terça-feira, 27 de outubro de 2009
Corpos Cinderelos
Esta guerra da gordura contra a formosura gera cada vez mais batalhas radicais, daquelas onde a maioria dos prazeres se transformam em inimigos da pior espécie. Não são raros o exemplos de corpos que vêem desaparecer uma boa parte da sua identidade à custa do custe o que custar, inclusive em termos mentais. E isto acontece quando o objectivo é demasiado venenoso, demasiado cruel, naquela luta entre o "eu" e os "outros", investidos por um outro "eu" que se assume como defensor do pseudo-bem.
Não sei se é pelo cansaço de olhar para o que o espelho diz repetidas vezes ou por uma frase maldita expressa por outros, e que ousa em não abandonar o consciente da vitima, mas há apostas interiores (teimosas) que mudam radicalmente o exterior, ao ponto de o 8 conseguir, aparentemente, aniquilar o 80, e por vezes para "muito pior", ainda por cima sem condescendência ou equilíbrio.
Sou contra este desporto radical de mandar a fome "às urtigas", sou contra o "vómito propositado", sou contra as doses de drogas com consequências adjacentes e - indo mais longe, sou contra a falsidade do "estar-se bem" sem se estar, usando como bengala aquilo que os olhos vêem. (- E por quanto tempo?)
Obviamente que todos gostamos de nos sentir bem para connosco e para com os outros, e neste caso à custa do "cartão de visita" chamado corpo, mas daí a sofrer só para (nos) enganar, vai uma grande distância, e nada saudável. Que o digam as paredes onde habitam os "sofredores"!
Claro que os espelhos passam a ser mais generosos, mais concordantes, mais "Cinderelos"... Mas, e os exageros? E os danos colaterais? Será que justificam tanto por tão pouco? Será que a formosura excessiva justifica as perdas gigantescas com quem se assina o contrato de emagrecimento "automático"?
Cada cabeça sua sentença, cada corpo sua paga, ora em prazer, ora em sofrimento, mas infelizmente e quase sempre em exagero.
Cada cabeça sua sentença, cada corpo sua paga, ora em prazer, ora em sofrimento, mas infelizmente e quase sempre em exagero.
Francisco Moreira
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4 comentários:
Eu gosto é de curvas e de me deitar nelas (não apenas quando pedalo na minha bicicleta!).
Abraço
Eu vou comer, comer laranjas e bananas... etc, etc...
(e não como só fruta) :)
:) Beijinho
(risos)
Também eu, também eu...!
Abraço, Paulofski.
Que linda canção... (risos)
E eu cá vou ouvindo-a, vezes sem fim... (risos)
Beijos, Liamaral.
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