terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Pechisbeque

Sempre que a crise faz questão de assinar com letra maiúscula, não paramos de ver inaugurações daquelas lojas "hermeticamente fechadas aos olhares do povo". Sim, daquelas que, pouco delicadamente, convidam a vender-se os "anéis" e afins, com base no marketing do "dar jeito", em anúncioscom letras geralmente amarelas e... gigantes.
Sim, estou a referir-me às - agora mais evoluídas - casas de penhor, aquelas que, consta-se, ajudam a tirar quem "puder" do sufoco das dívidas, do sufoco das "mãos", que por esta ou aquela razão, convenhamos, num irónico amarelado, demonstram já não se ter "mãos a medir" para a contabilidade dos meses.
Sempre ouvi a minha mãe dizer que a vida tem que ser "gasta com o que se tem", ou melhor, que não se pode contar com o "ovo no recto da galinha"... Daí, provavelmente (!?), ter uma certa aversão a esses espaços, aqueles que se escondem para lá dos vidros fumados para dar novas vistas a quem precisa de "oxigénio"... E são cada vez mais, como sabemos.
Mas, por outro lado, como não tenho nem nunca tive os tais "anéis" e afins, posso sempre limitar-me a observar o que, sintetizando, me apetece acrescentar: que as crises são sempre excelentes negócios para alguns e que ainda devem haver muitos "anéis" nas gavetas da memória, daquelas que, mês a mês, vão evitando que, em seu nome, o dos "anéis", não se derretam os dedos.
E, por outro lado, convenhamos, ainda bem que assim é. Porque, na verdade, mais vale ficar sem "anéis" do que sem palavra.
Francisco Moreira

3 comentários:

Jota disse...

Pois...bem verdade.
Infelizmente, para muito boa gente, as casas de penhor ainda vão sendo a última salvação e para aqueles que me dizem, amiúde, que vejo fogo onde só há fumo, bem… até que me provem o contrário, continuo na minha, nada disto foi feito ao acaso.
Acho um óptimo tema a ser ilustrado mais em profundidade FM.

paulofski disse...

E eu bem os vejo por aí a circular pelas praças e ruas "vestidos" com cartazes de incentivo para as pessoas venderem os anéis. Fazem tudo pelo negócio.

Estou de acordo com que o Jota diz. Mas também te digo que há por aí muita galinha (dos ovos de ouro é que não são) para quem os anéis são mais importantes do que os dedos, e manter a aparência está acima de qualquer valor.

Jota disse...

Bem verdade Paulofski, bem verdade e conheço alguns casos assim.

Acerca de mim

A minha foto
Portugal
Sempre algures entre o hoje e o amanhã, sem esquecer a memória.

JACKPOT

JACKPOT
Música Anos 70, 80 e 90

Porto Canal

Porto Canal

O Livro do Ano

O Livro do Ano
Escrito por uma Deusa e um Sonhador... em nome de um Ângelo

...Sempre...

...Sempre...

Blog Archive