quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

“Carrinhos”


O mundo dos carros de brincar – aqueles “pequenititos”., presumo eu, é uma espécie de local encantado na mente de qualquer criança. E era-o também no meu outro tempo, naquele dos meus 4, 5 e 6 anos de idade. 

Ai, que saudade! (É bom ter-se saudade, certo?!)

As posses familiares não permitiam grandes investimentos em brinquedos, nem tão pouco existia uma oferta tão vasta e aprimorada como a que escorre pelos espaços comerciais que encontramos ao virar de cada esquina, neste 2013. 

Ter-se um brinquedo, era quase um luxo, por mais barato e “insignificante” que fosse esse exemplar. E não me lembro de ter entrado em quartos de outras crianças – as que tinham quartos “unipessoais” eram muito poucas, ou nenhumas. – e ter dado de caras com “n” brinquedos.

Naqueles meados da década de 70, os brinquedos duravam muito tempo, mesmo muito, e os exemplares de maior “quilate”, convenhamos, apareciam quando se fazia anos ou quando o Pai Natal entendia visitar-nos. 

Sim, era assim. E, eventualmente, dávamos aos brinquedos o valor que as crianças de hoje já não dão… principalmente ao fim de 3 minutos, se tanto!

Sim, eu sei! Os tempos são outros, e há brinquedos para todos os bolsos, sejam eles - os brinquedos. - Chineses ou Franceses... (Naquela altura brincávamos muito com exemplares Portugueses, dos em madeira, pintados com tinta "normal", comprados geralmente em festas e romarias.)

Mas voltemos aos “carrinhos”, aqueles bem pequenos que, quase religiosamente, me eram oferecidos numa escolha demorada (só podia trazer um) no quiosque do café Embaixador, ali para os lados dos Aliados. 

Era regra que, em cada Domingo que lá fosse lanchar, seria presenteado com essa benesse em nome do "portar-me bem"... Mas mesmo sendo só um, ele, o tal, conseguia preencher e bem o resto da semana, ou mesmo das semanas que se seguiam. Era um prazer poder brincar com um brinquedo "novo a estrear", por mais pequenos que fosse. E era-o. 

Colecção?! Não, nada disso. Não tive assim tantos. Mas cada um deles foi especial, principalmente naquela parte do sonho… E como eu sonhava com o dia em que teria um carro verdadeiro, mesmo que fosse o menos bom exemplar de todos e por mais diferente que fosse daquelas miniaturas topo de gama. 

Saudade?

Sim, e principalmente de brincar, como se o amanhã ainda fosse um dia demasiado longínquo para merecer qualquer tipo de preocupações ou deliberações. (sorrisos)

Kiko

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