quarta-feira, 8 de junho de 2011

Augúrio



Encaminhamo-nos a passos largos para transformar a nossa vida numa espécie de torre de computador, daquelas que, tal como o aparelho citado, armazenará tudo o que nos for acontecendo, independentemente do grau de relevância. Mas não só. Estamos a encaminhar-nos para acontecer sem sair da cadeira.

É, pelo "andar da carruagem", corremos em "banda larga" para o "nada fazer", pelo menos em termos práticos, daqueles que impliquem sairmos da Internet para vivermos na vida real. É, caso ainda não tenham reparado bem, já nos damos ao trabalho de ficar exageradamente cansados sem sair do lugar, mesmo que esse cansaço, em termos práticos, signifique que não estivemos a fazer nada, pelo menos de útil.

Na verdade, muitas das horas que passamos ligados a um computador são gastas como se estivéssemos a jogar um qualquer jogo (e por vezes, está-se!), sem produzir ou, melhor ainda, a deixar de produzir.

Obviamente que - e cada vez mais! - muito se produz e gera-se à custa dos computadores, já ligados a quase tudo o que nos rodeia, mas isso não deveria implicar que deixássemos que ele nos "trocasse as voltas", levando-nos a quase não existir sem ele.

Como dizia de início, encaminhamo-nos rapidamente para uma vida armazenada e controlada por um servidor qualquer, esteja ele instalado na rua ou lado ou num paraíso fiscal, já que, feitas as contas em função das perspectivas que se avizinham, uma grande percentagem do nosso acontecer já está dentro de uma torre, algo que, dizem as cartas de "Tarôt", não é propriamente um bom augúrio, a torre, claro.


Francisco Moreira

1 comentários:

Maurício disse...

Hoje vivemos como que formatados, tal como os discos dos cumputadores.
Concordo plenamente que isto não é bom augúrio.
Mas ainda é possível. Afinal, grande parte do que é belo está lá fora, à espera de ser contemplado.

Abraço

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