terça-feira, 10 de abril de 2012

"Ver o Barco"




Lá nos idos 80, na flor da juventude, eram várias as expressões que, entre "homens", se usavam para identificar o acto de namoriscar (namorar sem oficialização, vulgo aliança de comprometido).

Recordo-me destas:

- Tirar uns troços
- Dar uns amaços
- Tirar uns beijos
- Trocar uns cuspes
- Dar uns linguados
- Dar umas voltas
- Tirar umas curtes
...e ir "ver o barco". 

Sim, leram bem, leram muito bem. Eu disse "ver o barco".

Este ver tem a ver com o naufrágio do navio Japonês "Reijin", na praia da Madalena (Gaia), a 26 de Abril de 1988, tinha eu 18 anos (Uau!). A Madalena apareceu nas televisões e jornais de todo o mundo, porque o barco ficou tombado próximo ao areal, com cerca de 2500 automóveis "zero quilómetros". Romarias e mais romarias, inclusive de autocarro... 

Mas, vamos ao que me trouxe aqui: as curtições.

Com o "Reijin" encalhado, e durante meses, criou-se a fórmula de engate perfeita (ou nem por isso!). Em vez de se propor a uma rapariga ir dar uma volta (com intuitos bem delineados, pelo menos em pensamento), dizia-se o seguinte:

- Vamos ver o barco?!

Pois. É isso. "Ver o barco" ficou na moda, pelo menos durante um ano. E muitos foram os que foram "ver o barco", de preferência ao final da tarde, à noite ou de madrugada, quando já se via muito pouco. Mas isso também não interessava para nada! 

O que contava era ter um pretexto para levar a potencial conquista para "casa", ou seja para terreno mais propício ao desenrolar da "cena". (por vezes dava para o torto, e nem as histórias sobre os que tinham ido ao barco "in person" sacar partes dos "Corolla's" e dos "Scarlet's" conseguiam travar as saídas apressadas do areal)

Neste contexto, as perguntas que os "homens" mais faziam entre si eram as seguintes:

- Levaste-a a ver o barco?
- Vais ver o barco?
- Viste o barco?

Que pena não ter mais espaço para escrever. E logo agora que iria entrar nos pormenores das "idas ao barco", aquelas que geravam apertos nas calças e trilhares nos cintos, areia nas virilhas e demais pormenores que, infelizmente, terão que ficar exclusivamente na vossa imaginação. (risos)

Kiko

Foto "sacada" sem autorização ao Blogue (No Gabinete) do meu amigo Paulo Almeida. (que tem um excelente "post" sobre o barco, noutras perspectivas, claro!)

1 comentários:

paulofski disse...

Não só fui ver o barco, "ver o barco", rever o barco, como estivemos no barco. Bons tempos em que virávamos o barco, literalmente!

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