segunda-feira, 11 de julho de 2011

E tempo?

Tentando ser completamente frio, e porque por vezes temos que o ser, quanto mais não seja para percebermos o que achamos perceber mas que nunca o encaramos convenientemente nem o encarnamos, neste preciso momento estou com vontade de classificar a morte como um conjunto de fotografias focadas e desfocadas que, dependendo da durabilidade das molduras, melhoram ou não o resultado final da tal banda sonora com que nos vamos sintozinando dia após dia, ano após ano. Com isto, em resumo, tento apenas relembrar que o pior da vida não é o que perdemos quando morremos ou nos morre alguém especial. O pior da vida é aquele tanto que deixamos de viver por acharmos que acabaremos por ter tempo para dar tempo ao tempo que tanto desejamos, enquanto, irononicamente, o vamos desperdiçando.
Confuso? Exagerado?
Não acho.
Se morrermos neste preciso instante e se nos derem tempo para beber um copo de água, estou certo de que, além das fotografias, aproveitaremos esses instantes finais para nos penitenciarmos por termos perdido demasiado tempo com páginas e páginas de nada, deixando tanto por escrever.
Será exagero? Estão confusos?
Eu também, principalmente por continuar(mos) a recorrer à velha máxima do: "olha para o que eu digo e não para o que eu faço", tal como todos.


Francisco Moreira

2 comentários:

Marina Ribeiro disse...

a ver se te entendo:
gastamos o tempo a cansar-nos não fazendo nada em concreto...
-escrevemos e nada dizemos
-prometemos e pouco cumprimos
-falamos e não agimos
-corremos e não avançamos
-vivemos e não participamos
-lamentamo-nos e não mudamos

será mais ou menos isto??

FM disse...

É! Embora, claro, com as devidas aspas. Avança-se sempre alguma coisa, mas pode e deve-se fazer sempre melhor.
Contudo, esmiuçado, muito do que somos e fazemos traduz-se nas tuas afirmações, infelizmente.
Beijos.

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