quarta-feira, 20 de junho de 2012

"Renault 5" - Parte 2


Como certamente todos saberão, e sem necessidade de fazer desenhos, as experiências num primeiro automóvel - "milhares de quilómetros", no caso - são inúmeras, pelo que, com mais ou menos "bolinhas" no canto superior direito do vosso monitor, obrigo-me a (só!) dar títulos, deixando os subtítulos e eventuais desenvolvimentos ao sabor da imaginação de cada um, e por cada um, não por mim. Percebido?! 

Não especulem nem inventem. (não direi NADA por muito que pareça dizer)

Para que se entenda, e bem, os pontos que se seguem referem-se e experiências num "Renault 5" antigo, um dos primeiros modelos, vivenciadas entre finais da década de 80 e meados da década de 90.

> Furar um pneu e ir arranjá-lo era um bico de obra, mas funcionava como "portefólio". Mudá-lo, na altura, era muito mais simples do que hoje (por causa das chaves de rodas e parafusos especiais que o presente dita).

> Ficar sem gasolina "super" era algo comum, já que se abastecia mais vezes com moedas do que com notas, e o ponteiro da reserva, convenhamos, era tecnologicamente "lento". Já agora, e por falar em dinheiro para abastecer, cartões, convenhamos, nem de pontos, quanto mais de débito ou de crédito. 

> Lavar o carro, mesmo com máquinas que já o faziam, era tarefa de homem, principalmente com o peito ao léu, de chinelos e com a rua por nossa conta, durante umas duas horas. (consta-se que já era proibido) 

> Baixar os bancos (com aquelas "rodelas" sempre perras) era tarefa complicada, principalmente quando havia urgência em não deixar fugir o "clima", o tal do: "- Vamos ficar mais à vontade?!".

> Uma toalha de praia na mala do carro, mesmo no inverno, era sempre útil, por causa do frio e, já agora, para reduzir significativamente o ângulo de observação dos mirones (cuscos ou aprendizes, nunca entendi!). 

> Uma garrafa de água era "recado" sugerido que os mais velhos nos davam, para o caso de o radiador começar a verter, coisa normal nas viaturas de então. (esta era uma das mais complicadas anomalias, pelo menos nas contas dos mecânicos, os "sabichões-mor" de então)

> Ficar-se atolado na areia, nas viagens (inúmeras) à praia mais próxima (ou distante, dependendo da "ladainha" de cada um), por vezes, era merecedor de esforço conjunto, graças à solidariedade de outros condutores (homens, sempre), daqueles que também apreciavam o "ar fechado" à beira mar.

> Ter vidros completamente embaciados, na verdade, era um excelente sinal, mesmo que, na hora de levantar os bancos e pôr a viatura a caminho, gerassem imenso trabalho, por causa de uma "chauffage" que, convenhamos, não se comparava ao ar condicionado na arte de (já) permitir visibilidade. (Santos lenços de papel, por serem bem melhores do que aqueles panos cor-de-laranja que sujavam mais do que limpavam.)

> Chegar aos locais de "ver o mar e as estrelas", para um condutor simpático e experiente na matéria, era feito com os faróis em mínimos, de maneira a não incomodar quem já estava estacionado. 

E muito, muito mais... Mas, com o avolumar de sílabas a gladiarem-se com o espaço desta crónica, é melhor ficar-me por aqui, não vá derrapar por pormenores que, sendo comuns a muitos, possam gerar vontade de (muitos dos muitos) voltarem a querer ter o primeiro automóvel das suas vidas, quanto mais não seja para mudarem o óleo... à memória. 

Kiko

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