terça-feira, 13 de março de 2012

Engate


"Engate"

Nós, enquanto jovens masculinos conscientes de que sabíamos tudo sem saber quase nada, passamos uma grande parte dos nosso tempo do preparatório e do secundários (Qual liceu, qual quê?!) a achar que éramos uns autênticos "sex-symbol", mesmo sem saber traduzir a expressão, não passávamos de putos armados em gente grande.
Todos engataríamos aquela e aqueloutra, por mais "bouas" que fossem, bastando querer, já que, além do "Impulse", não nos faltava charme (outra expressão que não sabíamos traduzir) nem experiência para aquela tarefa de "sacar uma garina" (expressão que se traduzia por "rapariga a quem tirar uns beijos").
Se bem me lembro, e principalmente nos intervalos "grandes" e nas paragens do autocarro, naquelas conversas de (h)omem, não faltava a troca de cromos, ao género de: "Eu pus-lhe a mão por (de)baixo da camisola e..." ou "Eu iz, e depois aconteci, e ainda fiz, e depois ainda voltei a fazer... "
Ok, já se percebeu que, com tanta gaguez, na verdade, éramos mais garganta do que "mãozinhas" e "linguazinhas". Pois. Mas, convenhamos, não poderíamos (nunca) dar a ideia de que não entendíamos da "poda", mesmo que só "podássemos" em sonhos, nos tais "treinos de linguado" com a almofada, ou no exagero entre o (a)palpar a anca e dizer que se (a)palpou os seios (mamas sempre foi uma expressão que nunca agradou aos homens, principalmente em termos orais e muito menos escritos, embora, em termos fantasiosos ou práticos, a conversa fosse outra).
É, entre aqueles 10 e 14 anos de idade, muito se inventava, muito se esperneava, mesmo que à custa da "Gina", "Playboy", "Newlook" ou (relembrem lá!) dos calendários com "gajas nuas" ou "gajas com os seios à mostra" (já expliquei que o termo "mamas" não fica bem, mentalmente falando, e piormente escrevendo!)... Aquilo é que era! (vá, não me obriguem a falar de páginas coladas)
"Se me apanhasse com uma daquelas, faria, acontecia e..." É, esta era das frases que mais se sussurrava em "voz alta", quando, na verdade, se se apanhasse com "uma daquelas", muito provavelmente, fugir-se-ia. Como conduzir sem saber os sinais de trânsito, por mais cartas que se apostassem nas conversas de caminho entre a casa e a escola!?.
Mas, vá lá que, ao menos, ninguém tinha a lata de nos perguntar se éramos virgens, porque, aí, sim, aí seria um problema, um avermelhado problema. Como responder que se era virgem a outro virgem, sendo que ambos e quase todos davam sempre a ideia de que não o eram "desde que nasceram", tamanha era a quantidade de histórias que nessas aulas de "armanço" nos faziam ser mais homens, enquanto, em casa, às escondidas, rapávamos os pelos que não tínhamos e, no pinhal, fumávamos "mata-ratos", sem saber travar!?
Ainda bem que surgiu o "Pathouly" (outra expressão que nunca assumimos como sendo um perfume, mesmo que cantado repetidas vezes no refrão), já que, ao cantá-lo, ao "Patchouly", sempre dávamos a ideia de que percebíamos da "poda", mesmo que sem "parra", ou melhor, sem saber usar a "uva". (piiiiiiii)

Kiko

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