segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Incolor

É uma pena.
Vivendo nós num mundo que coloca à nossa mercê uma gigante paleta de cores, é uma pena que a janela onde mais nos debruçamos seja aquela que nos mostra os tons carregados, as tantas histórias tristes, o tanto azedume, perfeitamente dispensáveis.
Mas, como se diz, "a vida não pára", e há sempre um outro pormenor que nos impele a continuar ladeira abaixo, uma convicção que nos incentiva a guerrear e a ir mais longe nas cicatrizes, mesmo desejando um abraço que nos aqueça nos momentos mais gélidos.
Não são raras as vezes em que dá vontade de fechar o (este) mundo fora de casa, tapar os ouvidos e fechar os olhos, só para ter um pouco de paz na plateia dos noticiários pintados de tragédias multicolores, injustiças repetidas vezes sem conta e demais "inevitabilidades" evitáveis... Mas não pode ser. O tempo exige atenção, exige sangue, suor e lágrimas, exige audiências, vendas, nem que seja por um "tostão".
É uma pena.
É uma pena que não saibamos e não consigamos ser exclusivamente arco-íris, daqueles que se sobrepõe com firmeza ao cinzento das tempestades, sejam elas mais densas ou mais especulativas. Porque, se assim fossemos, certamente que daríamos mais tempo de antena ao sol do que à lua, conseguindo finalmente inverter esta tentação pelo precipício.

Francisco Moreira

3 comentários:

Maurício disse...

Também se passam coisas boas no mundo. Só que não vendem, não dão audiências e, por isso, não as mostram.
Assim sendo, temos duas hipóteses: ou vemos o "National Geographic" ou pegamos nós mesmos na paleta e pintamos de cores vivas a vida (nossa e dos nossos) tão cheia de cinzentos. Se cada um quiser pegar no seu pincel... (vá, mas sem malícia!)

Abraço

FM disse...

(risos)
Que razão, que razão enorme tem o Maurício!
Abraço.

Jota disse...

(risos) e também sem malicia, tambem eu de pincel em riste vou pintando o melhor que sei. Pelo que tenho visto ultimamente, tem muita gente que borra a pintura toda com o degredo com que somos presenteados.

Abraço

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