segunda-feira, 13 de junho de 2011

Vírus

Num mundo onde todos andam aos gritos, inclusive os que não encontram quem os queira ouvir, torna-se cada vez mais necessário reencontrar a própria voz e a daqueles que, noutros tempos, ouvíamos com especial atenção.

Há que regressar aos conselheiros, àqueles que, com o seu saber, mesmo que a quilómetros desta era, sabiam oferecer-nos a sua sabedoria, o seu instinto, o seu ser, depois de tantos acontecer e ver acontecer.

Sou daqueles que acreditam que "a idade é um posto", ao jeito da tropa. Sou daqueles que entende que há sempre quem saiba mais do que nós, por muitas décadas que já tenhamos em cima dos ossos. Sou daqueles que se queixa de um "novo" mundo onde os "putos" não se dão ao trabalho de auscultarem os "velhotes".

E longe, longe vão os tempos em que se respeitavam as opiniões contrárias, em que, mesmo pensando, jamais se contrariava publicamente a experiência, a pirâmide do crescer.

Infelizmente, pelos vistos, não há tempo para dar tempo a quem já tem todo o tempo do mundo e, pior ainda, a pressa faz com que os mais novos tentem desenvencilhar-se o mais rapidamente possível dos mais velhos, não vão eles - julgarão! - transmitir-lhes o vírus da idade, já que, com todas estas tecnologias, o saber está no "Google" - acrescentam - e não na vida, a vivida.


Francisco Moreira

2 comentários:

Maurício disse...

Não podia estar mais de acordo.
Hoje não se dá qualquer valor à sabedoria feita de vida vivida e de experiência.
Hoje os "velhos" não se respeitam... armazenam-se...

Abraço

Jota disse...

Hoje estou um pouco longe amigo, tão-somente a +/- 820 kms de casa, mas nada que um “velhote” como eu não tivesse feito em 5 horas.

Tive o prazer de jantar com um “jovem” bem mais idoso do que eu e que bem que me soube. Separamos somente 14 primaveras mas…, o que eu não aprendo quando escuto a sabedoria da experiência. E no meio da conversa cada vez puxo mais, maldade minha, para sorver cada palavra que guardo no meu “cpu” mental.

Mal vai esta sociedade, culpa de todos presumo, quando os “mais velhos” não estão para ouvir as experiências dos “menos jovens” pois pensam que com isso.., nada se aprende.

Esta noite fui brindado e quero repetir mais vezes, quantas mais melhor pois sei que medro com isso.

Abraço.

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