sábado, 19 de março de 2011

Caracóis

As valetas andam cheias de caracóis, daqueles que, tentando ser pegajosos, conquistam pouco ou quase nenhum rastro, principalmente por serem demasiado lentos, demasiado frágeis, demasiado inúteis, embora, consta-se, também demasiado irritantes, por devoção. Pudera, entre outras características, têm aquela incontornável dificuldade em conseguirem sair da "crosta". E, acredito, muito provavelmente por, nem eles, os caracóis, saberem bem quem são, por onde andam e, no fundo, para onde vão, optando pela política do fel, já que não sabem o que é o mel.
E é vê-los assim, quando se vêem, para ali, na sua esquina semi-invisível feita fortaleza, teimando em dar um ar da sua (pouca) graça, mas - apenas e só! - quando "brilha o sol", ali, e só ali, sempre à espreita de uma oportunidade de acontecerem, embora sem nunca o conseguirem verdadeiramente, talvez por apontarem as antenas para tantos lados, sem eles próprios, ironicamente, terem um lado definido.
É, são uma espécie de "tanto faz", desde que os deixem "rubricar alguma coisa", numa espécie de grito do "Ipiranga", embora em "si menor". (Na música barroca, si menor é considerado como a tonalidade do «sofrimento passivo»)
E pronto, infelizmente, lá temos que levar com eles, quanto mais não seja para percebermos que, na selva, há de tudo um pouco, inclusive a "selvinha" - uma espécie de "Parque Infantil": aquele outro lado, o lado "b" da mesma cassete, o que fica sempre catalogado como insignificante, por muito que tentem repetir o desconhecido refrão.

Francisco Moreira

0 comentários:

Acerca de mim

A minha foto
Portugal
Sempre algures entre o hoje e o amanhã, sem esquecer a memória.

JACKPOT

JACKPOT
Música Anos 70, 80 e 90

Porto Canal

Porto Canal

O Livro do Ano

O Livro do Ano
Escrito por uma Deusa e um Sonhador... em nome de um Ângelo

...Sempre...

...Sempre...

Blog Archive