quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Depois Vê-se
Gosto de olhar nos olhos, de ler a verdade que aquelas "lentes" nos ajudam a decifrar, mesmo quando o olhar se desvia, ou tenta desviar, mesmo quando não interessa, mesmo quando vale menos que zero. Se os olhos fossem semáforos, conseguindo mostrar a verdade em pleno - com recurso ao verde e ao vermelho, estou em crer que seríamos todos mais abençoados pela condução de vidas mais verdadeiras, pela necessidade de aprender que mais vale "ser" do que "parecer", principalmente naqueles casos em que se julga que o amanhã não revelará as entrelinhas dos "piscares" intermitentes com que disfarçamos a todo o instante. Aqueles "piscares" que tantas vezes fazem vacilar a voz e, a custo, quase fazem cair por terra aquilo que a boca emite.
Onde quero chegar? Àquilo que somos, ao adulterar constante da natureza humana (ou não!), à custa daquela tal aula extra que nos ensinou a desviar o olhar sempre que dá "jeito"...
Se os olhos fossem semáforos, como facilmente se imagina, passaríamos grande parte do nosso tempo a ter acidentes e a tentar resolvê-los, aqueles acidentes que provocamos com palavras, fiando-nos na prioridade da esperteza, assim ao jeito do "depois vê-se".
Onde quero chegar? Àquilo que somos, ao adulterar constante da natureza humana (ou não!), à custa daquela tal aula extra que nos ensinou a desviar o olhar sempre que dá "jeito"...
Se os olhos fossem semáforos, como facilmente se imagina, passaríamos grande parte do nosso tempo a ter acidentes e a tentar resolvê-los, aqueles acidentes que provocamos com palavras, fiando-nos na prioridade da esperteza, assim ao jeito do "depois vê-se".
Francisco Moreira
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4 comentários:
Sim... o nosso eterno “deixa andar que amanhã resolve-se”, ou aquele desprezo por quem foi desventurado ou teve pouca sorte em algum momento!
Que verdades vêem eles nas nocturnas ruas desta bela cidade…
Se os meus olhos fossem semáforos, estariam vermelhos de dor e de raiva.
Se toda a gente dissesse o que pensa, não seria possível viver no mundo. Mesmo assim, já é tudo mais do que suficientemente mau. Se os meus olhinhos tivessem acreditado em quem avisou para não enfrentar os outros com os olhos, a minha vida teria sido diferente a nível profissional. Em 99,9 % dos casos, só se pode olhar nos olhos sem levar uma navalhada a seguir se os outros olhos forem de um ser de quatro patas. Isto é o que toda a gente devia aprender, antes que seja tarde demais, já que eu não aprendi.
Pois... Mas há que acreditar, ou melhor, continuar a acreditar no Verde (o tal que dizem ser Esperança), quanto mais não seja para acreditarmos que o arco-íris existe.
Abraço, Jota. E Obrigado pela visita.
Ana, numa frase:
- Se nós, humanos, fossemos feitos para falar exclusivamente com animais de 4 patas, não faria sentido reproduzirmo-nos. E, além disso, tenho sérias dúvidas de que eles, os de 4 patas, só queiram "falar" connosco.
Ok, uma segunda frase:
- Quando se pinta tanto com cinzento, é natural que achemos que não existem outras cores. Mas existem, disseram-me.
Beijos de LUZ.
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