terça-feira, 17 de abril de 2012
"Ir ao Brasil" - Parte 1
Vá-se lá saber como, em 1982, os meus pais ficaram incrédulos quando, em poucos meses, viram uma mera hipótese transformada numa viagem transatlântica. E, sem terem grande tempo para me travar, lá deram comigo, no antigo aeroporto Sá Carneiro, a arrastar uma mala com quase o meu peso, de bilhete na mão, pronto para embarcar sozinho para o destino de sonho, em termos de férias e de trabalho.
Com 12 anos completos e a caminho do secundário, pretendia lá ficar apenas 2 ou 3 semanas e depois voltar para o resto das "férias grandes" na (minha) praia da Madalena. Afinal, aquela primeira viagem de avião transformou-se em 2 meses de múltiplas novidades, dois dos meses mais extraordinários da minha vida... E só não foram 3 meses porque as diligências tomadas nos sucessivos adiar, daquela vez, não conseguiram ser superadas pela "voz "dos dólares.
Embarquei para o Rio de Janeiro um dia depois de a melhor selecção Brasileira de sempre ("Espanha 82") - a do Zico e do Sócrates - ter sido eliminada por um "perneta" Italiano que, ainda hoje, estou para perceber como levou a equipa transalpina à liderança mundial. Enfim!
A viagem correu bem, com todas as mordomias e mais algumas (que pena as hospedeiras não terem decote, tantas eram as vezes que se abaixavam para me perguntar se queria alguma coisa), dado tratar-se de uma criança a viajar sozinha (Pensavam elas. Mas eu já era um homem!).
Sem poços de ar, mas com 12 pastilhas elásticas na boca (ao mesmo tempo), lá suportei a dor de ouvidos que teimou em interferir no visionamento dos dois filmes que colocaram num ecrã gigante... a cores. Uau!
Umas 9 horas depois de ter experimentado o levantar voo, aterramos e paramos duas horas em Recife, onde me deixaram ver a pista do aeroporto, mas do lado de fora (dela). Não gostei daquilo. Recife, por aquele ângulo, era só alcatrão e deserto, concluí.
Depois de ver o "Corcovado" lá do alto, aterrei finalmente no destino final, não ao som de "Menino do Rio" mas sim ao som dos aplausos dos mais de 300 passageiros daquele "Boeing 747" da "TAP". (sim, haviam garrafões a bordo, embora a maioria dos transportados fossem Brasileiros)
Já naquele aeroporto gigante, convenhamos, poderiam ter-me dito que não tinha a necessidade de arrastar uma mala de mais de 40 quilos durante 1 hora... É que fiquei com o meu melhor par de calças (brancas) ilustrado com a maior parte da sujidade da mala. (passou de preta a cinzenta e de cinzenta a preta)
Do outro lado do enorme vidro da sala de desembarque, do alto da minha "adultice", abrindo um imenso sorriso, lembro-me de, em alto e bom som, ter dito:
- Está ali a minha irmã!
Obtendo por parte de um agente alfandegário Brasileiro a seguinte resposta:
- "Ocê vem di férias?! Seja intão bem-vindo ao Braziu!"
E foi nesse pisar de solo que me apaixonei completamente pelo "outro lado do oceano"...
* Nas próximas partes desta crónica, como imaginam, não falarei de um "fio-dental" rendado que estacionou junto ao meu nariz, de uma viagem de Ferrari, do medo de um jacaré e muito menos da minha primeira bebedeira, por me ter apaixonado por uma pianista de 18 anos. E, obviamente, evitarei referir-me aos pontapés que dei a um "parolo" Português e ao meu almoço numa favela, além de ter ido a um desfile de lingerie e de ter sido mordido por uma "Doberman". Contarei coisas muito mais interessantes, claro!
Com 12 anos completos e a caminho do secundário, pretendia lá ficar apenas 2 ou 3 semanas e depois voltar para o resto das "férias grandes" na (minha) praia da Madalena. Afinal, aquela primeira viagem de avião transformou-se em 2 meses de múltiplas novidades, dois dos meses mais extraordinários da minha vida... E só não foram 3 meses porque as diligências tomadas nos sucessivos adiar, daquela vez, não conseguiram ser superadas pela "voz "dos dólares.
Embarquei para o Rio de Janeiro um dia depois de a melhor selecção Brasileira de sempre ("Espanha 82") - a do Zico e do Sócrates - ter sido eliminada por um "perneta" Italiano que, ainda hoje, estou para perceber como levou a equipa transalpina à liderança mundial. Enfim!
A viagem correu bem, com todas as mordomias e mais algumas (que pena as hospedeiras não terem decote, tantas eram as vezes que se abaixavam para me perguntar se queria alguma coisa), dado tratar-se de uma criança a viajar sozinha (Pensavam elas. Mas eu já era um homem!).
Sem poços de ar, mas com 12 pastilhas elásticas na boca (ao mesmo tempo), lá suportei a dor de ouvidos que teimou em interferir no visionamento dos dois filmes que colocaram num ecrã gigante... a cores. Uau!
Umas 9 horas depois de ter experimentado o levantar voo, aterramos e paramos duas horas em Recife, onde me deixaram ver a pista do aeroporto, mas do lado de fora (dela). Não gostei daquilo. Recife, por aquele ângulo, era só alcatrão e deserto, concluí.
Depois de ver o "Corcovado" lá do alto, aterrei finalmente no destino final, não ao som de "Menino do Rio" mas sim ao som dos aplausos dos mais de 300 passageiros daquele "Boeing 747" da "TAP". (sim, haviam garrafões a bordo, embora a maioria dos transportados fossem Brasileiros)
Já naquele aeroporto gigante, convenhamos, poderiam ter-me dito que não tinha a necessidade de arrastar uma mala de mais de 40 quilos durante 1 hora... É que fiquei com o meu melhor par de calças (brancas) ilustrado com a maior parte da sujidade da mala. (passou de preta a cinzenta e de cinzenta a preta)
Do outro lado do enorme vidro da sala de desembarque, do alto da minha "adultice", abrindo um imenso sorriso, lembro-me de, em alto e bom som, ter dito:
- Está ali a minha irmã!
Obtendo por parte de um agente alfandegário Brasileiro a seguinte resposta:
- "Ocê vem di férias?! Seja intão bem-vindo ao Braziu!"
E foi nesse pisar de solo que me apaixonei completamente pelo "outro lado do oceano"...
Kiko
* Nas próximas partes desta crónica, como imaginam, não falarei de um "fio-dental" rendado que estacionou junto ao meu nariz, de uma viagem de Ferrari, do medo de um jacaré e muito menos da minha primeira bebedeira, por me ter apaixonado por uma pianista de 18 anos. E, obviamente, evitarei referir-me aos pontapés que dei a um "parolo" Português e ao meu almoço numa favela, além de ter ido a um desfile de lingerie e de ter sido mordido por uma "Doberman". Contarei coisas muito mais interessantes, claro!
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3 comentários:
Caro Francisco :
Já deves ter reparado que o meu blog desapareceu do blogger...
É...fui vítima de um brutal ataque informático...
Agora estou em
pensovisual2.blogspot.com
Bom fim de semana
Pois, já tinha reparado... (risos)
Mas pensei que terias desistido... (risos)
Vê se pareces no "Facebook", ou ainda não te rendeste? (risos)
Abraço.
Hello :
É...não sou homem para desistir!!!
Ainda não me rendi ao Face...já faltou mais...
Abraço
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