quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Cubículo

Acho que tinha uns 7 anos de idade quando fiquei preso sozinho num elevador. Lembro-me que fiquei aflito, lá para os lados de "Paço de Arcos"... Não me lembro como surgiu a solução mas sei que ao longo destas décadas tentei - e com sucesso! - superar esse receio de ficar preso dentro de um cubículo que, nessas alturas, fica ainda mais apertado.
E não é que voltei a ficar lá dentro? Ainda por cima num elevador que nunca demonstrou segurança?!
A recordação do tal passado voltou... O receio tentou vencer-me... E, logicamente, a vontade era imensa, quase incontrolável: sair dali e assentar pés e oxigénio em terra firme.
Naqueles cerca de 30 minutos, confesso, houve alturas de maior tranquilidade (muito à custa dos diálogos cerebrais entre mim e a minha pessoa) e de maior agitação (quando o nervoso interferia directamente na minha desequilibra tensão arterial).
Ontem, quando voltei a encarar o elevador de frente, e uma vez mais sozinho, ainda equacionei trocá-lo pela escadaria de 9 andares, mas não quis ceder a esse jogo. E lá fui, novamente, como há 33 anos atrás, na luta contra a força que me incentiva a não arriscar.
Eu sei que é mais provável morrer-se num ataque de um mosquito do que por causa de um elevador mas, por outro lado, há sempre aquela perseguição do: "E se acontece a nós?".


Francisco Moreira

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