segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Treino

Ontem, como tantas outras vezes, porque uma mesa de café pode ser um excelente anfiteatro para aulas de vida, conversava-se sobre o porquê de tantas relações não funcionarem - uma grande maioria, seguramente.
Não é que esta "converseta" tenha sido ou pretendesse ser, necessariamente, um tira-teimas com "pés e cabeça", tratou-se mais do encontro entre um e outro aparte que, ao se juntarem, acidentalmente, originaram uma convergência mental, entre pessoas que estão envolvidas em relações sólidas.
Do resumo, como se isto fosse a minuta de uma acta, sobressaiu a concordância a três relativamente ao facto de as pessoas do "hoje" casarem sem se conhecerem bem, sem experimentarem viver juntas, assim ao jeito de "treino" ou "prova dos nove". E isso pode fazer a diferença, seja para que lado opte por "virar o prego".
E, cá para mim, é aqui que está um dos factores responsável pela grande maioria dos divórcios, separações e "diabo-a-dois", ou seja, o fim evitável tantas vezes pré-anunciado, tantas vezes facilmente "esclarecível", evitando os dissabores do "durante" e, mais ainda, do "depois".
Haverá mesmo a necessidade de avançar para um bonito "papel de lustre" sem experimentar o resultado do "nós"? Haverá mesmo a obrigação moral de, muitas vezes na ilusão de se conseguir um "ponto mais", ser necessário casar, porque a vida assim o exige? Haverá mesmo a certeza de que se pode fazer do casamento uma ponte perfeita para ultrapassar os intervalos, muitas vezes encharcados de "tempestades"?
Os casamentos, como se sabe (e, se calhar, ainda bem), já não são como antigamente, naquela outra altura em que eram "mesmo para sempre", acontecesse o que acontecesse, quisesse-se ou não se quisesse. É que, naquele "véu e grinalda", mesmo descobrindo o erro na "lua-de-mel" (ou de fel!), o prazo de validade não existia, pelo menos até que a morte dissesse o contrário... (por mais leiteiros, costureiras ou outros que se viessem a juntar à novela)
Nestes outros tempos, com esta gigante publicidade social à "troca de pares como quem troca de camisa", tudo ficou mais fácil, inclusive o: "- Vai à tua vida!" e o: " - Acabou!". Isto para não usar outras expressões com muitos *** (essas!)...
Hoje em dia, mais do que nunca, os casamentos (e muitas uniões) vivem assentes no arame (tantas vezes farpado) das falas de uma qualquer peça teatral, e quase sempre para um vasto público, daquele sedento pelas "nódoas" dos outros, muitas vezes para taparem as próprias cicatrizes.
Por mim, (e sem dizer "dessa água não beberei"), antes de se partir para uma telenovela, deve-se fazer um "episódio piloto", só para ver se a audiência (os próprios) não é daquela composta por "personagens" que dizem que vêem a "SIC" porque fica mal dizer que se vê a "TVI"... E, depois, vai-se a ver, transformam o tal "Filme com final Feliz" numa auto-estrada de intervalos para a qual, na verdade, bem vistas as coisas, já se partiu com os "pneus em baixo".
Estou muito feliz com os meus resultados, e ainda sou "homem solteiro", mas um dia destes arrisco e... acabo com este "treino". (sorrisos)
Francisco Moreira
(convém não esquecer que cada caso é um caso e que, mesmo com toda esta "lenga-lenga", não faltarão razões válidas para fundamentar o oposto ao que aqui escrevo)

4 comentários:

Isa disse...

Ora aqui está um texto com pés e cabeça, onde ilustra o que se passa nos dias de hoje, mas que nem sempre a mentalidade assimila dessa forma. Gostei!

E para completar fica aqui expresso que não nova neste espaço, apenas tinha outro perfil. (Angel in the Dark)

paulofski disse...

Ora aí está, exacto-facto, sem tirar nem pôr! O meu "episódio piloto" continua "rei de audiências" e espero por muitos e bons anos, porque o amor, o respeito e a cumplicidade são os melhores argumentos.

Avisem, ok?

FM disse...

Olá Sus! Que bom teres voltado!
Há quem discorde do que escrevi... Mas são pontos de vista, os meus.
Beijos com Carinho.

FM disse...

Que BOM Paulofski, ver examplos contrários aos que sublinhei. Isso inspira, e muito.
Parabéns.
Abraço.

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