sábado, 27 de outubro de 2012

“Matrículas”


Em finais da década de 70 e inícios da década seguinte, havia um entretenimento infantil digno de ombrear com qualquer videojogo dos dias de hoje: coleccionar matrículas de veículos automóveis. Nem mais!

Bizarro? Sim, inquestionavelmente. Mas divertido, muito divertido.

Reunia-mos aos 3 ou 4 e lá íamos a correr para o cimo da ponte que ficava por cima auto-estrada (A1, ali entre a Madalena e Vilar do Paraíso) para, de caderno A4 de capa preta n
a mão, ter a destreza de anotar o maior número de matrículas dos veículos que passassem pelos nossos olhos. 

Isso, nem mais, víamos os carros, camiões e camionetas que passavam por nós e, “de gás”, anotávamos as suas matrículas, as que conseguíamos.

O objectivo, como se imagina, era o de conseguir reunir o maior número de matrículas possível no espaço de tempo determinado para esse “passar-do-tempo”.

- Quantas matrículas tens tu?
(coleccionar mais de 100 matrículas era fantástico)

- Essa não passou. A que passou terminava em 45. Inventaste!
(não eram raras as vezes em que aldrabávamos números ou letras, por não conseguir anotar atempadamente todo o fluxo rodoviário que nos “ultrapassava”, principalmente quando passavam mais do que uma viatura ao mesmo tempo)

E em cerca de uma hora, lá nos entretínhamos, e muito, a dar tinta às páginas do caderno que, em horário “laboral”, servia para lá se inscrever (também) o que aprendíamos na primária e no ciclo preparatório que frequentávamos nessa pré-adolescência.

Na aproximação ao secundário, as matrículas mantiveram-se, mas com outra sofisticação. Apostávamos em conjuntos de duas letras (das matrículas) e, entre a paragem do autocarro que nos deixava a cerca de 1 km da escola de Valadares, se passasse algum carro com as letras escolhidas, lá teríamos que carregar com os livros e cadernos (mochilas) dos outros que, connosco, faziam esse percurso a caminho das aulas. (eu, geralmente, safava-me, porque escolhia as letras “MX”, as quais estavam relacionadas exclusivamente com veículos militares, os quais não faziam amiúdas vezes aquele nosso percurso)

Nos dias que correm, sabemos, nenhum “catraio” se atreveria a fazer estas “figurinhas”, especialmente por não acreditarem no prazer que isto dava, na falta de melhor, claro.

Kiko

2 comentários:

bisturi disse...

Então caro amigo:
Td bem contigo e família...
Bom fim de semana

FM disse...

Tudo em Ordem, Caro Amigo!

Forte Abraço e espero e desejo que estejas BEM, tal como os teus, claro.

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