sexta-feira, 17 de julho de 2009

Efeito Contrário

Para que entendam que, afinal, há erros que julgamos "impossíveis" a certos profissionais, mas que podem resultar em "efeitos contrários" ao que "confiamos", tenho que partilhar este acontecimento convosco...

E tudo começou há cerca de duas semanas.

Apareceram-me na face uma série anormal de espinhas. E como tenho uma atracção fatal por espremê-las e andar a tirar crostas, claro que a emenda é sempre pior. Mas o problema começou quando o volume das "ditas" ficou anormalmente visível, ao ponto de evitar "desfazer a barba", operação diária, muito graças à televisão.

Um dia, dois dias, três dias... E fui à farmácia pela qual passo todos os dias por razões profissionais. Fui atendido por uma gentil "menina", presumo enfermeira, que me diagnosticou uma qualquer alergia, provavelmente motivada pelo novo "after-shave" que tinha usado nos últimos dias. Receitou-me um creme para eliminar as erupções e uns comprimidos para conterem a comichão, cada vez mais intensa. Isto ao longo de uns 10 minutos de "diagnóstico".

Depois disto, passaram um dia, dois dias, uma semana... e sempre, sempre a piorar, sempre a aparecerem novas "erupções", algo hipoteticamente contagioso, imaginei, herpes, quiçá.

Quase 10 dias depois, entrei eu em erupção e desatei a tentar marcar consultas de urgência em hospitais e clínicas privadas, com um dermatologista, claro. Mas nada, só lá para dia 20. A situação tornou-se incómoda, comigo a evitar cumprimentar as pessoas e, não menos relevante, a interferir em trabalhos onde, logicamente, não posso aparecer com barba de "não sei quantos dias".

Pensei, desesperei, pensei... e decidi consultar o jovem rapaz que me atende regularmente na farmácia da freguesia onde quase sempre vivi. Pedi para ele avaliar o meu grande problema atentamente. Mostrei-lhe o que me tinham receitado e, do alto da sua experiência - de poucos anos, imagino, disse para eu eliminar e esquecer terminantemente o que me tinham dado para lutar contra as espinhas, sim, espinhas. Sim, eu repito, espinhas.

- Tem a certeza!? Olhe bem! Será contagioso?! E o meu filho, bebé?!

- Homem, vá descansado. Tome isto e isto e, garanto-lhe, em dois dias isso desaparece.

- Não quer ver melhor?! Olhe que têm estas erupções estranhas, pode ser herpes...

- Posso voltar a ver, mas acredite que isso são espinhas. E isso é uma alergia, provavelmente a um novo "after-shave".

- Mas, mas e isto que andei a tomar, porque é que não faz efeito?!

- Pura e simplesmente porque tem um efeito contrário. Em vez de eliminar...

- Ahh!

E não é que ESTE jovem farmaceutico, num minuto, teve a razão que a OUTRA jovem farmaceutica, em dez minutos, não diagnosticou?! E eu que passo pela farmácia dela todos os Santos dias, sempre a conter-me, sempre a conter-me para não apresentar o meu pior diagnóstico verbal, como me incentiva repetidas vezes esta insaciável vontade.

4 comentários:

Unknown disse...

Posso??

Num sábado, depois do trabalho e porque tinha um incómodo no olho imenso, e este estava bastante vermelho, passei na falmácia. Deram-me então uns colírios.
Segunda, bastante pior, vou à consulta aberta no Centro de Saúde e sou vista por um médico. Conjuntivite brava disse ele (o meu olho era uma bola vermelha), receitou-me outro tipo de medicação, mas se não melhorasse teria de ser vista por um oftalmologista.´
Quinta, sem melhoras, pelo contrário, o olho sempre a chorar e cada vez mais incómodo e a passar já ao outro, vou à minha médica de família para que me passe uma carta para ser vista no hospital por um oftalmologista.
Assim foi - vírus, altamente contagioso, separar toalhas minhas das do filho, muita atenção e o menos contacto possível para não lhe transmitir, não sei quantos dias de baixa médica e mais uma receita para aviar na farmácia.
Duas semanas a ir lá ser vista e mudança de medicação... um mêsito e estava fina - depois de gastar dinheiro em vão em medicamentos que depois de abertos têm 15 dias para serem jogados para o lixo!!

E assim vai...

Beijossssssss, e melhoras!

Não Sou... disse...

É o país que temos amigo...
Abraço

Ricardo disse...

Os farmacêuticos não são médicos!!!

Cada macaco no seu galho.

Quando queres comprar flores também não vais ao notário, pois não?

paulofski disse...

Conclusão minha: volta a viver na freguesia onde sempre viveste.

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