sábado, 20 de outubro de 2012

“190$00”


Nos primeiros anos da minha “década dos descobrimentos”, ou seja, a de 80, tenho que destacar que houve um investimento que justificou – e bem. – os 190$00 surripiados ao mealheiro ou poupados na compra de “Bollycao’s”. E tanto esforço em nome de uma mulher. Sim, uma mulher que, afinal, representava várias (estrangeiras, certamente). Uma mulher que, de cada vez que alguém ousava dizer o seu nome em voz alta, gerava um corar colectivo e uma dúzia de "
assobios para o ar". Ela, a mulher que nos apresentava tantas mulheres por cada 190$00 investidos, chamava-se “Gina”. E digo chamava-se porque, pelo que sei, nunca mais ninguém a viu. Deve estar multimilionária com o tanto dinheiro que ganhou à custa do nosso suor e prazer. (risos)

E hoje, ao escrever sobre isto, ainda me pergunto o porquê de ela, uma mulher que tanto nos deu, se chamar “Gina” e não, por exemplo, mero exemplo, Maria Antónia Ferragudo Mendonça e Sá dos Santos Costa Urtigão… Porquê, Gina, porquê? 

Vá, não caiam automaticamente na vulgaridade do aparentemente mais óbvio, ou seja o: “Vá… Gina”. (escolhi pôr o assento no primeiro “a” porque, porque… porque pareceu-me esteticamente mais apelativo, em função do teor desta crónica com bolinha vermelha fictícia no canto superior do vosso monitor – risos) 

Eu, pensando no assunto seriamente durante uns 45 segundos, acho que escolheram o nome das 4 letras mágicas para que, ao “lê-la”, não se perdesse a excitação, eventualmente por se poder conhecer uma mulher com o mesmo nome e isso, convenhamos, estragar o "pico da atenção". (Que acham? Terá sido essa a razão?)

Quanto à revista em si, e às horas de 10 minutos cada (risos) que se perdiam a devorá-la (gastava-se mais tempo nas páginas com melhor “zoom”), como imaginam, dariam pano para mangas, já que os “sonhos” por ela(s) gerados eram inúmeros. Por isso, perdoem, vou deixar essas histórias no poço das memórias de cada um dos que passarem os olhos por estas minhas palavras. (As meninas também as “leram”?)

Contudo, e em jeito de última página (não colada. – perdoem, não resisti. - risos), há que fazer jus ao conteúdo literário das ditas. Na verdade, estas revistas que ansiávamos ter, comprando-as (quando havia coragem) ou pedindo-as emprestadas (que desculpas se arranjavam para as ter connosco umas horas), contavam histórias que nos levavam ao "céus", ou melhor, ao "inferno". Sim, elas tinham histórias, histórias "normais". Com poucas letras, é certo, mas com simbolismo. (sim, estou a exagerar um pouco) 

A “Gina” fazia sempre questão, e bem, de nos falar de mecânicos, de floristas, de passeios à beira-mar, de encontros fortuitos e de tantas outras coisas que, no fundo, a nu, servissem para se justificar o contrário daquilo para o qual serviam, ou seja, servir-nos… na natureza de, naturalmente, “naturar”.

Kiko


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