terça-feira, 15 de março de 2011

Peão

O xadrez nunca me entusiasmou, mesmo acreditando que certamente se trata de um jogo interessante, daqueles que, muito provavelmente, se eu me desse ao trabalho de o tentar entender, acabaria por me cativar. Mas não. Não sou grande fã de jogos. Acho-me mesmo um potencial candidato a dependente e, quanto a vícios, prefiro limitar-me aos poucos que já tenho.
Sei que, nos dias que correm, em tudo quanto é tabuleiro deste planeta, não falta quem seja peão e quem, mesmo sem cavalo, se anuncie como Rei ou Bispo, sempre à espera daquela nesga de oportunidade que permita o "xeque-mate". Mas isso não me entusiasma. Prefiro a leveza dos gestos, a autenticidade das jogadas, a clareza das opções, mesmo quando se perde, mesmo quando alguém se assume como peão.
E é aqui que quero chegar: ao ser-se peão. Todos o somos, mesmo aqueles tantos que tentam provar o contrário. Todos acabamos por sofrer os empurrões deste e daquele, independentemente dos escudos e armas que julguemos ter. Mais, mesmo no calendário das vitórias, convenhamos, todos acabamos por coleccionar derrotas, porque assim tem que ser e assim deve ser neste percurso de subidas e descidas, tantas vezes em paralelos feitos de silêncio, mesmo que ensurdecedor.
E que mal tem perder-se? Que mal fará ao mundo não se jogar, mesmo quando não param de jogar connosco?
Provavelmente não faltarão respostas com argumentos mais do que fiáveis para estas perguntas... Mas,... e daí?! Será mais importante aplicar um "xeque-mate" ou deixar que o "xeque se mate"?
Porquê? Talvez pela simples razão de que, quanto a tabuleiros, prefiro os do chá, aquele que tem hora marcada e que nos permite escolher o aroma com que mais nos identificamos.
Francisco Moreira

1 comentários:

Jota disse...

Tambem prefiro, quase sempre, que o "xeque se mate" a aplicar um "xeque-mate".
É tambem uma das ideias do "Sun-Tzu". (risos)

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