terça-feira, 12 de agosto de 2008

Até Já! - Oh, Elsa!

Além de razões profissionais, um dos principais motores de incentivo para a minha ida ao Sudoeste era ver ao vivo a Brandi Carlile, famosa em Portugal graças ao spot da Superbock que usa o seu "The Story" como banda sonora do mais recente anúncio. Mas, por incrível que pareça, nenhum de nós sabia a que horas actuaria. Ao sair do parque da produção, fiquei com a sensação de que era ela que seguia em direcção à parte de trás do palco numa das carrinhas que transportam os artistas.
Já num lotado restaurante da Zambujeira, optei por telefonar a um dos responsáveis da Produção do Sudoeste para perguntar a que horas era o concerto. Fiquei incrédulo quando me disse que a Brandi estava já a caminho do palco. Fiquei sem a Brandi e vinguei-me numa espetada mista. Vá lá, senti-me recompensado com a actuação dos Australianos Cut Copy que, devido ao vibrante concerto, fizeram com que atrasássemos a nossa partida, quer uns para o Porto, quer de outros para Lisboa.
É realmente interessante ver o que acontece no parque de campismo do Sudoeste. Milhares e milhares de tendas, algumas dispostas em condomínios semi-privados, albergam durante quase duas semanas gente de todas as cores, feitios e crenças. Só mesmo o tremendo cansaço permite dormir num espaço com um imenso barulho "social" que se faz sentir 24 horas por dia.
Nós, por não termos arranjado alojamento num raio de 50 km, acabamos também por recorrer ao campismo. Mas, graças a "Deus", ficamos "comodamente" sediados numa herdade privada propriedade do organizador, situada a 1 km do Festival. Nós não conseguimos dormir devido ao calor, agora imaginem adormecer no meio da circulação constante de 20 mil campistas, uns encostados aos outros... Nem com Xanax, imagino eu.
Durante todo o dia (dia), vê-se um corre-corre despreocupado entre os chuveiros e as tendas. Trata-se de um espectáculo digno de ser visto. Em qualquer canto vêem-se pessoas a lavar os dentes com água engarrafada, outras a cozinharem a 10 centímetros da estrada em terra-batida e, mais interessante ainda, vêem-se autênticos desfiles em "tolha enrolada". Aparentemente, absolutamente ninguém se importa com a vizinhança literalmente colada nem com os que passam ao lado (como nós) e ficam espantados a olhar para cenas dignas de uma qualquer comédia de terceiro escalão. Tudo isto, claro, sempre ao "cheiro" de um aroma típico dos festivais de verão e arredores.
A parte da animação é, provavelmente, a melhor. O Sudoeste, em parceria com os inúmeros patrocinadores preocupa-se em criar um sem número de entretenimentos que, por sua vez, garantem com que haja sempre o que fazer, que haja sempre mais do que concertos em três palcos diferentes. Da roda gigante com filas intermináveis à máquina de tomar-banho em público, passando pelas corridas de sapos e pelo campeonato de enrolar cigarros, encontra-se sempre algo original e apelativo para "desanuviar" de um cartaz musical, também ele, variado.

A generalidade das pessoas que frequentam o Sudoeste veste corsários e chinelos mas, há que referir que, na grande maioria, todos se preocupam em estar minimamente apresentáveis, principalmente as mulheres. O Sudoeste é o Festival mais "Queque dos Festivais de Verão". Basta circular pelo parque de estacionamento para perceber que, ao contrário do que se possa imaginar, a marca que mais abunda é a BMW e não a Fiat, sem desprimor para nenhuma das marcas referidas.
Não sei explicar porquê mas, sente-se que as pessoas que passam pelo Sudoeste são ou, por obra divina, ficam mais bonitas.
Factor determinante, há que dizê-lo, é o bronzeado que se "conquista" ao longo destes dias, seja no parque de campismo enlatado, na hiper-lotada praia da Zambujeira ou na praia, menos Sudoestizada, de Vila Nova de Milfontes.

Este é um daqueles acontecimentos em que, a grande maioria, vai pelo convívio e não pelas bandas em cartaz. Há pessoas que nem vão aos concertos, que se limitam a aproveitar a animação, a praia, o campismo gratuito, enfim.
O Sudoeste é muito mais do que um Festival de Música, é um Festival de Convívio que, mesmo com as quantidades imensas de "erva a arder", não deixa de ser o mais "clean" e agradável dos Festivais. Por incrível que pareça, muito graças à excelente organização, não se vê confusões nem discussões. Está sempre tudo bem, pede-se desculpa e... tudo bem.

Logicamente que não é fácil organizar um evento desta envergadura, menos ainda num espaço tão grande como aquele onde se instala o Sudoeste e com uma equipa que faz o maior número de Festivais de Verão do País. É uma equipa oleada, profissional e... extremamente atenta aos pormenores que fazem a diferença.
Logicamente que há erros e pormenores que merecem ser revistos mas, num evento como este, pode dizer-se que se está num hotel de 5 estrelas, com as devidas reticências, é claro.
Tudo é pensado. Há de tudo, desde o tabaco ao multibanco, passando pela gigante e variada área de alimentação e convívio.
Nem os preservativos são esquecidos... De tamanho médio, lamentou o meu amigo Ricardo...

O Sudoeste é uma experiência única, principalmente para os mais jovens. E mais do que experiência, transforma-se de ano para ano, e já lá vão 12, num destino obrigatório a ter lugar sempre nos 4 ou 5 dias que acertam no primeiro fim-de-semana de Agosto.
Há quem vá acampar com duas semanas de antecedência... e quem vá um único dia.
Não é por acaso que a quantidade de Estrangeiros aumenta consideravelmente. Os Espanhóis já representam 10% dos "Sudoesteiros"... e prometem continuar a aumentar, principalmente por encontrarem algo que dizem fantástico e a preços nunca vistos do outro lado da ex-fronteira.
Não sei quando voltarei ao Sudoeste... E tenho pena de não ter "idade" para me juntar`ao "maranhal" do campismo mas, que vale a pena, lá isso vale.
Para o ano, antes de pensarem em férias, pensem em Sudoeste. Pode ser que a bússola vos surpreenda de uma maneira extremamente agradável.


* Ah, é verdade. O meu amigo e descomprometido Ricardo andou à procura da Elsa mas também não a encontrou.

12 comentários:

Patti disse...

Pbre Ela, nunca mais ninguém a viu.
Ela já anda perdida à quantos Sudoestes?

Patti disse...

Ups, rectifico: Pobre Elsa

FM disse...

Pelo que me lembro Patti, anda perdida há 5 Sudoestes... (risos)
Beijos.

FM disse...

Pobre Eslsa Patti?!? Se registou a patente da frase já deve estar rica... (risos)
Beijos.

Não Sou... disse...

Não sou fã de festivais. Fui ao Rock In Rio este ano em trabalho, mas pela tua descrição confesso que fiquei com vontade de conhecer o Sudoeste...
Talvez para o ano. Neste estive na Jamaica... :-)
Abraço

Anónimo disse...

rica vida lol
mas isso são demasiados dias a dormir no chão...qualquer um deprime com falta de horas de sonolol

FM disse...

O conseito Sudoeste nada tem a ver com o Rock in Rio... É muito, muito diferente Não sou.
Não vieste porque não quiseste... Mas, no teu caso, também teria optado pela Jamaica.
Queres trocar para o ano? Pago-te os bilhetes do Sudoeste e tu pagas-me os da Jamaica!?! (risos)
Abraço.

FM disse...

Olá Patrícia!
Está tudo bem contigo?
Rica vida queria eu... mas em full time. (risos)
Beijos e Boas Férias.

liamaral disse...

Ainda bem para a Elsa! Coitadinha, aturar o Ricardo, ninguém merece!! :) Para o ano vê lá se convidas!!
:) Beijinho

FM disse...

É ninguém merece... Liamaral.
Beijos.

Anónimo disse...

estou de férias, por isso está tudo em preguicite aguda lol:D

FM disse...

Isso é bom ou é menos bom?! (risos)
Beijos Patrícia e Boas Férias.

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