram os que adormeciam nos programas e acordavam nos intervalos.

Com isto não quero dizer que, naquela altura, a publicidade era especialmente bem feita, ou que tinha efeitos especiais brilhantes ou ideias de marketing irresistíveis. Apenas eram interessantes, ou mais interessantes do que o que estivesse a dar. (nem todos, mas alguns, vá!)

Poucos eram os que aproveitavam os intervalos publicitários para irem fazer o “xi-xi” ou para mudar de canal (o segundo canal nem sempre estava “online” e, quando estava, era, geralmente, bem pior do que o pior que passava no primeiro canal – risos).

Mas mais do que palavras, permitam que pegue em alguns exemplos, só em jeito de título, para vos (nos) mexer automaticamente com a memória, e sem grande esforço:

- Bombocas, BIC, Regisconta, Singer, Grundig, Philips
- Vimeiro, Àgua das Pedras, Laranjina C e, claro, Trinaranjus
- Os glutões do “Presto”, o famoso Omo e, claro, o sabão Clarim
- Skip, que nos ensinava a decorar nomes de marcas de máquinas de lavar das quais nunca ouvíramos falar
- Citroen 2 Cavalos e, claro, o Fiat Uno, além do Renault 5
- Nesquick, Cerelac, Toddy e os primeiros “Kellog’s”
- Knorr, Olex, Pasta medicinal Couto, Douradinhos da Iglo, etc., etc, e etc.

A lista, como se imagina (e certamente que cada um tem vários exemplos a acrescentar a esta lista), é enorme. Mas, no concreto, o que pretendo sublinhar com este pequeno testemunho é que, naqueles outros tempos, ao contrário dos de hoje, a publicidade era muito bem-vinda, sem ser necessário repetir os mesmos anúncios no mesmo intervalo, nem tão pouco recorrer a uma enorme equipa de publicitários e meios para nos fazer chegar uma mensagem, por mais “inverdadeira” que pudesse ser.

Sabia muito bem ver os intervalos. Sabia muito bem, no dia seguinte, se houvesse dinheiro, ir a correr comprar um daqueles produtos que rostos não tão bonitos (ou photoshopizados) nos apresentavam.

Mais, se passavam na televisão, era porque eram bons, ou melhor, dignos de não merecerem que nos predispuséssemos a olhar para a sua concorrência.

- Linha branca?! O que era isso?!

No máximo, e para os mais “aculturados”, era a linha de electrodomésticos da Rádio Popular. (risos)

É, os intervalos eram espectaculares! Porquê? Porque nos faziam sonhar e desejar, e não duvidar, como fazemos hoje, quando um spot publicitário quianda vai a tempo de nos entrar pelos olhos dentro, naquele instante em que procuramos o comando para mudar de canal.

Kiko

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