quarta-feira, 23 de março de 2011
Ouvidos Moucos

Há uma falta de paciência descomunal que leva a que já poucos suportem ouvir os problemas dos outros, exceptuando, claro, aqueles que deliram com o facto de "o vizinho estar pior do eu".
E isso é preocupante, principalmente em sociedade, se é que ainda somos uma sociedade: conjunto de seres humanos que partilham o mesmo espaço, independentemente dos metros quadrados que o mundo de cada um possa alcançar.
Onde param as longas conversas sobre tudo e sobre nada? Onde param as tertúlias sobre isto e aquilo? Onde param os passeios por aqui e por acolá? Onde param as pessoas, estas e as outras? Onde nos encontramos? De que maneira nos reencontramos?
É. Há uma galopante perda no conceito social global. E isso acontece em grande parte potenciado pelos receios que são impingidos pelo "mal-estar" provocado pelas notícias bizarras deste mundo. Há mesmo quem prefira estar "caladinho", não vão "as paredes voltarem a ter ouvidos"... E, pelos vistos, têm-nos sempre prontos para saberem da "última".
E é neste conjunto de questões que, dia após dia, nos vamos apercebendo de que a confiança nas pessoas está a perder crédito, está a perder assinatura, está a diluir-se, e sem retorno à vista.
Se, por um lado, todos gostariam de poder falar abertamente com todos, do outro lado, há cada vez mais adeptos do célebre "ouvidos mais ou menos moucos" em função do coeficiente de importância que a informação possa ter para o suposto interlocutor.
Porquê? Porque, na verdade, os ouvidos já quase só se abrem para espremer o que lhes interessa e não o que as bocas tentam transmitir, ou, se preferirmos, tudo o que não tenha espinhos não é merecedor de ser considerado notícia.
Francisco Moreira
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3 comentários:
Concordo plenamente, FM.
Nem mais!
Sabes, acho que nada mudou, continua tudo igual. Isso que dizes ter-se perdido, se calhar nunca existiu, mas só agora reflectimos sobre o assunto.
Agora facilmente se partilha o que se pensa, antigamente nem tanto (ou quase nada) e achamos ter descoberto uma sociedade nova (pior...), mas julgo eu, que é a mesma, apenas mais despida, mais exposta, menos discreta, o que nos trornou mais atentos.
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