domingo, 4 de março de 2012

Bicho Papão


BICHO PAPÃO


Esta coisa da Internet, principalmente desde que chegou este brinquedo, o "Facebook", faz-nos ver o mapa dos quilómetros como se não existisse, como se tivesse sido uma "la minuta" da escola primária que deixou de fazer sentido porque os rios de sempre "são outros" e, por razões óbvias, já não se decoram caminhos de ferro, por se viver além do "TGV".
É interessante o lado da aproximação que este "Bicho Papão" devora milímetro a milímetro, mesmo quando fazemos questão de dizer - e bem alto! - que estamos "fora do jogo", que estamos mas não estamos, mesmo estando. Pois, vamos estando.
Se pensarmos bem, este "chá das cinco", com paladar a futuro que ingerimos diariamente no presente, tem o dom e a velocidade de nos colocar a todos num mesmo local, como se, por instantes, nos reuníssemos à mesma hora a tomar café numa associação recreativa, ao jeito de sala de estar, mas aparentemente mais "clean", mais pensada e repensada, ou nem sempre.
Eu sei que há quem dê esta ideia de proximidade e, na verdade, esteja e queira estar bem distante daqueles de quem se diz "pele com pele", mas também há os outros muitos, aqueles que querem e fazem por estar mais próximos uns dos outros, inclusive os que já nem sabem onde moram, como moram, com quem moram (os vizinhos de outras ruas).
Para os "cotas", o que conta, mesmo com naturais dissabores, é voltar à vida na sua própria vida, voltar ao "mano a mano", ao ser quem se era e quem se quer ser, no fundo... No fundo da rua, de preferência, porque ela plantou memórias intensas, para sempre.
E é demasiado interessante ler alguns estudos que sublinham que os verdadeiros utilizadores desta ferramenta são os que, na década do "Espaço 1999", jogavam à bola na rua, limpavam o ranho às camisolas sem marca e que, entre mais uma ou outra diversão sem relógio, riam sem recurso a três letras (lol)... Sim, os mesmos que (se não estiverem desempregados) também trabalham, têm filhos ou querem tê-los e que, nos tais outros tempos, entendiam que o avanço tecnológico chamava-se "Cubo Mágico" ou "Iô-Iô", já que, convenhamos, estas palavras "caras" (postar) mais não eram do que aberrações. (E continuam a sê-lo, aposto.)
É, este "Bicho Papão" tem inúmeros defeitos, principalmente - dizem os mais "cotas" - para os jovens, que se agarram a "isto" e nem sabem o que é levar um estalo, nem tão pouco o que é usar umas sapatilhas "Sanjo" depois de se romperem 5 vezes, cada uma. É, este "Bicho Papão" tem inúmeras vantagens, principalmente - dizem os mesmos "cotas" - para eles, os que, tecla a tecla, entre uma conta por saldar e uma ou outra responsabilidade por assumir, lá vão esquecendo o aumentar da barriga e o diminuir do cabelo para, em nome dos "jovens inventores", neste caso, redimensionarem o mapa de Portugal, fazendo dos rios e caminhos de ferro vias de assunto para se voltarem a reencontrar, numa altura em que os "putos" percebem "disto" mas estão a milhas de saber usá-lo, já que não viveram "aquilo".


Francisco Moreira

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