terça-feira, 13 de abril de 2010
Vidinha de Tostões

Mas, mesmo acreditando piamente no que acabei de escrever, lamentavelmente, passamos a quase totalidade do nosso tempo a tratar de enriquecer, seja essa riqueza traduzida em cifrões ou em notoriedade.
Andamos sempre, minuto a minuto, à procura de aumentar o património sem repararmos que, quando partirmos, seremos automaticamente despidos dessas pérolas, desses títulos, desses NIB's.
E, de vez em quando, a própria vida puxa pelos galões e explica-nos directamente como é ter essa experiência, a de perder tudo, ou melhor, a de se poder perder tudo num ápice, num desses minutos que dedicamos religiosamente ao nosso próprio engrandecimento, deixando para os "descontos" a verdadeira essência da nossa existência, enquanto seres humanos, enquanto sociedade.
Imaginem que nos apontam uma arma e nos exigem ficarmos sem nada a troco de uma bala não disparada. Imaginem que somos atacados por uma doença fulminante na qual a consciência nos pergunta se preferimos trocar o tudo que temos por esse "fio", nem que seja apenas de uns minutos de prolongamento.
O que faríamos? Sim, naquele instante, naquele segundo, qual seria a nossa opção? Manter tudo o que conquistamos ou mantermo-nos "deste lado"? Pois, não tem lógica! Manter o quê, se não poderemos usufruir disso, mesmo que o adicionemos ao caixão?!
Estou em crer que mesmo aqueles que tudo têm optariam por ficar sem nada só para poderem ter quem mais querem ou mesmo para se poderem ter a eles próprios, de volta.
Contudo, mesmo sabendo disto, mesmo encaixando cada uma destas palavra, estou certo de que no minuto seguinte ao lermos este texto passaremos a tratar da "vidinha", aquela que pouco mais é do que o coleccionar de bens e poderes, nem que seja para tapar os buracos que fomos abrindo, ou mesmo as dívidas que fomos contraindo para embelezarmos o tal património.
E, já agora, por falar em dívidas, elas, à prior, também ficarão do lado de cá, por isso, não faz sentido andarmos tão preocupados com essa "desculpa". É que, se repararem bem, nesta "vidinha" que levamos, no fundo, andamos a aprender o quão mal tratamos a vida, aquela a que só damos verdadeiro valor quando ela decide apresentar-se em jeito de "queres-me ou não?!", e sem meias-palavras.
Francisco Moreira
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Acerca de mim

- FM
- Portugal
- Sempre algures entre o hoje e o amanhã, sem esquecer a memória.
Outros Dizeres
Porto Canal

O Livro do Ano

Escrito por uma Deusa e um Sonhador... em nome de um Ângelo
...Sempre...

A Visitar...
- Facebook ViceVersaBar
- Tentem, Tentem Ser Felizes!
- Vice Versa Bar
- Talvez
- Tábua de Safira
- Abalos da Alma
- Quatro Elementos
- ÂNGELO
- Pingos de Amarelo
- Tatuagens
- O Caos das Teorias
- A alquimia das palavras
- Amor Infinito
- Amor ou Consequência
- Palavras Cruzadas
- Amorita
- Era uma vez...
- Anjo e Demónio
- Ares da minha Graça
- As coisas que eu acho...
- Blog da Ka
- Blue Velvet
- Coisas de Vidas
- Comum Mortal
- Da Vida e outras Piruetas
- Em banho Maria
- Equilíbrio
- Escolhas Múltiplas
- Happy even when it rains
- Joana
- Keep your mind wide open
- Lagoa Real
- Livro de Reclamações
- Lua de Sonho
- Maçã com Canela
- Miauxrabiscos
- Mimo-te
- No Gabinete
- Não sou um Blogger
- Opinas ou Não
- Palavras de Vidas
- Por entre o luar
- Pensamentos de uma Garota Normal
- Penso Visual
- Pérola
- Rafeiro Perfumado
- Sexualidades, Afectos e Máscaras
- Shiuuuu
- Simplesmente... Eu
- Sisters
- Som do Silêncio
- Sunshine in the Morning
- Tertúlia Lilás
- This Planet Says
- Ás de Copas
Quem visita
Blog Archive
- maio (1)
- abril (6)
- março (3)
- fevereiro (9)
- janeiro (7)
- dezembro (8)
- novembro (12)
- outubro (13)
- setembro (2)
- agosto (3)
- julho (2)
- junho (15)
- maio (9)
- abril (11)
- março (15)
- fevereiro (5)
- janeiro (3)
- dezembro (2)
- novembro (11)
- outubro (12)
- setembro (13)
- agosto (9)
- julho (14)
- junho (21)
- maio (16)
- abril (18)
- março (21)
- fevereiro (22)
- janeiro (28)
- dezembro (25)
- novembro (24)
- outubro (30)
- setembro (41)
- agosto (55)
- julho (71)
- junho (46)
- maio (23)
- abril (32)
- março (80)
- fevereiro (39)
- janeiro (30)
- dezembro (45)
- novembro (62)
- outubro (37)
- setembro (39)
- agosto (56)
- julho (181)
- junho (159)
- maio (122)
- abril (77)
- março (91)
- fevereiro (103)
- janeiro (85)
- dezembro (54)
- novembro (60)
- outubro (54)
- setembro (72)
- agosto (54)
- julho (159)
- junho (95)
- maio (108)
- abril (120)
- março (80)
- fevereiro (75)
- janeiro (74)
- dezembro (77)
- novembro (129)
- outubro (142)
- setembro (175)
- agosto (124)
- julho (1)
2 comentários:
Se houvesse mais casas que pessoas, não havia necessidade de empréstimos.
Se o acesso às energias alternativas fosse ilimitado, não havia necessidade de petróleo. Teriamos carros solares, casas autónomas... um ambiente mais saudável.
Os bancos e o dinheiro deixariam de fazer sentido.
Toda a sociedade está centrada no "papel verde". Se reparares bem, esta é o maior burla da humanidade: Tu trabalhas para os bancos. É lá que vais buscar dinheiro, que depois devolves com juros!!!
Neste momento, se toda a gente quiser pagar a sua dívida, não há dinheiro no Mundo para tal. É um ciclo vicioso que se criou, uma teia muito dificil de se sair.
Mas o problema é que o Homem ainda é o mesmo de antes. Ainda é bruto, violento, agressivo, acumulador, competitivo.
Ele construiu uma sociedade nestes termos.
Num Mundo onde 1% da população possui 40% da riqueza do planeta
Num Mundo onde 34 mil crianças morrem diariamente de pobreza e doenças evitáveis e onde 50% da população vive com menos de 2€ por dia, uma coisa está clara: Algo está muito errado!!!
Gostei imenso do teu exemplo, Ricardo. Excelente, mesmo, infelizmente, e verdadeiro, claro.
Contudo, com o meu texto, tento ir mais longe, tento ir às questões do ser-se ou deixar de se ser humano, social, verdadeiro, em função de uma maquilhagem que, acredito, o tempo está a "contorcer" à custa das tragédias com que nos tenta reeducar.
Abraço.
Enviar um comentário