terça-feira, 27 de julho de 2010

- O Rolo?

Com esta coisa das máquinas fotográficas digitais, compradas ao "preço da chuva", sem nos apercebermos, andamos a perder o hábito, interessante e envolvente hábito, de olhar com especial atenção para os momentos com que decoramos o nosso percurso.
Já repararam, por exemplo, que, na altura dos retratos, "perdíamos" muito mais tempo a admirar uma fotografia desfocada na mão do que uma imagem maravilhosamente conseguida enjaulada (com repetições mil) numa qualquer pasta ou sub-pasta de computador?
Já repararam que nunca tiramos tantas fotografias na vida e que, incompreensivelmente, olhamos para elas muito menos vezes do que antigamente, percentualmente falando?
Já repararam que não nos reunimos para ver fotografias, das férias, por exemplo, e, quando muito, "afixámo-las" num qualquer sítio na Internet ou enviámo-las por e-mail, como um mero anexo?
É verdade, as fotografias, nos dias que correm, apesar de terem muito melhor resolução, infelizmente, já não são o que eram, pelo menos ao nosso olhar, seja ele individual ou colectivo.
É uma pena que, em poucos anos, tenhamos passado dos retratos às fotografias, e tudo por causa de um rolo, sim, um rolo.

Francisco Moreira

2 comentários:

paulofski disse...

Das últimas vezes que tirei fotografias com a velha máquina, levei-a a uma casa da especialidade e pedi que revelassem o rolo. Dias depois fui lá com na ânsia natural de ver o resultado da minha perícia fotográfica. A funcionária entrega-me um copinho de plástico transparente com um rolo lá dentro e a conta do serviço!

- Então, e as fotografias!?
- Mas o senhor só pediu para revelar o rolo!

Fiquei sem comentários e sem fotografias.

FM disse...

(gargalhadas)
Vou tentar não passar pelo mesmo. Obrigado. (risos)
Abraço.

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