sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Velas & Fósforos

Estou para aqui a pensar na quantidade de vezes que nos queixamos da vida, principalmente da nossa, mesmo que só o façamos para os nossos botões... Às vezes acho que somos uma espécie de vela de cemitério que, mesmo acesa, dá sempre a ideia de que irá apagar a qualquer instante, mesmo que dure até ao "tutano".
E, neste pensar de mim para mim, espantem-se, cheguei à conclusão que a matemática, sem ser a dos cifrões, pode dar uma ajuda, por mais ajudinha que possa parecer. Como?
Pensem comigo.
Se em todos os dias de 1 ano, numa espécie de caderno aos quadradinhos, colocássemos cruzes em cada um dos dias tipo: ontem "x" no correu mal, hoje "x" no correu mais ou menos e no dia seguinte "x" no correu bem, estou certo de que, quando fizéssemos as contas, bem feitas, chegaríamos à conclusão de que, afinal, são mais os dias bons do que os dias maus. Ora pensem lá bem!
É uma grande verdade, e nem é preciso fazer estas contas parvas. Basta pensar e responder honestamente ao seguinte:
- Temos acidentes todos os dias?
- Temos tristezas todos os dias?
- Temos azares todos os dias?
- Choramos todos os dias?
Pois. Foi o que eu pensei. Que choramingamos mais do que deveríamos. E, muitas das vezes, dizemos que está tudo mal sem que hajam, de facto, factos para comprová-lo, ou seja, habituamo-nos ao "vai-se andando", ao "tem que ser" ou ao "não tenho sorte nenhuma", como se essas muletas fossem uma espécie de retrato do que são os dias, sem sê-lo verdadeiramente.
O problema é sermos velas e manifestarmos que somos fósforos, ainda por cima daqueles que alegam ter sempre o azar de ter o vento contra, sem grande chama mas sempre com fumo, e do negro.
Em resumo, se ficássemos tristes quando as coisas não correm bem e felizes quando não correm mal, acreditem, andaríamos todos muito mais sorridentes. É que, assumamos, são muito poucos os dias no ano em que as coisas nos correm mal. Verdade?
Francisco Moreira

3 comentários:

Hélder Ferrão disse...

Talvez não tenha a ver com as vezes que elas, as coisas más, acontecem, mas sim com o "peso" com que acontecem...
Uma só coisa, em apenas 1 dia da nossa vida, pode significar a "perda" de 1 ano inteiro...
Mas no fim, no rigor da balança, e de uma forma geral, penso que estás certíssimo. Lamentamo-nos por tudo e por nada já por uma questão de hábito e, entre tantas outras razões, talvez, e porque não, para habituar os outros a darem-nos "descontos" do que quer que seja...
Abraço, Francisco

Jota disse...

Por natureza não sou um pessimista, embora nos últimos 15 meses me tenham acontecido coisas estranhas. Culpa de quem? Bem… minha de certeza por acreditar demais … e depois … lixo-me!
Tento encarar sempre as coisas más com um sorriso nos lábios e algum vernáculo no pensamento.
Concordo com o FM mas o HF disse uma grande verdade é que os tal dia ou dias fazem-nos por vezes perder um ano ou anos que tanto esforço nos custaram para os conseguir.

Ana Pina disse...

Todos da relação entre a balança e o pessimismo. Então e a espada? E a venda? Ninguém se lembra delas e, no entanto, sem elas a balança não é ninguém :))) Alegremo-nos, no entanto, aplicando ao pessimismo (já que se fala em balança) o que ensina relativamente ao direito: "Nemo plus iuris in alium transferre potest quam ipse habet" (ninguém pode transferir mais direito do que aquele que tem). E pessimismo tb:))

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