segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

“Big Mac”



Presumo que foi já em finais da década de 80 que apareceram as primeiras “fast-food-shops” em Portugal. Aquelas onde o McDonalds nos fazia sentir mais integrantes de um mundo sem fronteiras, aquelas onde um simples hambúrguer nos dava um ar mais “estrangeiro”.

Quando os “Big Mac” apareceram, lá no GaiaShopping, as filas eram ainda maiores do que são nos dias de hoje, muito maiores, ao ponto de ninguém – mesmo a desesperar – ousar reclamar de um minuto a mais do que o supostamente recomendável.

Como todo o respeito, naquelas alturas, geralmente ao Domingo, que se “lixassem” o cozido à Portuguesa e as sardinhas assadas! O que importava era dar umas dentadas num hambúrguer feito nos Estados Unidos (santa ignorância!) acompanhado pela não menos Norte-Americana “Coca-Cola” e, já agora, pelas batatas-fritas quentinhas que, certamente, também provinham da terra da estátua da liberdade.

Na verdade, ter acesso ao McDonalds, mais do que uma moda, era uma espécie de viajar para fora cá dentro, mesmo que nessa viagem usássemos os autocarros de todos os dias e que, em vez de dólares, os pagássemos com notas de 100$00 ou várias moedas de 25$00. Sim, daquelas grandes!

E que bem sabia abrir aquela caixa especial! Que bem sabia aquele beber “Coca-Cola” por uma palha! Que bem sabia devorar batatas-fritas bem diferentes das dos pregos em prato! Que bem sabia, acrescente-se, comer aquelas partes vegetais que se incrustavam entre a carne, o queijo e o pão de formato esquisito!

Mas havia um problema. E que senhor problema!

- O que fazer com aqueles sacos minúsculos de “ketchup” e “mostarda” que vinham a acompanhar a “encomenda”?

Bem, no meu caso, deixava-os em cima da mesa da área alimentar daquele centro comercial (que já foi de eleição.) junto a tantos pares de gémeos, já que poucos o ingeriam aqueles conteúdos embalados de forma pitoresca (mais pareciam pacotes de açúcar plastificados), eventualmente por não se saber bem como os misturar numa refeição que, tal como se apresentava, por mais estranha que fosse, parecia perfeita, ou melhor, diferentemente e especialmente divinal.

Eram várias as romarias até ao McDonalds do GaiaShopping, não só pelos cinemas e filmes em grupo mas também pelos “Big Mac”, aqueles que eram mais do que um excelente pretexto para nos reunirmos em torno de sonhos, Americanos ou nem por isso.

Kiko

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