sábado, 30 de junho de 2012

"15 Minutos"



Hoje, 30 de Junho de 2012, recordo uma batata frita na mão, daquelas que, aparentemente, num primeiro encontro, necessitariam de faca e garfo e que, mesmo sem intimidades, foram partilhadas entre um filme de pretexto e um chá de prolongamento, tendo 12 horas de assuntos como banda sonora do tanto que, em resumo, exigiu ao mundo o gerar de um filho, o expoente máximo da loucura, consta-se.

A vida tem destas coisas, destes cruzamentos, aparentemente sem fio por onde se lhe pegue, e que redundam num "Amo-te para sempre", signifique o que significar o tempo, mesmo sem relógio no pulso, mesmo sem contrato com assinatura de cruz ou testemunhas por convidar. 

Sempre fui dado a cartas de amor, principalmente naqueles dias em que não as escrevi, mas sem esquecer de as colocar no marco dos instantes, com mais ou menos assiduidade, é certo, mas quase sempre, porque assim quis, porque assim senti, porque é assim que deve ser... Ensinei-me, e bem.

Assumo que é difícil, extremamente difícil, pegar numa madrugada com data marcada e seleccionar as palavras certas, aquelas que deveriam brilhar como fotografias no espelho dos momentos, como calendário das provas dadas, como memória futura a usar em contraditório, se necessário fosse, sem que nunca nenhum dos ambos o exigisse, por não ser necessário, por ser simples, demasiado simples, afinal. 

É, aquela palavra gigante que não se consegue traduzir em sinónimos escritos mas que existe, porque a sentimos, porque a sabemos, tem destas rasteiras: deixa-nos sempre aquém do tanto além que construímos, observamos e vivemos, aconteça o que acontecer, já que o amanhã é sempre longe demais.

E lá chegará, ou não, o dia em que me imporei escrever o tal livro onde, sem romancear, resumirei os pormenores e principalmente os "pormaiores" que me fizeram consolidar a certeza de que o nós não tem que ser "apenas" a reunião de dois pratos singulares numa mesa da sala de estar, por mais que a matemática das contas à vida assim o determine, por mais que possa chover no dia seguinte, por mais promessas que façamos ao sol, numa qualquer uva-passa. 

Apetece-me fazer de ti notícia de primeira página e escudar-me numa crónica com assinatura inventada, para que, desta vez, não me reconheças. Apetece-me a usar o saber destes 9 anos para vestir a minha metade de criador do compêndio de recordações para que, numa espécie de aula de liceu, daquelas em que as faltas dão direito a chumbo, possa ensinar a outros que o possível existe, por mais perto que esteja do impossível. E isto, claro, só para poder comprovar que o "20" mais não é do que uma ponte para se insistir (connosco e com os outros) no que somos, fomos, seremos, se o destino - essa palavra inventada para servir de resposta, quando não há resposta - se impuser... 

Quero sonhar com o por lá, por aí, por ali, por acolá, por cá... E porque não?! Afinal, se acreditamos no mundo, podemos vangloriar-nos do que tivemos, temos e teremos, certo?! Podemos desejar que o nunca nunca chegue, e que o amanhã não passe de uma invenção de última hora, já que o hoje faz mais sentido, principalmente quando nos apoiamos nos álbuns da balança do ontem, aquela que sempre se manteve firme e sem pestanejar, porque existiu, existe, existirá.

Estou com aquela sensação esquisita do dia anterior ao fim das férias, tenham sido elas as que tiverem sido, aconteçam ou não. Refiro-me àquela irritabilidade de não querer embarcar para um qualquer lugar diferente do que sou, porque não me dou bem com mudanças, porque comprei todas as acções do slogan "em equipa vencedora não se mexe" e faço questão de as valorizar, compartilhar, saborear, eternizar.

É, também acho! Este aglomerado de meias palavras, provavelmente alinhadas com o madrugar da hora e sedentas de uma lua cheia, saem da órbita pretendida, talvez porque seja mais fácil uma "sopa de letras" instantânea do que um "cozinhar de vontade", por mais "gourmet" que tentemos ser ou parecer, em função das circunstâncias.

E... só de pensar que este "Parabéns" nasceu para ser uma carta de amor, envergonho-me de, por mais que tenha dito ou não, não ter conseguido transformar todos os parágrafos anteriores naquilo que é o mais importante de tudo e do todo: que, de mim em mim, foi em ti que me escolhi. 

Amo-te Muito!

Francisco Moreira 

* E foram 15 minutos de para sempre, aqueles tais que te dei...


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