terça-feira, 2 de outubro de 2012

“Pêlo sim, pêlo não!”


“Pêlo sim, pêlo não!”

Esta mania que nasce(ia) acoplada por volta do ano 10º da nossa existência (no meu caso, 1980), registo, deveria ter trazido com ela um manual de instruções onde, em letras garrafais, se pudesse ler: VAIS ARREPENDER-TE, E MUITO, EM USAR A GILETTE ANTES DO TEMPO.

Pois. Não dito, não pensado, mas feito. 

Estou em crer de que não serei o único a queixar-me da trabalheira que é (des)fazer a barba, dia sim, dia sim. E muito por culpa de ter
 andado a (des)fazê-la quando ela – a barba. - ainda não existia. Sim, lá naquela altura em que dava comigo, semana sim, semana sim, a implorar ao santo creme de barbear para que, com os seus poderes milagrosos, fizesse com que os pêlos aparecessem rijos e escuros, na cara, no peito e por outros locais… (permitam que não especifique! – risos) 

E tudo isso, claro, para poder mostrar e demonstrar - nos tais 10 anos de adolescente inconsciente – de que já era homem, neste caso, daqueles de “barba feita”, mesmo só tendo pêlos “omnipresentes”, para não lhes chamar penugem.

A idiotice de rapar o que não se tinha para se poder passar a tê-lo o mais depressa possível só é (foi) superada pela outra idiotice: a de fumar sem se saber fumar para poder (urgentemente) mostrar que os homens não se medem pelo cartão de cidadão (perdão, bilhete de identidade, na altura!) mas sim pelas idiotices com que vamos aprendendo o “crescer e aparecer”.

Hoje, 32 anos depois, e porque não sou dado a modernices, insisto no resistir a que um qualquer raio laser inverta o sentido da coisa, numa era em que os pêlos passaram a ser inimigos de estimação, tenha-se 10, 30 ou 50 anos de idade. É que, consta-se, bonito, bonito, é estar-se em pêlo, mas sem pêlo, caso contrário, ainda nos apelidam de Tony Ramos, quando o que mais se vê é “Gabrielas”.

Kiko

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