quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Intervalos

É quando a cidade adormece que melhor me revejo, que menos me contraio e que melhor me defino... É nessa (nesta!) altura que adoro acontecer, neste silêncio de gritos, por vezes mais doridos, ou talvez não, mas sempre autênticos, entre um e outro cigarro, num e noutro gole de água, imbuído de pensamentos que as imagens oferecem sem troco, sem horas, sem punição...
Gosto de estar para aqui, principalmente quando me dou a esses "intervalos" que irrompem entre um e outro afazer, quando me permito brincar com as palavras todas, ao de leve, ou nem por isso, embora sempre em ritmo apressado, porque se faz tarde, bastante tarde, sussurra a madrugada...
E o amanhã, para muitos, já começou, entre aquele respirar do guerreiro e a vertigem do acordar, porque também se faz tarde, mesmo no sono, mesmo nos sonhos... E eu aqui, neste intervalo roubado, mais um, entre mim e mim, sem pressa de chegar ao dia onde já estou, cansado, mas ciente de quem sou.

Francisco Moreira

4 comentários:

Hélder Ferrão disse...

A tua veia de poeta anda a vir ao de cima! (sorrisos)
Gostei deste teu texto. Identifico-me muito com ele...
Abraço, Francisco

paulofski disse...

Vou aproveitar a dica e intervalar um pouquinho.

Abraço

FM disse...

Tem dias, Hélder, tem dias... cada vez menos, por falta de tempo... Mas vou lutando para não desistir de escrever "por aqui"...
Abraço e Obrigado.

FM disse...

Que te tenha sabido bem, Paulofski.
Abraço.

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