sexta-feira, 18 de maio de 2012

"Texanas"


Sim, assumo que fiz parte daquele grupo imenso de quase adultos e novos adultos que aderiu à moda das (caras) "Texanas", lá para os finais dos anos 80. Sim, estou a falar daquelas botas que, na verdade, por mais bordadas que fossem no cano, só eram vistas na parte de baixo, ou seja, tinham um aproveitamento na ordem dos míseros 30%. (porque não trocá-las por botins?)

Afiadas na ponta (algumas com metal envolvente), as "Texanas", em couro, claro (!) eram geralmente compradas em Stª Catarina, porque aquelas montras conspiravam a favor daquela moda (que durou uns 3 anos) vinda não se sabe muito bem de onde, mas importada, certamente, porque o que vinha de fora era um "must" - e por mais piroso que fosse. As "Texanas" ficavam-nos bem, pelo menos era assim que o entendíamos, era assim que o interiorizávamos. 

Mas, além das botas em si, há dois pormenores a realçar:

1) Os protectores: pedaços de metal (pregados aos tacões) que faziam o barulho desejado (ao baterem no cimento ou no paralelo), dando, pelo menos mentalmente, muito estilo, por fazerem-nos dar nas vistas, por onde quer que passássemos.

2) O andar: ajustado ao som ritmado que aquelas tiras de metal faziam. Ou seja, o andar mudava, de maneira a fazer o tal barulho. (parecia que estávamos constantemente a chutar no vazio)

O verão, além das outras 3 estações do ano, também era "bom" para se andar com "Texanas", por mais vontade que tivéssemos em tirar as meias grossas que nos protegiam os pés daquelas imensas e desgastantes horas em que andávamos para ali e para acolá (naquela altura ia-se a pé para quase todo o lado). E não falemos de chulé e muito menos dos buracos nas meias provocados pelos "pregos" que, ao fim de tanto uso, iam despontando dos tacões para dentro das botas.

Lembro-me que tive umas "Texanas" pretas, outras castanhas escuras, umas a puxar para o lilás escuro e, obviamente, as mais famosas: as castanhas claras (num material que não sei identificar) que, com o decorrer do tempo, iam escurecendo e ficando ainda mais "in".

Hoje, tantos anos depois, recorrendo à memória, sinto que "ridículo" foi a expressão mais usada por quem não usou as "Texanas" para catalogar quem andava diariamente a roçá-las por tudo o que era chão, fazendo do barulho provocado pelos protectores uma espécie de banda sonora de afirmação.
Mas... Qual afirmação, qual quê?! Ridículo, isso sim. (ponto)

Kiko 

* Estou em crer de que umas boas "Texanas" não custavam menos de 10.000$00, como base.

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