terça-feira, 27 de novembro de 2012

“Fisgas”


Sou do tempo das fisgas, daquelas que eram feitas à mão, mesmo que contando com a ajuda (importantíssima) de alguém mais crescido, para poder ser considerada uma verdadeira fisga: uma arma “poderosíssima”, para aqueles tempos pós-caçadinhas. 

Sim, refiro-me às fisgas feitas com ramos de árvore em “V” (ou mais ou menos), das com um elástico (o mais forte possível) e um pedaço de couro (retirado a um qualquer lado), por onde passava o elástico.

E dep
ois de feita a “arma”, os olhos viravam-se instantaneamente para o chão da rua, na procura das pedrinhas que serviriam de “balas”. (as melhores, convenhamos, eram as que se traziam da praia, por serem mais pesadas, mais arredondadas e, principalmente, por conseguirem chegar mais longe)

Claro que se tentava – e muito! - acertar em pássaros, nem que para isso se ficasse “horas” à espera que eles pousassem numa árvore próxima do nosso portentoso “poder de fogo”, ou melhor, o das nossas fisgas. 

- Viste, viste?!

- Vi o quê?!

- Viste?! Acertei-lhe em cheio. Pena é que o raio do pássaro tenha fugido! 

Pois. “Sonhava-se” com esses acertar de “arma em punho” mas, na verdade, não me lembro de alguma vez ter tido acesso a um pássaro-defunto, pelo menos defunto por ter levado uma “fisgadela”, minha ou de um dos “soldados” que me acompanhavam “armados” e a “armarem-se” por esses pinhais de Gais. Mas entretínhamo-nos pensar nos resultados, mesmo que ilusórios. (um dia haveríamos de levar pássaros para o jantar, ou pombas, das selvagens, porque dava prisão, dizia-se) 

Estou para aqui a tentar imaginar um brinquedo dos dias de hoje que se assemelhe à fisga daqueles anos 70, mas, para ser sincero, o único que me ocorre, aparentemente, é um grande disparate – meu, claro!, porque “não tem nada a ver”. Ou seja, não necessita de pedaços de árvore, nem de elástico e muito menos de um retalho de couro.

A que brinquedo me estou a referir em termos de comparação com a fisga?

Para ser sincero, estou a referir-me ao “Facebook”, este brinquedo que, em vez de pássaros, (também) é usado para tentar fisgar “rolas” e “rolos”, independentemente da idade das “crianças” que com ele brincam. (risos)

Kiko

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