segunda-feira, 23 de maio de 2011

Letras

Apesar de nem eu conseguir decifrar a minha própria assinatura, gosto de assinaturas, daquelas que vão muito além das sílabas. Gosto de quem assina com honra, com a certeza de que está a honrar a sua história, o seu portefólio, a sua linha de acção.

E este "reparo" surge em sequência daquilo que os novos tempos apresentam: o decréscimo acentuado do valor do nome, a perda de peso na assinatura, por mais importante - ou não - que seja o "papel" onde se coloca o "carimbo".

Gosto de assinaturas com carisma, com personalidade, de assinaturas que não se limitam a rubricar por rubricar, daquelas que não são assentes no tal do: "depois vê-se"... E não faltam!

Não sei se este meu pensar (e pensar de tantos outros) se prende com o "de pequenino se torce o pepino" nem tão pouco se o "acontecer ao contrário" (falta de cumprimento de compromissos) tem a ver com o que ditam os novos tempos... Mas sei e sinto que é bom ter nome, que é bom ter-se orgulho em mantê-lo longe das curvas e desalinhos, por mais dificuldades que possam surgir.

Definitivamente, aprecio quem aprecia o seu nome, quem faz sempre por apreciá-lo, do mais pobre ao mais rico, do mais culto ao mais analfabeto. E que pena sinto de quem se deixa "desonrar" por "tuta e meia", crente de que os dias ou as mentiras diluirão as letras mais "tortas" com que (sem palavra) assinam.


Francisco Moreira

3 comentários:

Maurício disse...

Estou perfeitamente de acordo.
Mas também tenho saudades do tempo em que, para assinar, bastava a Palavra. Infelizmente, disso já há muito pouco.

Abraço

Feliciano Ferreira disse...

Porque a essência de quem "assina" não está impressa nas letras ou palavras que a tinta teima em marcar... a assinatura está mais no ser do que no ver...
Gosto de quem se orgulha por SER, independentemente das dificuldades, e das travessias...
Manter o nome assinado, não é difícil... manter a assinatura no nome isso sim, é uma cruzada...
Ser-se igual a si próprio... manter-se fiel à assinatura do que é certo, ao assinado que é recto...
Assinar sempre por BEM, e com o BEM...
A cruzada é o dia-a-dia... e por isso, somos a cada passo a assinatura do nosso SER...
Um bem haja e um até já
Feliciano Ferreira

Jota disse...

Estou aí a 100% e também não podia concordar mais com o Mauricio. Contudo, embora escassos, ainda conheco alguns casos em que a palavra vale mais do que um gatafunho. Felizmente para mim que posso acreditar, ainda, que talvez haja salvação.
Abarço.

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