sábado, 5 de janeiro de 2013

“Locutor”


Foi no ano de 1989 que, acidentalmente, dei os primeiros passos radiofónicos, numa rádio bizarramente chamada de “Paralelo”, e, se não me engano, no primeiro dia do pós-rádios piratas. 

A história do meu entrar para a rádio, onde me mantenho até hoje, embora em registos bem diferentes, aconteceu por mero acaso. E a história parece inventada, mesmo não o sendo. Como explicá-la em poucas palavras?... Vou tentar. 

Numa tarde de semana, um disc-jockey de uma pequena discoteca que eu frequentava, no VillaGaia, a GaiVille, pediu-me para o acompanhar a um teste que ele iria fazer numa rádio, já que esse era o seu sonho, e um dos sonhos de muitos rapazes, ontem e sempre. 

Aceitei, metemo-nos no comboio, e lá fomos. 

Chegamos. Entramos num conjunto de casas, com um terraço imenso e eu limitei-me a ficar sentado num banco, no tal terraço, à espera dele. 

Do nada, fui abordado da seguinte forma:

- Então, rapaz, vens para os testes de rádio?!

- Não, não, vim acompanhar um amigo. Ele sim, ele é que quer fazer rádio. – exclamei. 

- E tu, nunca pensaste em fazer rádio?

- Não, não teria jeito nenhum. – acrescentei, algo envergonhado. 

- Hmmm. E não queres experimentar? – perguntou-me.

- Não sei, acho giro, mas não creio que me safe… - sorri, nervoso.

- Então, vamos experimentar. Anda comigo, eu sou o dono da rádio. 

Entramos dentro das instalações, puseram-me à frente de um microfone, se bem me lembro, e, passados poucos minutos, o diálogo com o tal dono prosseguiu.

- Olha que és capaz de ter jeito, rapaz. 

- Acham mesmo?! - perguntei e perguntei-me.

- Podes começar na 2ª feira, das 18 às 21 horas, em todos os dias úteis da semana?!?

- Eu, eu?! Acho que sim, acho que sim, mas não sei se consigo… - disse-o, pressuponho, de uma forma bastante aparvalhada.

- Ok, então, começas na 2ª. Se precisares de algo, pede ajuda aos outros ou anda falar comigo. Boa sorte!

Pois. Foi assim. E quando eu e o meu amigo (o verdadeiro candidato e entendido em música) regressamos ao comboio, lá tive que lhe dizer que iria ter o meu programa de rádio, ao contrário dele, que não passou nos testes, eventualmente por não ter estado naquele terraço à hora certa. 

Para que se evolua um pouco na história, esta, a minha, em termos radiofónicos, há que referir que me despedi ao fim de dois meses, supostamente por me sentir “desacompanhado”, apesar de ter tido colegas, mais velhos, impecáveis. Não sei, acho que não me “ensinavam” e que me estava a tornar repetitivo… (sorrisos) 

Uns meses mais tarde, através de um amigo, o Nuno Oliveira, por imposição minha (paranóias), fui para a Rádio Clube de Gaia fazer madrugadas, como técnico de som, algo que, ao fim de uns meses, transformou-se em locução, embora já com outros “predicados”. (sorrisos)

É, o “bichinho” de que se fala, existe, posso testemunhá-lo, a caminho dos meus 25 anos de rádio.

Kiko

2 comentários:

bisturi disse...

ENTÃO CARO AMIGO COMO VAIS?
PARABÉNS PELOS 25 ANOS...
QUANDO VOU AO BARBEIRO, DE QUANDO EM VEZ , ELE TEM A SINTONIA NA TUA RÁDIO E ENTÃO OIÇO-TE...
ATÉ UM DIA DESTES...
AINDA NÃO ADERI AO FACEBOOK ...MAS TENHO INSTAGRAM !!!!
E TU ?
ABRAÇÃO

FM disse...

(risos)

És o máximo!

Obrigado pelo Carinho. Fico feliz que me ouças, no barbeiro... Manda-lhe um abraço meu. (sorrisos)

Adere lá ao Face, eu ensino-te. (sorrisos)

Abraço,

FM2013

Isso do insta... ainda não me chegou! (risos)

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