sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Pétalas de Sede

É no epicentro dos espinhos que damos o devido valor ao cheiro de uma flor, seja qual for, seja ela quem for. Sentir aquele aroma de fé, nem que seja naquele preciso instante, pode assumir a maior importância, principalmente quando, com ele, se tenta reencontrar o olfacto que possa levar a uma nova luz, a novos carris.
Nenhum túnel é demasiado imenso ou estreito para conseguir iludir por completo a vontade de prosseguir, nem que seja pelo meio das pedras que lançam para a nossa calçada.
Com mais, ou menos, pisaduras, há sempre o tal perfume, a tal gota que purifica o nosso querer, a tal essência que consegue vingar no mais denso dos azedumes.
De espinhos, está a história de cada um cheia. De flores falsas, estão inúmeros cemitérios lotados, principalmente os dos vivos. E de luz? Haverá quem a consiga apagar de vez? Duvido, definitivamente.
É triste, mas tão triste, quando tentam fazer de alguém um jardim sem nome, sem referências, sem continuação... E, vai-se a ver, afinal, murcham mais flores por falta de fé do que propriamente por alguém tentar deixar-nos morrer à sede.
Mas, há sempre um perfume sem marca que nos marca, e ainda bem.
Francisco Moreira

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