sexta-feira, 7 de setembro de 2012

ASAS


ASAS 

Há sempre uma pitada de sal que tem a mania de destoar no preciso momento em que o champanhe dança entre o cristal dos desejos e a muleta dos sonhos, como se o delírio tivesse poder para ser ponte nas contas do calendário. 
E há quem
 lhe chame coincidência, destino, vontade... ou outro palavrão qualquer.
É, há sempre um carril de dúvida que, mesmo na bigorna dos ponteiros, faz questão de teimar em borratar o saber, seja sob a forma de "estou em crer" ou num "depois vemos", porque assim - julga-se. - é suposto ser, é suposto aprender. 
E há quem se embriague com a cegueira de um hipotético nascer do sol, por mais que ele se negue a repetições, por mais longe que possa estar a "prova dos nove" ou a candeia da razão.
Há sempre um desafino em cada chilrear, por mais asas que tenha o tempo, por mais tardio que chegue o grito do alerta, por mais que nos convençamos de que, mais do que o ontem não se repetir, o amanhã, aconteça o que acontecer, jamais compensará as perdas do hoje.
É, as palavras também se mascaram de areia movediça, e daquela que, dependendo da qualidade do champanhe, pode transformar castelos em pesadelos com hora marcada para despertar, tijolo a tijolo, gota a gota.

Francisco Moreira

1 comentários:

bisturi disse...

Hello:
Grande amigo com vais?
Já vi que nos andas a dar "música"...
Eu tenho andado mais pelo Instagram...o Facebook das fotos...e não tenho tempo que passar por aqui...
Espero que estejas bem tal como a tua família...
Até um dia destes...
Para"aquele" copo...
Abração

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