sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

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Hoje, quanto a questões, trago uma que, certamente, gerará respostas bem coloridas - razão pela qual escolhi esta imagem.
Penso que é sempre importante sentir que somos humanos e que estamos nesta vida também para auxiliar o próximo, nem que seja com um gesto simples, sem intenção de retorno, sem mas...
- Qual foi o (teu) gesto que te deixou mais Feliz por alguém?

23 comentários:

Olá!! disse...

Tentei, há uns 10 anos atrás, adoptar uma criança que vivia numa instituição, tinha uma história sórdida... mas ficou pelo gesto, a mãe dele não consentiu, preferiu que o filho fosse para outra instituição em Lisboa. Foi um gesto sem consequências que me deixou marcas de desilusão e tristeza, por ele, mas também por mim...
....

Sunshine disse...

Pensei e lembrei-me...
Uma ex-aluna minha que tinha feito exame de Matemática do 12º ano tinha chumbado, só a esta disciplina, devido à nota que apanhara no exame.
Eu estava de "barriga grande", a "andar como uma pata", quase a nascer o meu 1º filho.
Esta aluma vem ter comigo e diz-me: Professora já pedi a vários professores que me ajudassem a fazer o pedido de reapreciação, até à minha professora deste ano, mas ninguém quiz ajudar-me.
E lá fui eu com o meu "andar de pata", sentei-me com ela, vi o seu exame e ajudei-a a fazer o pedido de reapreciação.
Ela conseguiu a nota de que necessitava e fez o 12º ano. Ainda hoje, passados 9 anos, quando me vê lembra-me sempre que conseguiu fazer o 12º devido à minha ajuda.
Às vezes com pequeninas ajudas conseguem dar-se grandes ajudas aos outros.

Sunshine disse...

Bonito gesto Olá!
Beijinhos

FM disse...

Interessante Olá.
Isto vem de encontro à ideia que tenho de ti... Fico Feliz por continuar a ficar agradavelmente surpreendido...
O gesto foi Lindo.

FM disse...

Que bem Sunshine... Não imaginas o quanto aprecio gestos em favor de outros...
Parabéns!

FM disse...

(estou a gostar da forma como os meus queridos visitantes estão a encarar a Blog-Novela)

BlueVelvet disse...

Há realmente coisas na vida estranhas, Olá.
Tinham os meus filhos à roda de 10 anos um, e 7 outro, andavam no S.João de Brito e tinham vários amiguinhos.
Gostava particularmente de um deles, porque era um doce de menino e também conhecia o pai que era comandante da Tap.
Por razões que compreenderão a seguir, não vou referir o nome dele.
Um dia, o meu filho mais velho chegou a casa e disse-me:
A mãe sabe quem morreu? O pai do...
Fiquei estarrecida.
Era um homem novíssimo e morrera num desastre de automóvel.
Perguntei logo: então e o ...vai viver com quem?
Vai para um sítio chamado Casa Pia!
Naquela altura nem desconfiava do que se passava na Casa Pia, mas não conseguia imaginar uma criança habituada a viver numa vivenda em Cascais, a estudar no S.Hoão de Brito, a ter uma vida fantástica além de ficar sem pai ir para a Casa Pia.
Remoí aquilo durante dois dias e depois fui ao colégio, falei com o Padre Reitor e pedi-lhe a morada do familiar mais próximo da criança.
Era um tio, irmão do pai.
Morava na Av. de Roma. Lembro-me que passei em frente da porta do prédio uma meia-hora antes de ter coragem para tocar à campaínha.
Por fim, com as pernas a tremer, toquei, subi, disse que era mãe dum coleguinha dele e deixaram-me entrar.
Falei com o tio, disse-lhe da minha estranheza de, tendo a criança família tão próxima ir parar à Casa Pia, e o senhor respondeu-me friamente que a mãe era uma prostituta com quem o pai tinha tido um affaire e que não queriam nada com a criança.
Naquele momento, passou-me uma coisa pela cabeça e disse-lhe: tudo bem, então se não quer saber da criança, posso adoptá-la?
Por mim...foi a resposta dele.
Saí enojada daquela casa e fui a correr ter com o meu marido contar-lhe. Antes que eu tivesse tempo de dizer algo mais, ele disse: então adoptamos a criança.
Fui a casa da mãe, se é que aquilo se podia chamar de casa, no lugar de vidros nas janelas tinha jornais e parecia um cadáver ambulante que me apareceu às 3 da tarde, de chinelos e um roupão que mais parecia um trapo.
A criança nem parecia a mesma.
Disse à mãe o que pretendia e ela concordou de imediato.
Levei a criança para minha casa nesse mesmo dia.
Despi-lhe os trapinhos que tinha vestidos, enfiei-o na banheira e era um gosto vê-lo dentro de àgua a brincar.
Durante semanas viveu connosco enquanto se tratava dos papéis.
Mas a pouco e pouco a mão foi fazendo exigências:1º comida, depois dinheiro.
Até que acabou por pedir uma soma astronómica para aceder a assinar a adopção, além de que queria uma mesada para ela.
Perceemos que dificilmente nos livrariamos dela.
E foi com o coração em lágrimas que lhe devolvi a criança.
Durante fins de semana seguidos, ele fugia de casa só com a roupinha do corpo e vinha bater-me à porta para ficar connosco.
Ficava ao fim-de-semana e depois voltava para casa.
Isto durou até ao verão. Quando fui de férias tive o pressentimento que não veria mais.
E assim foi.
Soube que de facto tinha sido internado na Casa Pia e desde que o escândalo rebentou que todos o dias rezo para que ele não faça parte do grupo das vítimas.
Embora saiba que enquanto esteve em minha casa foi muito feliz, não consigo perdoar-me não ter conseguido ficar com ele, embora todos me digam que não havia volta a dar.
É uma mágoa que guardarei sempre no meu coração.

FM disse...

Arrepiaste-me... Mas obrigado pelo contributo.
São gestos como o teu que me fazem continuar a acreditar que vale a pena confiar nas pessoas, mesmo quando todos os dias nos chegam exemplos que contrariam essa vontade...
Parabéns por também Seres.
(é nestas coisas que os Blogues me têm - até à altura, mostrado que afinal há gente boa na Net)

Unknown disse...

Uma reportagem que fiz à porta do hospital de Guimarães. Uma família sem tecto, sem nada, com dois filhos, um recém-nascido com oito dias. Nada. Não tinham nada.
A reportagem, na Antena 1 na altura, foi ouvida numa fábrica de Santo Tirso. As mulheres que ouviram chamaram o patrão. Explicaram o que se passava. Umcasal, novissimos. Dois filhos, e NADA. Nada de emprego, roupa, comida, higiene, nada. Apenas muito amor pelos filhos. Espalhavam isso. O homem, empresário, arranjou no seu clube desportivo casa e emprego para ambos. Ainda lá estão.
Não fui eu. Mas sinto que ajudei, que valeu a pena ser jornalista. Nunca o senti tão forte.

Sandra T disse...

Blue, o seu caso tocou-me imenso, passei por um caso semelhante há uns bons anos atrás,mas, infelizmente era eu também uma criança de 17 anos e pouco pude fazer. O menino foi para uma dessas instituições e hoje, já homem, e pelo que pude avaliar pelo pouco que soube, o seu futuro vai ser semelhante ao de uma "qualquer" Gisberta ... a pergunta vai ficar sempre comigo será que podia ter feito mais?

Xanda disse...

Gostei muito de vos ler, continuem sempre assim mnas.
Faz precisamente 4 anos no próximo dia 19 Março (ficou marcado esse dia do pai) que, o meu avô ficou internado devido a uma queda. Tinha ele na altura 94 anos.
Quando regressou a casa, vinha c/ umas mazelas enormes em ambos os calcanhares (quase em sangue).
Uma enfermeira do posto médico ia lá a casa de dois em dois dias fazer-lhe o curativo, o certo é que ninguém via melhoras. Eu cansada daquela situação e, farta de ver o meu avô sofrer por não poder andar (coisa que nunca lhe tinha acontecido), comecei a tentar ajudar. Nos dias em que a enfermeira não ia lá a casa, ia eu, lavava-lhe os pés (coisa que ela nunca fazia), se houvesse peles secas retirava cuidadosamente, desinfectava, ponha uma pomada que ajudava a cicatrização que nos indicou uma enfermeira amiga e, quando necessário cortava-lhe as unhas. Isto tudo deu-se no período em que comecei a trabalhar após a minha licença de parto, a hora de almoço era dividida entre o meu filho e o meu avô. Demorou uns meses p/ as feridas cicatrizarem definitivamente, após esse período o meu avô ficou c/ a pele dos pés completamente nova. Aos poucos, e inicialmente c/ ajuda, o meu avô voltou andar. Foi a força de vontade dele, a fé, o amor e carinho de toda a família que o fez ficar bom e aguentar-se mais dois anos juntinho de nós.

FM disse...

Sabe bem, não sabe Mizé?! E ainda bem, ainda bem...

FM disse...

Pois Sandra T, é uma pergunta que fica...

FM disse...

Efectivamente Sandra, a fé consegue mover montanhas, a fé e as ajudas laterais...

Olá!! disse...

E tu FM, qual o gesto que te deixou feliz????

FM disse...

São tantos, mas tantos... um dia destes conto... Agora vou trabalhar um pouco e volto mais tarde para ver se morreu alguém na novel... Pelo menos alguém já ficou sem "pirilau", este Professor adora cortar o "mal pela raíz"... (risos)

Gata Verde disse...

Só conto quando tu contares...estou com a Olá!!!

Beijinhos e bom fds

FM disse...

Ok! O meu irmão, já com quase 45 anos, estava a tirar a carta de condução... E no Natal de 1999 decidi colocar a chave de um carro em segunda mão dentro de uma das dezenas de prendas a distribuir pela família. A última era um pequeno caixote... e, depois de todos questionarem para quem seria, disse-lhe que era dele, isto depois de ter andado toda a noite a dizer que aquela prenda era especial... Ele nunca achou que era para ele. E, quando abriu, encontrou a chave do seu primeiro carro, algo que só em sonho tinha imaginado...
Não imaginam o quanto duvidou da verdade daquele instante, nem imaginam o quanto ficou feliz... Tinha ganho um automóvel, logo ele que nunca tinha tido nada de especial...
Esta é uma das várias histórias em que fiz alguém Feliz. É que um dos meus maiores prazeres é fazer outros Felizes. Manias, enfim.

Anónimo disse...

Estar ao lado das pessoas que me são queridas, quando elas mais precisam de mim.

Beijinho.

*Um Momento* disse...

Queres mesmo saber?
O mais simples... dar a mão a uma senhora sem abrigo( suja e afins)...ela sorriu-me com um olhar que me iliminou a alma...

....

(*)

Gata Verde disse...

OK,cá vai:
Acho que o melhor que fiz foi ter levado o meu pai a ver o mar da Ericeira(local que ele tanto adorava) quando estava limitado a uma cadeira de rodas. O sorriso que fez naquele dia jamais esquecerei...

Beijinhos e bom Domingo

Ju disse...

Numa viagem de férias, a Salvador da Bahia, visitei a igreja do Bonfim, como quase todos os turistas. Na entrada estava um jovem negro, com um sorriso lindo que pedia esmola, não tinha pernas mas sim uns pequenos pés que saíam das ancas. O sorriso dele não me saía da cabeça. Perguntei ao motorista de taxi se ele costumava estar sempre por ali, e fiquei a conhecer a história do jovem Washigton. Saímos dali e fomos comprar uma cadeira de rodas.
Quando a fomos dar, nunca saí do taxi, e nunca me saíra de mim a imagem do Washigton a subir para a cadeira e os amigos a rirem e brincarem com ele.
Nunca pensei contar isto em público, mas é verdade que não pudemos ajudar todos, mas faz um bem enorme ajudarmos alguns.

Anónimo disse...

Bela pergunta...
Depois dos meus miolos terem começado a deitar fumo por todo o lado, lembrei-me.
Desde pequenina que guardo todos os brinquedos e roupas que deixo de gostar ou que simplesmente já não me servem com o passar do tempo e peço à minha mãe que os dê a uma amiga dela que conhece pessoas muito pobres no que toca a essas coisas, e também para dar a pessoas necessitadas.
Sei que é pouco, mas esse pouco basta para ver um sorriso no rosto de uma criança. E por esse sorriso, sei que vale a pena ajudar. :]
Um resto de bom fim-de-semana. *

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