terça-feira, 1 de setembro de 2009

E Tempo?

Nós, surreais-escravos-do-relógio-por-opção, se um dia parássemos para avaliar honestamente a nossa qualidade de vida, ficaríamos frustrados com a espantosa e inqualificável falta de tempo que nos sobraria. Confuso? Talvez não.
Reparem, passamos o tempo a dizer, a sentir e a achar que não temos tempo, chegando mesmo a acrescentar-lhe o termo "nenhum". E mesmo sabendo que, se quisermos, podemos ter mais tempo ou aproveitar muito melhor o tempo que dizemos ocupado, não conseguimos sair deste relógio viciado em contra-relógio que numa determinada "hora" nos auto-oferecemos para nos sentirmos gente, e para o quase "resto da vida". Mais, optamos convincentemente por relógios que, basta querermos, conseguem trabalhar sempre, seja à custa da luz solar ou da luz lunar, o que importa é ver os ponteiros a andar, e de preferência no sentido correcto, aquele que nos faça sentir mais "úteis".
Aceito que, em determinadas alturas, até nos chamamos à barra da razão, que até fazemos um esforço por interpretar o tempo com mais "condimentos" e com menos pressas, mas isso é sempre "sol de pouca dura", basta aparecer um ou outro "incentivo" ou pretexto para que passemos, num ápice, ao " - Tenho que fazer!" ou ao " - Vou ali e venho já!", isto para não recorrer ao tradicional " - Estou sem tempo!". Na verdade, até parece que desejamos que algo aconteça - e depressa, por menos importante que possa ser, para que não nos sintamos perdidos, sem nada para fazer ou "tal e coisa". É que, para quem se anda sempre a queixar da falta de tempo, não há nada pior do que ter tempo... livre.
Mas o pior - e deveríamos chicotear-nos para sentir na pele - é mesmo o nosso comportamento naquelas conversas entre "vários", onde somos dos primeiros a afirmar que, no futuro próximo, teremos que encarar os dias com mais cores e com atitudes menos "minutadas". Pois, é verdade. Só é pena sermos quase sempre "só conversa", aquela que vai de férias ao tal primeiro "incentivo".
Ah, quanto ao "quase", aquele do "quase sempre", ele só resiste neste texto para fazer referência aquela cada vez mais gritante percentagem de "nós" que se vê obrigado a "parar" porque a saúde já não lhe permite "andar", coisa que, automaticamente, nos levará a pensar na pena que teremos em não ter tempo para desfrutar do tempo, naquela outra altura em que o relógio avariar de vez.
Francisco Moreira
(reparem bem nos pormenores da imagem, clicando em cima dela para a ampliarem)

4 comentários:

julia sousa disse...

E não é que consegui arranjar tempo para cá vir? (risos)
A verdade é que não dispenso uma visitinha ao teu blog, por muito curta que seja.
Agora que o dever chama, vou ali e venho já (risos).
P.S. Começo a ficar mais contente contigo ;)

Barbie Boy disse...

De surreal para surreal, espero bem que o nosso relógio demore um bocadinho mais para avariar.
E agora que me preparo uma vez mais para treabalhar 22 horas e descansar 2, (estas coisas das campanhas eleitorais têm destas cosias), prometo que independentemente da zona do país em que me encontre não deixarei de vir cá todos os dias beber esta energia que nos passas.
Pensar um pouco faz bem, não faz?
Esta "coisa" do tempo só atrapalha...bem... tenho de ir...Está ai um cliente com pressa, precisa da publicidade para ontem...

FM disse...

Ainda bem Julia. Sabes que é um prazer ter-te por estas e outras bandas.
Obrigado.
Beijos.

FM disse...

Obrigado Barbie Boy!
Será um prazer saber que passas por cá, mesmo nesses minutos que, se reparares, pelos vistos, são alguns dos poucos me que é a tua vontade que os fazem acontecer, e não a obrigação.
Que muitos sejam os minutos de prazer, de vontade própria, por todos os cantos onde te apeteça acontecer, sempre na procura de desfrutar o melhor que a vida pode oferecer, sejam quais forem as circunstâncias.
Abraço e Bom Trabalho, mas com muitos minutos TEUS.

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