terça-feira, 12 de junho de 2012

"Pelos Públicos"



Isto de se ser puto e querer-se muito, mesmo muito, ser-se homem depressa e bem, ou seja lá como for!, desde que o sejamos, "obriga-nos" a cometer erros que ficam para sempre, por mais banais que o sejam.

Estou a referir-me, tão simplesmente, a esta chatice de, hoje, ter que "desfazer" a barba mais vezes do que desejaria, porque cresce depressa.

Não tenho nenhum dado científico que comprove que a barba de hoje tem a ver com o "desfazer-me" dela (inexistente) naquela altura precoce, mas que me serve de moleta, lá isso serve. A mim e a muitos, presumo.

E tal como muitos rapazes daquela idade, também eu peguei nas "Gillette" do meu pai para rapar os pelos que mal se viam com o intuito de os enrijecer e os fazer aparecer, para ser homem mais rapidamente, está claro. E porquê? Porque, com 12 anos, também já achamos que somos crescidos e que o problema é o nosso corpo não acompanhar essa "adultice", julgamos e sublinhamos, inclusive nos diálogos com os da nossa geração, todos vitimas desse "peso" que é ser-se novo, demasiado novo.

Do rapar do "bigode" ao peito e aos sovacos (se bem me lembro), foram algumas as vezes em que fiquei decepcionado ao olhar para a resultado que a lâmina me apresentava ao lavá-la: nada de nada. Se não haviam pelos, logicamente, era natural que a lâmina não os inventasse por magia, por desejo!
O desfazermo-nos dos pelos "transparentes", em jeito de exemplo, é quase como  (imagino) as raparigas usarem roupa que crie a ideia de que existe mais volume onde não existe. No fundo, convenhamos, a teoria é a mesma, embora em sentido contrário. (não, não me vou pronunciar sobre eventuais truques avolumares, que cheguei a ver)

Não menos bizarro, naqueles outros tempos, a seguir ao "podamento capilar", era colocar álcool na cara - versão antiga de after-shave, para que, pelo menos mentalmente, aquela actividade adulta - à homem, mesmo homem! - fosse feita com princípio, meio e fim, mesmo quando o fim, na prática, era sempre o mesmo: pele de bebé.

Kiko

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