quarta-feira, 7 de setembro de 2011
Bis
Quem me conhece sabe que me dou melhor com a escrita do que com a leitura, ao ponto de, em 40 anos de vida, ter lido menos livros do que neste meu ano 41. E um dos livros que acabei de ler esta madrugada foi este, gentilmente oferecido. (Obrigado Miguel Gonçalves) Chega amanhã às prateleiras.
Conheci os "Sitiados" num álbum do "Rock Rendez Vous", lá na "minha" década de 80, ficando então apaixonado pelo "A noite" à primeira "ouvidela". E esta é uma canção que, mais de duas décadas depois da primeiras vez, ainda me embala as emoções. E tal como o Aguardela - porque foi assim que me foi apresentado., sorri quando ouvi a versão dos "Resistência", por ser pior, bem pior.
Quanto ao músico em si, entrevistei-o enquanto "Sitiados" e enquanto "Megafone", projectos bem diferentes, alturas bem diferentes. Gostei da sua honestidade enquanto artista, sem os "salamaleques" de outros, os que fui e vou encontrando pela frente...
Debruçando-me sobre o livro de Ricardo Alexandre: "João Aguardela - Esta vida de marinheiro", numa primeira análise, tenho que assumir que me comoveu, algo que aconteceu pela primeira vez num livro - leio muito poucos livros, recordo, e creio que só verto lágrimas quando os "acontecimentos" chegam "cá dentro".
E foi já com a "Vida de Marinheiro" a ser cantada por milhões que vi os "Sitiados" pela primeira vez ao vivo. Foi no "Infante Sagres", se não estou em erro, e com a queda do palco do Aguardela ou da Sandra. Fiquei impressionado com a energia que despoletaram numa sala longe de esgotar. Sim, valeu a pena ter aceite o convite da editora.
Mas, e o livro?
Bem, biografias musicais só li duas até à data, a de Bono Vox (sou fã) e esta, a de Aguardela (admirei-o).
O que dizer?
Tenho obrigatoriamente que registar que se lê muito bem, que preenche os vazios que desconhecemos em relação ao percurso, à pessoa, ao músico e, acima de tudo, vinca o orgulho do "marinheiro" em ser Português, em criar em Português.
Por outro lado, sendo do Porto, gostei de conhecer o seu lado nortenho, o sentir mais além e aquela certeza de que partiria com obra feita. Conseguiu. Parabéns.
Eu, talvez por estar blindado por mais de duas décadas de rádio onde o "comercial" asfixia tudo o resto, ouvi "Megafone" porque o Aguardela sempre me mereceu respeito, e quando assim é devemos ouvir com atenção os discos de quem vamos entrevistar, mesmo que eles custem a "entrar". Foi o que fiz, foi o que aconteceu.
Quanto aos "Linha da Frente" e "A Naifa", recordo-me que os nomes me foram apresentados como "mais alternativos", daí, como a gigante maioria, pensar exclusivamente e talvez erradamente em "Sitiados" quando se faz referência a Aguardela... (vou ouvir melhor os outros projectos, prometo!)
Em resumo, este "João Aguardela - Esta vida de marinheiro", pelas palavras do amigo e pelos inúmeros testemunhos com que o fotografam, homenageia um artista que não foi descartável e que, pelo que percebi, fez sempre o que quis, como quis, quando quis: "tudo para ontem, sendo que o seu ontem tinha muito amanhã".
Se Aguardela já merecia o meu respeito enquanto ouvinte e profissional de rádio, depois de ter lido este livro - que o (re)apresenta, e muito bem!, fiquei com a certeza de que quem "me" continua a cantar "só o sonho fica, só ele pode ficar" foi sempre autêntico, e só por isso, merece o meu aplauso, em pé. E que pena não poder gritar "Bis"!
Conheci os "Sitiados" num álbum do "Rock Rendez Vous", lá na "minha" década de 80, ficando então apaixonado pelo "A noite" à primeira "ouvidela". E esta é uma canção que, mais de duas décadas depois da primeiras vez, ainda me embala as emoções. E tal como o Aguardela - porque foi assim que me foi apresentado., sorri quando ouvi a versão dos "Resistência", por ser pior, bem pior.
Quanto ao músico em si, entrevistei-o enquanto "Sitiados" e enquanto "Megafone", projectos bem diferentes, alturas bem diferentes. Gostei da sua honestidade enquanto artista, sem os "salamaleques" de outros, os que fui e vou encontrando pela frente...
Debruçando-me sobre o livro de Ricardo Alexandre: "João Aguardela - Esta vida de marinheiro", numa primeira análise, tenho que assumir que me comoveu, algo que aconteceu pela primeira vez num livro - leio muito poucos livros, recordo, e creio que só verto lágrimas quando os "acontecimentos" chegam "cá dentro".
E foi já com a "Vida de Marinheiro" a ser cantada por milhões que vi os "Sitiados" pela primeira vez ao vivo. Foi no "Infante Sagres", se não estou em erro, e com a queda do palco do Aguardela ou da Sandra. Fiquei impressionado com a energia que despoletaram numa sala longe de esgotar. Sim, valeu a pena ter aceite o convite da editora.
Mas, e o livro?
Bem, biografias musicais só li duas até à data, a de Bono Vox (sou fã) e esta, a de Aguardela (admirei-o).
O que dizer?
Tenho obrigatoriamente que registar que se lê muito bem, que preenche os vazios que desconhecemos em relação ao percurso, à pessoa, ao músico e, acima de tudo, vinca o orgulho do "marinheiro" em ser Português, em criar em Português.
Por outro lado, sendo do Porto, gostei de conhecer o seu lado nortenho, o sentir mais além e aquela certeza de que partiria com obra feita. Conseguiu. Parabéns.
Eu, talvez por estar blindado por mais de duas décadas de rádio onde o "comercial" asfixia tudo o resto, ouvi "Megafone" porque o Aguardela sempre me mereceu respeito, e quando assim é devemos ouvir com atenção os discos de quem vamos entrevistar, mesmo que eles custem a "entrar". Foi o que fiz, foi o que aconteceu.
Quanto aos "Linha da Frente" e "A Naifa", recordo-me que os nomes me foram apresentados como "mais alternativos", daí, como a gigante maioria, pensar exclusivamente e talvez erradamente em "Sitiados" quando se faz referência a Aguardela... (vou ouvir melhor os outros projectos, prometo!)
Em resumo, este "João Aguardela - Esta vida de marinheiro", pelas palavras do amigo e pelos inúmeros testemunhos com que o fotografam, homenageia um artista que não foi descartável e que, pelo que percebi, fez sempre o que quis, como quis, quando quis: "tudo para ontem, sendo que o seu ontem tinha muito amanhã".
Se Aguardela já merecia o meu respeito enquanto ouvinte e profissional de rádio, depois de ter lido este livro - que o (re)apresenta, e muito bem!, fiquei com a certeza de que quem "me" continua a cantar "só o sonho fica, só ele pode ficar" foi sempre autêntico, e só por isso, merece o meu aplauso, em pé. E que pena não poder gritar "Bis"!
Francisco Moreira
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2 comentários:
Francisco.
Vou confiar no seu bom gosto, e ler esse livro, se o encontrar á venda
claro.
um abraço
Estou certo de que Gostará.
Encontrá-lo-á, por exemplo, na FNAC.
Abraço.
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